Another brick in the restoration of gorgonians: assessment of coral bycatch in artisanal fisheries and its potential for restoration actions

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Vítor Hugo Ferreira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/15536
Resumo: Os jardins de coral e corais de águas frias (CWCs) são definidos como agregados relativamente densos de uma ou de várias espécies de coral que fazem parte de vários grupos taxonómicos, incluindo escleractínios (Scleractinia), corais negros (Antipatharia), corais moles (Alcyonacea) e penas-do-mar (Pennatulacea). Muitas destas espécies são engenheiros de ecossistemas, pois para além de criarem habitat, tais organismos também são capazes de alterar fatores bióticos e abióticos, possibilitando assim a colonização dos habitats bentónicos por outros organismos o que faz com que sejam muito importantes. Os corais também representam habitat essencial para muitas espécies de peixes e crustáceos que, em alguns casos, são explorados comercialmente. Outro dos serviços que estes habitats nos dão é relativo a materiais, para joias como é o caso do coral vermelho (Corallium rubrum) ou mesmo a nível da medicinal como a espécie Sarcodictyon roseum, em que alguns dos seus compostos estão a ser usados em ensaios clínicos para combater o cancro. Infelizmente, estes magníficos ecossistemas enfrentam imensas ameaças associadas às atividades humanas. Desde 2004, os jardins de coral e CWCs são considerados ecossistemas marinhos vulneráveis (VMEs). Os VMEs são definidos como espécies ou habitats que são raros ou únicos e que apresentam uma complexidade estrutural e funcional significativa, enquanto apresentam uma probabilidade limitada de recuperação aos impactos a que estão sujeitos. Tais atividades humanas incluem derrames de petróleo, acidificação dos oceanos e o impacto causado pelas pescas. Este último é, sem dúvida, o impacto mais preocupante e mais devastador principalmente por causa dos arrastos de fundo. Apesar de já existirem muitos estudos efetuados sobre os impactos da pesca em jardins de coral e CWCs, a sua maioria foca-se na pesca industrial como o caso dos arrastos. Como resultado, sabe-se muito pouco sobre os impactos causados pelas pescas artesanais (i.e. armadilhas, covos e redes de tresmalho e de emalhar) nestes habitats, apesar de representar 84% e 90% da frota pesqueira na Europa e mundo, respetivamente. Para combater os diversos impactos que afetam os ecossistemas de coral, já foram implementadas várias medidas, tais como criação de áreas marinhas protegidas (MPAs), o fecho temporário da pesca em algumas zonas e outras medidas relacionadas com as pescas, como a proibição de arrastos a profundidades inferiores a 800m instituída na Europa. Visto que os jardins de coral e CWCs são tão importantes ecologicamente e são hotspots de biodiversidade, o interesse em implementar medidas de conservação e recuperação de habitats têm crescido nos últimos tempos. No entanto, o número de trabalhos desenvolvidos até ao momento com o objetivo de restaurar habitats de corais circalitorais e profundos é limitado, pois este tipo de restauração é monetariamente dispendioso uma vez que no geral requer o uso de tecnologia subaquática especializada visto que estes habitats ocorrem maioritariamente a profundidades abaixo dos 50m de profundidade. Como tal, os objetivos deste trabalho são: 1) documentar o impacto causado por redes de emalhar usadas pela pesca artesanal nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres (Portugal); 2) identificar hotspots de biodiversidade de corais e de capturas acidentais pela pesca artesanal que possam constituir áreas de gestão prioritárias, assim como melhorar o conhecimento sobre a biodiversidade de corais que existem ao largo de Sagres; 3) testar a viabilidade de usar corais de zonas profundas apanhadas acidentalmente pela pesca artesanal para ações de recuperação de habitats pouco profundos; e 4) testar o efeito da densidade e da composição de espécies em transplantes de corais de modo a fornecer indicações para projetos de recuperação de corais futuros. Este estudo foi dividido em duas componentes científicas: a documentação do impacto causado por redes de emalhar ao largo da costa de Sagres (Capítulo 