Metamorfoses de Pigmalião: o Mito Clássico no Cinema Contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Teresa Alexandrina Alves
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/97015
Resumo: Dissertação de Mestrado em Estudos Clássicos apresentada à Faculdade de Letras
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Volvidos apenas 3 anos sobre a exibição de La Sortie de l'usine Lumière à Lyon de Louis Lumière, tornou-se na primeira narrativa da Antiguidade Clássica a transformar-se em filme – com realização de Georges Méliès e o título falante de Pygmalion et Galathée – para não mais deixar de o ser: a cada nova cronologia, novas metragens que oscilam entre tratamentos fiéis e recortes alternativos. A contemporaneidade, com a sua predisposição para o “hiper-”, avolumou as abordagens ao fazer do mito motivo estético recorrente para tratar temas como a relação humano-máquina, o vanguardismo tecnológico e a inteligência artificial. Daí resultaram obras como The Stepford Wives (Frank Oz, 2004), Lars and the Real Girl (Craig Gillespie, 2007), Air Doll (Hirokazu Koreeda, 2009), Under the Skin (Jonathan Glazer, 2013), Ex Machina (Alex Garland, 2014), Marjorie Prime (Michael Almereyda, 2017), entre outras. Ciente de que a confluência temporal e a insistência temática superam a possível coincidência, prenunciado uma estreita conexão entre o universo diegético pigmaliónico e as principais coordenadas do mundo atual, esta dissertação centra-se na análise de quatro filmes desse largo conjunto – La Piel que Habito (Pedro Almodóvar, 2011), Ruby Sparks (Jonathan Dayton e Valerie Faris, 2012), Her (Spike Jonze, 2013) e Phantom Thread (Paul Thomas Anderson, 2017) – para deslindar as especificidades de tal vínculo. Não se trata de cunhar um novo género ou movimento artístico à la film noir. O objetivo passa por perceber em que medida a receção do mito clássico pelo cinema contemporâneo assume os contornos de um autêntico tratado de antropologia filosófica. Nele as quatro paredes do ateliê de Pigmalião são eco da experiência solitária da espacialidade urbana recente, a agalmatofilia do cipriota revela-se metáfora da rede massificada de objetos que baliza o quotidiano atual e, por fim, a metamorfose clássica da figura feminina materializa as consequências e reações subjetivas das dinâmicas anteriores.In his Metamorphoses (X.243-297), Ovid narrates the myth of Pygmalion, a sculptor from Cyprus who carves a statue with such realism and passion that the ivory turns into flesh and the work of art turns into a woman. The tale has been adapted frequently to the big screen, and it stands out from other cinematographic adaptations of the Graeco-Roman imaginary in that it accompanies the Seventh Art from its birth to the present. It became the first narrative of Classical Antiquity to generate a film, in a production directed by Georges Méliès and with the telling title Pygmalion et Galathée, only 3 years after the exhibition of La Sortie de l'Usine Lumière à Lyon (1985) by Louis Lumière. Ever since then it has continued to generate more adaptations: each new period produces ever more different films that oscillate between faithful treatments and more alternative takes on the story. The modern period, always prone to the “hyper-”, multiplied the approaches by making the myth into a recurring aesthetic motif to deal with the themes of the human-machine relationship, technological avant-garde and artificial intelligence. This experimentation has produced such works as The Stepford Wives (Frank Oz, 2004), Lars and the Real Girl (Craig Gillespie, 2007), Air Doll (Hirokazu Koreeda, 2009), Under the Skin (Jonathan Glazer, 2013), Ex Machina (Alex Garland, 2014), Marjorie Prime (Michael Almereyda, 2017), and others. This dissertation intends to study the pygmalionic diegetic universe in connection with the main coordinates of the current world in a way that would explain the chronological frequency and thematic insistence of its film adaptions. It attempts to unravel the specificity of that bond through the analysis of four films – La Piel que Habito (Pedro Almodóvar, 2011), Ruby Sparks (Jonathan Dayton and Valerie Faris, 2012), Her (Spike Jonze, 2013) and Phantom Thread (Paul Thomas Anderson, 2017). It does not intend to coin a new genre or artistic movement à la film noir. Rather, it aims to understand to what extent the reception of the classical myth by contemporary cinema takes on the contours of an authentic treatise in philosophical anthropology. In this universe, the four walls of Pygmalion's studio echo the lonely experience of recent urban spatiality, the agalmatophilia of the Cypriot sculptor reveals itself as a metaphor for the mass network of objects that marks current daily life and, finally, the classical female metamorphosis embodies the subjective consequences of the previous dynamics.2021-12-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/97015http://hdl.handle.net/10316/97015TID:202843939porNunes, Teresa Alexandrina Alvesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T06:46:38Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/97015Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:15:09.452485Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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