Nós e os outros: as migrações no Portugal contemporâneo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/96258 https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2020.e417 |
Resumo: | Há 50 anos Portugal era um país de emigração que tinha alguns imigrantes. Após o anunciado fim da emigração constatamos que atravessámos vários ciclos de emigração e retorno, mas que nunca os fluxos de saída deixaram de ter consequências sociais e sociológicas. Afinal a emigração é mais estrutural do que pensáramos. Hoje é um país de migrações. Entre o retorno ou repatriamento de muitos nacionais portugueses e o acolhimento de centenas de milhares de estrangeiros a demografia nacional ganhou diversidade e complexidade. Sem a imigração seríamos menos, mais pobres e mais velhos. A dinâmica e diversidade das origens dos migrantes para Portugal, mas, também, a geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses representa um sinal de alteração do posicionamento do país no sistema migratório global. Numa tradicional lógica evolucionista, Portugal (ainda) não é um centro, mas (já) não é periferia (ou talvez o seja para alguns migrantes). Numa nova lógica de sistemas paralelos talvez as migrações portuguesas possam coexistir num país de emigração e de imigração. Sinal claro deste estatuto é, por exemplo, o facto da lei de nacionalidade ter evoluído, ao sabor de ideologias mais ou menos inclusivas e alargado o número de cidadãos que hoje fazem parte da comunidade nacional. Somos mais do que a soma dos que vivem em Portugal com os que dele partiram. Uma sociedade em movimento, aberta, plena de dinâmicas migratórias que permite antever um futuro cheio de desafios de integração e de gestão da diversidade. Uma sociedade dialogante com o mundo e em interação constante é, seguramente, uma sociedade em crescimento. |
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Nós e os outros: as migrações no Portugal contemporâneoEmigraçãoImigraçãoNeo-semi-periferiaComunidade nacional inclusivaNação-pluralÉmigrationImmigrationNéo-semi-périphérieCommunauté nationale inclusiveNation plurielleHá 50 anos Portugal era um país de emigração que tinha alguns imigrantes. Após o anunciado fim da emigração constatamos que atravessámos vários ciclos de emigração e retorno, mas que nunca os fluxos de saída deixaram de ter consequências sociais e sociológicas. Afinal a emigração é mais estrutural do que pensáramos. Hoje é um país de migrações. Entre o retorno ou repatriamento de muitos nacionais portugueses e o acolhimento de centenas de milhares de estrangeiros a demografia nacional ganhou diversidade e complexidade. Sem a imigração seríamos menos, mais pobres e mais velhos. A dinâmica e diversidade das origens dos migrantes para Portugal, mas, também, a geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses representa um sinal de alteração do posicionamento do país no sistema migratório global. Numa tradicional lógica evolucionista, Portugal (ainda) não é um centro, mas (já) não é periferia (ou talvez o seja para alguns migrantes). Numa nova lógica de sistemas paralelos talvez as migrações portuguesas possam coexistir num país de emigração e de imigração. Sinal claro deste estatuto é, por exemplo, o facto da lei de nacionalidade ter evoluído, ao sabor de ideologias mais ou menos inclusivas e alargado o número de cidadãos que hoje fazem parte da comunidade nacional. Somos mais do que a soma dos que vivem em Portugal com os que dele partiram. Uma sociedade em movimento, aberta, plena de dinâmicas migratórias que permite antever um futuro cheio de desafios de integração e de gestão da diversidade. Uma sociedade dialogante com o mundo e em interação constante é, seguramente, uma sociedade em crescimento.Il y a 50 ans, le Portugal était un pays d'émigration qui ne comptait que quelques migrants. Après la soi-disant !in de l’émigration, il y a une trentaine d’années, on en éprouve encore les conséquences sociales et sociologiques. Après tout, la migration est plus structurelle qu'on ne l'a cru. Aujourd'hui, le Portugal est un pays de migrations, au pluriel. Entre le retour ou le rapatriement de nombreux Portugais et l'accueil de centaines de milliers d'étrangers, la démographie nationale a gagné en diversité et en complexité. Sans immigration, nous serions moins nombreux, plus pauvres et plus vieux. La dynamique et la diversité des origines des migrants au Portugal, mais aussi la géographie des destinations des émigrés portugais représente un signe d'un changement dans la position du pays dans le système migratoire mondial. Dans une logique évolutive traditionnelle, le Portugal n'est pas (encore) un centre, mais n’est pas (ou n'est plus) une périphérie. Dans une nouvelle logique de systèmes parallèles, peut-être, les migrations portugaises pourront coexister dans un pays de migration et d'immigration. Un signe clair de ce statut est, par exemple, le fait que la loi sur la nationalité a évolué pour devenir vraiment inclusive et progressiste. Nous, les Portugais, sommes une communauté imaginée représentant beaucoup plus que la somme de ceux qui vivent au Portugal et de ceux qui en sont partis. Une société en mouvement, ouverte, pleine de dynamiques migratoires, qui permet toujours un avenir plein de dé!is d'intégration et de gestion de la diversité. Une société en dialogue avec le monde et en interaction permanente avec lui.Université de Genève2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/96258http://hdl.handle.net/10316/96258https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2020.e417por2673-5091https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2020.e417Góis, Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T01:45:47Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/96258Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:14:33.723794Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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