2) e o estudo piloto de recuperação de habitats de corais usando biomassa apanhada nas redes de emalhar (Capítulo 3). Para o Capítulo 2, foi seguida a atividade de uma embarcação pesqueira durante 42 dias, onde foi documentado todos os corais recolhidos, assim como os seus tamanhos e algumas variáveis adicionais como a profundidade, malhagem, localização das redes lançadas, espécie alvo e número de indivíduos capturados. Em 118 redes documentadas, foram recolhidos 4,326 fragmentos/colónias de coral pertencentes a 22 espécies, o que representa 13% das espécies conhecidas para esta área. Em média, foram recolhidos 31.1 (±2.7) corais em cada rede, onde o máximo observado foi de 144 corais numa única rede. Adicionalmente, em média foram recolhidas 4.31 (±0.2) espécies de coral em cada rede, atingindo um máximo de 10 espécies numa só rede. Os resultados, mostram que as comunidades de corais recolhidas, tal como as suas quantidades, estão relacionadas com a profundidade a que as redes foram lançadas. Foram ainda identificadas 4 áreas com grande biodiversidade e abundância de corais e que foram designadas de hotspots. Os resultados deste estudo indicam que o impacto causado por redes de emalhar em jardins de coral e CWCs é muito superior ao que se pensava anteriormente, e revela a necessidade de novas medidas de conservação e o uso de artes de pesca alternativas. Além destas medidas, o desenvolvimento de protocolos de captura acidental excessiva de corais em águas nacionais que imponha a obrigatoriedade de pescar noutra zona pode também ser uma alternativa de gestão viável. Globalmente, este estudo revela a grande biodiversidade de espécies de coral que existe nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres, bem como o impacto potencialmente significativo que a pesca artesanal pode ter em certas áreas. Para o Capítulo 3 de recuperação de habitats de coral, foram utilizados 12 recifes artificias construídos com blocos de alvenaria para replantar um total de 90 colónias de coral provenientes de descartes da pesca artesanal e que foram instala 20m de profundidade. O desenho experimental incluiu 4 tratamentos diferentes, de acordo com os dois fatores definidos para o estudo, nomeadamente a densidade dos transplantes (10 colónias por m2 vs. 20 colónias por m2) e composição de espécies (mono-específico vs. multi-específico). A espécie Eunicella verrucosa foi usada para os tratamentos mono- e multi-específico e as espécies Leptogorgia sarmentosa e Paramuricea grayi para o tratamento multi-específico. Em média 78% (±4%) dos corais transplantados sobreviveram até 8 meses pós-transplantação. Os resultados mostraram que o tratamento multi-específico de baixa densidade teve a melhor taxa de sobrevivência (87%) apesar do efeito dos tratamentos experimentais não ter sido estatisticamente significativo. No geral, as taxas de sobrevivência para cada tratamento experimental diferiram entre espécies. A espécie com maior taxa de sobrevivência foi a E. verrucosa (82%), enquanto que a P. grayi e L. sarmentosa tiveram a mesma taxa de sobrevivência (67%). A níveis de crescimento, o estudo demonstra que em média não houve crescimento efetivo do comprimento total dos ramos dos corais (-0.32cm±5.97cm) durante os 8 meses de monitorização. Contudo, o potencial de crescimento é bastante elevado em todas as espécies estudadas com a observação de um aumento máximo do comprimento total dos ramos das colónias de 72.61cm, 21.90cm e 113.42cm para a E. verrucosa, P. grayi e L. sarmentosa, respetivamente. Estes resultados, demostram o elevado grau de dinamismo do crescimento das colónias de octocorais, que se partem e voltam a crescer com frequência e rapidez, visto que muitos dos transplantes deste estudo tiveram tal dinâmica. Os resultados também mostraram que o uso da métrica do tamanho total dos ramos parece ser melhor do que a altura máxima das colónias para detetar variações no crescimento de espécies com morfologia ramificada como é o caso dos octocorais. No geral, a metodologia usada neste estudo foi bem-sucedida, sendo que apenas 10% das colónias morreram nos primeiros 3 meses de monitorização, o que indica que a fixação das colónias não constitui uma limitação. No entanto, são necessários estudos adicionais para se perceber se o uso de recifes artificiais poderá ser usado com outras espécies, visto que a sensibilidade a manipulação e características biológicas varia de espécie para espécie. Os dois estudos apresentados aqui demonstram também a importância de colaborar com as comunidades pesqueiras, quer para melhorar o conhecimento sobre a distribuição das espécies de coral e os impactos a que estão sujeitas, quer para juntos proteger estas espécies vulneráveis.
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spelling Another brick in the restoration of gorgonians: assessment of coral bycatch in artisanal fisheries and its potential for restoration actionsPesca acidental de coralPescas artesanaisRestauração ecológicaMedidas de conservaçãoRedes de emalharCorais de águas friasJardins de coralDomínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências NaturaisOs jardins de coral e corais de águas frias (CWCs) são definidos como agregados relativamente densos de uma ou de várias espécies de coral que fazem parte de vários grupos taxonómicos, incluindo escleractínios (Scleractinia), corais negros (Antipatharia), corais moles (Alcyonacea) e penas-do-mar (Pennatulacea). Muitas destas espécies são engenheiros de ecossistemas, pois para além de criarem habitat, tais organismos também são capazes de alterar fatores bióticos e abióticos, possibilitando assim a colonização dos habitats bentónicos por outros organismos o que faz com que sejam muito importantes. Os corais também representam habitat essencial para muitas espécies de peixes e crustáceos que, em alguns casos, são explorados comercialmente. Outro dos serviços que estes habitats nos dão é relativo a materiais, para joias como é o caso do coral vermelho (Corallium rubrum) ou mesmo a nível da medicinal como a espécie Sarcodictyon roseum, em que alguns dos seus compostos estão a ser usados em ensaios clínicos para combater o cancro. Infelizmente, estes magníficos ecossistemas enfrentam imensas ameaças associadas às atividades humanas. Desde 2004, os jardins de coral e CWCs são considerados ecossistemas marinhos vulneráveis (VMEs). Os VMEs são definidos como espécies ou habitats que são raros ou únicos e que apresentam uma complexidade estrutural e funcional significativa, enquanto apresentam uma probabilidade limitada de recuperação aos impactos a que estão sujeitos. Tais atividades humanas incluem derrames de petróleo, acidificação dos oceanos e o impacto causado pelas pescas. Este último é, sem dúvida, o impacto mais preocupante e mais devastador principalmente por causa dos arrastos de fundo. Apesar de já existirem muitos estudos efetuados sobre os impactos da pesca em jardins de coral e CWCs, a sua maioria foca-se na pesca industrial como o caso dos arrastos. Como resultado, sabe-se muito pouco sobre os impactos causados pelas pescas artesanais (i.e. armadilhas, covos e redes de tresmalho e de emalhar) nestes habitats, apesar de representar 84% e 90% da frota pesqueira na Europa e mundo, respetivamente. Para combater os diversos impactos que afetam os ecossistemas de coral, já foram implementadas várias medidas, tais como criação de áreas marinhas protegidas (MPAs), o fecho temporário da pesca em algumas zonas e outras medidas relacionadas com as pescas, como a proibição de arrastos a profundidades inferiores a 800m instituída na Europa. Visto que os jardins de coral e CWCs são tão importantes ecologicamente e são hotspots de biodiversidade, o interesse em implementar medidas de conservação e recuperação de habitats têm crescido nos últimos tempos. No entanto, o número de trabalhos desenvolvidos até ao momento com o objetivo de restaurar habitats de corais circalitorais e profundos é limitado, pois este tipo de restauração é monetariamente dispendioso uma vez que no geral requer o uso de tecnologia subaquática especializada visto que estes habitats ocorrem maioritariamente a profundidades abaixo dos 50m de profundidade. Como tal, os objetivos deste trabalho são: 1) documentar o impacto causado por redes de emalhar usadas pela pesca artesanal nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres (Portugal); 2) identificar hotspots de biodiversidade de corais e de capturas acidentais pela pesca artesanal que possam constituir áreas de gestão prioritárias, assim como melhorar o conhecimento sobre a biodiversidade de corais que existem ao largo de Sagres; 3) testar a viabilidade de usar corais de zonas profundas apanhadas acidentalmente pela pesca artesanal para ações de recuperação de habitats pouco profundos; e 4) testar o efeito da densidade e da composição de espécies em transplantes de corais de modo a fornecer indicações para projetos de recuperação de corais futuros. Este estudo foi dividido em duas componentes científicas: a documentação do impacto causado por redes de emalhar ao largo da costa de Sagres (Capítulo 2) e o estudo piloto de recuperação de habitats de corais usando biomassa apanhada nas redes de emalhar (Capítulo 3). Para o Capítulo 2, foi seguida a atividade de uma embarcação pesqueira durante 42 dias, onde foi documentado todos os corais recolhidos, assim como os seus tamanhos e algumas variáveis adicionais como a profundidade, malhagem, localização das redes lançadas, espécie alvo e número de indivíduos capturados. Em 118 redes documentadas, foram recolhidos 4,326 fragmentos/colónias de coral pertencentes a 22 espécies, o que representa 13% das espécies conhecidas para esta área. Em média, foram recolhidos 31.1 (±2.7) corais em cada rede, onde o máximo observado foi de 144 corais numa única rede. Adicionalmente, em média foram recolhidas 4.31 (±0.2) espécies de coral em cada rede, atingindo um máximo de 10 espécies numa só rede. Os resultados, mostram que as comunidades de corais recolhidas, tal como as suas quantidades, estão relacionadas com a profundidade a que as redes foram lançadas. Foram ainda identificadas 4 áreas com grande biodiversidade e abundância de corais e que foram designadas de hotspots. Os resultados deste estudo indicam que o impacto causado por redes de emalhar em jardins de coral e CWCs é muito superior ao que se pensava anteriormente, e revela a necessidade de novas medidas de conservação e o uso de artes de pesca alternativas. Além destas medidas, o desenvolvimento de protocolos de captura acidental excessiva de corais em águas nacionais que imponha a obrigatoriedade de pescar noutra zona pode também ser uma alternativa de gestão viável. Globalmente, este estudo revela a grande biodiversidade de espécies de coral que existe nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres, bem como o impacto potencialmente significativo que a pesca artesanal pode ter em certas áreas. Para o Capítulo 3 de recuperação de habitats de coral, foram utilizados 12 recifes artificias construídos com blocos de alvenaria para replantar um total de 90 colónias de coral provenientes de descartes da pesca artesanal e que foram instala 20m de profundidade. O desenho experimental incluiu 4 tratamentos diferentes, de acordo com os dois fatores definidos para o estudo, nomeadamente a densidade dos transplantes (10 colónias por m2 vs. 20 colónias por m2) e composição de espécies (mono-específico vs. multi-específico). A espécie Eunicella verrucosa foi usada para os tratamentos mono- e multi-específico e as espécies Leptogorgia sarmentosa e Paramuricea grayi para o tratamento multi-específico. Em média 78% (±4%) dos corais transplantados sobreviveram até 8 meses pós-transplantação. Os resultados mostraram que o tratamento multi-específico de baixa densidade teve a melhor taxa de sobrevivência (87%) apesar do efeito dos tratamentos experimentais não ter sido estatisticamente significativo. No geral, as taxas de sobrevivência para cada tratamento experimental diferiram entre espécies. A espécie com maior taxa de sobrevivência foi a E. verrucosa (82%), enquanto que a P. grayi e L. sarmentosa tiveram a mesma taxa de sobrevivência (67%). A níveis de crescimento, o estudo demonstra que em média não houve crescimento efetivo do comprimento total dos ramos dos corais (-0.32cm±5.97cm) durante os 8 meses de monitorização. Contudo, o potencial de crescimento é bastante elevado em todas as espécies estudadas com a observação de um aumento máximo do comprimento total dos ramos das colónias de 72.61cm, 21.90cm e 113.42cm para a E. verrucosa, P. grayi e L. sarmentosa, respetivamente. Estes resultados, demostram o elevado grau de dinamismo do crescimento das colónias de octocorais, que se partem e voltam a crescer com frequência e rapidez, visto que muitos dos transplantes deste estudo tiveram tal dinâmica. Os resultados também mostraram que o uso da métrica do tamanho total dos ramos parece ser melhor do que a altura máxima das colónias para detetar variações no crescimento de espécies com morfologia ramificada como é o caso dos octocorais. No geral, a metodologia usada neste estudo foi bem-sucedida, sendo que apenas 10% das colónias morreram nos primeiros 3 meses de monitorização, o que indica que a fixação das colónias não constitui uma limitação. No entanto, são necessários estudos adicionais para se perceber se o uso de recifes artificiais poderá ser usado com outras espécies, visto que a sensibilidade a manipulação e características biológicas varia de espécie para espécie. Os dois estudos apresentados aqui demonstram também a importância de colaborar com as comunidades pesqueiras, quer para melhorar o conhecimento sobre a distribuição das espécies de coral e os impactos a que estão sujeitas, quer para juntos proteger estas espécies vulneráveis.Coral gardens and cold-water corals are key habitats for many marine organisms, providing several goods and services. Because of their ecological importance and susceptibility to degradation caused by human activities, these habitats are considered vulnerable marine ecosystems. Fisheries are likely the most destructive threat affecting these habitats and there is an urgent need to understand how different fishing gear affects them, as well as how to implement effective conservation and protection measures that mitigate these impacts. This study aims to provide baseline information on the impact of fisheries using bottom-set gillnet locally on coral assemblages, and to develop a time-effective and low-cost restoration pipeline for both deep- and shallow-water populations using coral bycatch. In order to assess the impact of bottom-set gillnet fisheries on coral assemblages, the fishing activity and coral bycatch of one vessel were documented over 42 days, determining coral composition, specimen size, fishing depth, location, number of fish caught, mesh size and soaking time for each net deployed. In total, 4,326 specimens of corals belonging to 22 different species of corals were collected from 118 bottom-set gillnets. Additionally, we report 4 hotspots of coral biodiversity. This study confirms anecdotal evidence on the destructive impact of bottom-set gillnets on benthic ecosystems, demonstrating that the impact is greater than previously observed. For the restoration component of the study, twelve artificial reefs were used to transplant 90 corals obtained from bycatch, which were divided in 4 treatments varying transplant density and species composition. On average, 78% of the colonies transplanted survived after 8 months. The results show that total branch length metric can detect the changes in growth of branching organisms better than maximum height metric. Additionally, this study demonstrates that octocorals grow much faster than generally assumed, but the constant dynamic of breakage and recovery that these species cope with maintains their net growth relatively low.I would like to thank the fishermen community in Sagres, for all the help with the coral specimens, inside and outside of the vessel, as well as their friendship. I offer my gratitude to DOCAPESCA Baleira-Sagres for providing the warehouse where corals were measured, maintained and stored over this period, to the Autoridade Marítima Nacional for the accommodation provided in Sagres, and to the Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) for providing the authorization for the deployments. Additionally, this study was co-funded by the project HABMAR- “Contribuição para potenciar a proteção e revitalização da biodiversidade marinha e de habitats especiais na costa continental portuguesa”, MAR2020 projeto MAR-01.04.02-FEAMP-0018 “HABMAR”Coelho, Márcio A.G.Gonçalves, J. M. S.SapientiaDias, Vítor Hugo Ferreira2021-06-02T15:30:08Z2020-12-102020-12-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/15536TID:202727351enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:27:56Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/15536Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:06:22.724178Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description Os jardins de coral e corais de águas frias (CWCs) são definidos como agregados relativamente densos de uma ou de várias espécies de coral que fazem parte de vários grupos taxonómicos, incluindo escleractínios (Scleractinia), corais negros (Antipatharia), corais moles (Alcyonacea) e penas-do-mar (Pennatulacea). Muitas destas espécies são engenheiros de ecossistemas, pois para além de criarem habitat, tais organismos também são capazes de alterar fatores bióticos e abióticos, possibilitando assim a colonização dos habitats bentónicos por outros organismos o que faz com que sejam muito importantes. Os corais também representam habitat essencial para muitas espécies de peixes e crustáceos que, em alguns casos, são explorados comercialmente. Outro dos serviços que estes habitats nos dão é relativo a materiais, para joias como é o caso do coral vermelho (Corallium rubrum) ou mesmo a nível da medicinal como a espécie Sarcodictyon roseum, em que alguns dos seus compostos estão a ser usados em ensaios clínicos para combater o cancro. Infelizmente, estes magníficos ecossistemas enfrentam imensas ameaças associadas às atividades humanas. Desde 2004, os jardins de coral e CWCs são considerados ecossistemas marinhos vulneráveis (VMEs). Os VMEs são definidos como espécies ou habitats que são raros ou únicos e que apresentam uma complexidade estrutural e funcional significativa, enquanto apresentam uma probabilidade limitada de recuperação aos impactos a que estão sujeitos. Tais atividades humanas incluem derrames de petróleo, acidificação dos oceanos e o impacto causado pelas pescas. Este último é, sem dúvida, o impacto mais preocupante e mais devastador principalmente por causa dos arrastos de fundo. Apesar de já existirem muitos estudos efetuados sobre os impactos da pesca em jardins de coral e CWCs, a sua maioria foca-se na pesca industrial como o caso dos arrastos. Como resultado, sabe-se muito pouco sobre os impactos causados pelas pescas artesanais (i.e. armadilhas, covos e redes de tresmalho e de emalhar) nestes habitats, apesar de representar 84% e 90% da frota pesqueira na Europa e mundo, respetivamente. Para combater os diversos impactos que afetam os ecossistemas de coral, já foram implementadas várias medidas, tais como criação de áreas marinhas protegidas (MPAs), o fecho temporário da pesca em algumas zonas e outras medidas relacionadas com as pescas, como a proibição de arrastos a profundidades inferiores a 800m instituída na Europa. Visto que os jardins de coral e CWCs são tão importantes ecologicamente e são hotspots de biodiversidade, o interesse em implementar medidas de conservação e recuperação de habitats têm crescido nos últimos tempos. No entanto, o número de trabalhos desenvolvidos até ao momento com o objetivo de restaurar habitats de corais circalitorais e profundos é limitado, pois este tipo de restauração é monetariamente dispendioso uma vez que no geral requer o uso de tecnologia subaquática especializada visto que estes habitats ocorrem maioritariamente a profundidades abaixo dos 50m de profundidade. Como tal, os objetivos deste trabalho são: 1) documentar o impacto causado por redes de emalhar usadas pela pesca artesanal nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres (Portugal); 2) identificar hotspots de biodiversidade de corais e de capturas acidentais pela pesca artesanal que possam constituir áreas de gestão prioritárias, assim como melhorar o conhecimento sobre a biodiversidade de corais que existem ao largo de Sagres; 3) testar a viabilidade de usar corais de zonas profundas apanhadas acidentalmente pela pesca artesanal para ações de recuperação de habitats pouco profundos; e 4) testar o efeito da densidade e da composição de espécies em transplantes de corais de modo a fornecer indicações para projetos de recuperação de corais futuros. Este estudo foi dividido em duas componentes científicas: a documentação do impacto causado por redes de emalhar ao largo da costa de Sagres (Capítulo 2) e o estudo piloto de recuperação de habitats de corais usando biomassa apanhada nas redes de emalhar (Capítulo 3). Para o Capítulo 2, foi seguida a atividade de uma embarcação pesqueira durante 42 dias, onde foi documentado todos os corais recolhidos, assim como os seus tamanhos e algumas variáveis adicionais como a profundidade, malhagem, localização das redes lançadas, espécie alvo e número de indivíduos capturados. Em 118 redes documentadas, foram recolhidos 4,326 fragmentos/colónias de coral pertencentes a 22 espécies, o que representa 13% das espécies conhecidas para esta área. Em média, foram recolhidos 31.1 (±2.7) corais em cada rede, onde o máximo observado foi de 144 corais numa única rede. Adicionalmente, em média foram recolhidas 4.31 (±0.2) espécies de coral em cada rede, atingindo um máximo de 10 espécies numa só rede. Os resultados, mostram que as comunidades de corais recolhidas, tal como as suas quantidades, estão relacionadas com a profundidade a que as redes foram lançadas. Foram ainda identificadas 4 áreas com grande biodiversidade e abundância de corais e que foram designadas de hotspots. Os resultados deste estudo indicam que o impacto causado por redes de emalhar em jardins de coral e CWCs é muito superior ao que se pensava anteriormente, e revela a necessidade de novas medidas de conservação e o uso de artes de pesca alternativas. Além destas medidas, o desenvolvimento de protocolos de captura acidental excessiva de corais em águas nacionais que imponha a obrigatoriedade de pescar noutra zona pode também ser uma alternativa de gestão viável. Globalmente, este estudo revela a grande biodiversidade de espécies de coral que existe nos jardins de coral e CWCs ao largo de Sagres, bem como o impacto potencialmente significativo que a pesca artesanal pode ter em certas áreas. Para o Capítulo 3 de recuperação de habitats de coral, foram utilizados 12 recifes artificias construídos com blocos de alvenaria para replantar um total de 90 colónias de coral provenientes de descartes da pesca artesanal e que foram instala 20m de profundidade. O desenho experimental incluiu 4 tratamentos diferentes, de acordo com os dois fatores definidos para o estudo, nomeadamente a densidade dos transplantes (10 colónias por m2 vs. 20 colónias por m2) e composição de espécies (mono-específico vs. multi-específico). A espécie Eunicella verrucosa foi usada para os tratamentos mono- e multi-específico e as espécies Leptogorgia sarmentosa e Paramuricea grayi para o tratamento multi-específico. Em média 78% (±4%) dos corais transplantados sobreviveram até 8 meses pós-transplantação. Os resultados mostraram que o tratamento multi-específico de baixa densidade teve a melhor taxa de sobrevivência (87%) apesar do efeito dos tratamentos experimentais não ter sido estatisticamente significativo. No geral, as taxas de sobrevivência para cada tratamento experimental diferiram entre espécies. A espécie com maior taxa de sobrevivência foi a E. verrucosa (82%), enquanto que a P. grayi e L. sarmentosa tiveram a mesma taxa de sobrevivência (67%). A níveis de crescimento, o estudo demonstra que em média não houve crescimento efetivo do comprimento total dos ramos dos corais (-0.32cm±5.97cm) durante os 8 meses de monitorização. Contudo, o potencial de crescimento é bastante elevado em todas as espécies estudadas com a observação de um aumento máximo do comprimento total dos ramos das colónias de 72.61cm, 21.90cm e 113.42cm para a E. verrucosa, P. grayi e L. sarmentosa, respetivamente. Estes resultados, demostram o elevado grau de dinamismo do crescimento das colónias de octocorais, que se partem e voltam a crescer com frequência e rapidez, visto que muitos dos transplantes deste estudo tiveram tal dinâmica. Os resultados também mostraram que o uso da métrica do tamanho total dos ramos parece ser melhor do que a altura máxima das colónias para detetar variações no crescimento de espécies com morfologia ramificada como é o caso dos octocorais. No geral, a metodologia usada neste estudo foi bem-sucedida, sendo que apenas 10% das colónias morreram nos primeiros 3 meses de monitorização, o que indica que a fixação das colónias não constitui uma limitação. No entanto, são necessários estudos adicionais para se perceber se o uso de recifes artificiais poderá ser usado com outras espécies, visto que a sensibilidade a manipulação e características biológicas varia de espécie para espécie. 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