Previsão da libertação de fármacos em pensos/adesivos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/12351 |
Resumo: | Esta dissertação teve como objetivo a previsão da libertação de fármacos a partir de pensos/adesivos, com possível aplicação no corpo humano, recorrendo a um modelo matemático adequado. A análise teórica do problema foi complementada com um estudo de cariz experimental onde se pretendeu otimizar uma metodologia para preparar este tipo de pensos. Deste modo, filmes poliméricos à base de quitosano foram preparados para posteriormente serem utilizados em pensos adesivos com fármaco incorporado. O quitosano é um polímero natural obtido através da casca de crustáceos e tem sido proposto com sucesso para diversas aplicações farmacêuticas. Os filmes poliméricos à base de quitosano foram preparados usando como solvente o ácido acético. Recorreu-se ao uso de plastificantes, como a glicerina e o propilenoglicol, e o uso de um reticulante, o glutaraldeído, com o objetivo de melhorar algumas propriedades dos filmes. Os filmes foram preparados modificando a concentração dos seus constituintes, como o quitosano, plastificante e reticulante, e até mesmo o solvente. Os filmes poliméricos depois de preparados foram avaliados quanto à sua capacidade de absorção de água. Concluiu-se que à medida que o teor de plastificante aumenta na composição do filme polimérico, a absorção de água também aumenta, verificando-se o contrário para o reticulante. Já a variação da concentração do quitosano não é notória na absorção de água. Um filme polimérico absorve mais água com menor concentração de reticulante e maior concentração de plastificante. Em filmes poliméricos com 1% de quitosano, 0,1% de reticulante e 1,5 % de plastificante a absorção de água é em média de 110%. Para a mesma composição de filme polimérico descrito, se se modificar apenas a concentração de plastificante e esta for reduzida para 1%, a posterior absorção de água diminui para cerca de 85%. Consegue-se uma absorção de 480% de água, se o filme polimérico tiver na sua constituição 1% de quitosano, 1% de plastificante e ausência de reticulante. É possível uma diminuição desta absorção se se aumentar a concentração de reticulante. Para concentrações de reticulante no filme polimérico de 0,05%, 0,075%, 0,1% e 0,15% observou-se que a absorção de água foi de 240%, 110% e 85%, respetivamente. Se aumentar a concentração de plastificante para 1,5%, presume-se que a absorção de água seja maior. Em filmes poliméricos com 1% de quitosano, 1,5% de plastificante e 0,05% de reticulante, a absorção de água é em média de 320% diminuindo para 100% se se aumentar a concentração de reticulante para 0,1%. No entanto, ao diminuir a concentração de reticulante para 0,075% a absorção de água é 40% maior, atingindo em média 140% de absorção de água. A análise de calorimetria diferencial de varrimento (DSC) efetuada com os filmes preparados com diferentes composições teve como objetivo a determinação da temperatura de transição vítrea. No entanto, não houve evidência desta transição nos filmes estudados na gama de temperaturas utilizada (50-230°C). Através dos sinais térmicos, DSC e TG consegue-se determinar a variação de massa de uma amostra. Esta variação é determinada enquanto a amostra é sujeita a um programa controlado de aquecimento, numa atmosfera bem definida. No sinal DSC a variação de massa é indicada a partir de um pico na curva. A perda de massa nas amostras dos filmes poliméricos está associada à libertação da humidade que existia inicialmente nas amostras. Esta perda é mais acentuada em filmes cuja sua composição não contém reticulante e menos evidente quando os filmes poliméricos apenas têm quitosano. Comparando os resultados obtidos através dos dois sinais, estes revelaram-se bastante próximos. Estudou-se, a evolução da concentração de um fármaco num filme polimérico, recorrendo à segunda lei de Fick. Com os dados obtidos por simulação para a concentração de fármaco foi possível determinar os perfis de massa libertada a partir de pensos poliméricos com uma ou duas camadas. Observou-se que é mais vantajoso o uso de pensos poliméricos com mais do que uma camada, uma vez que é concebível distribuir o fármaco ao longo do penso de uma forma mais proveitosa e adequar um determinado perfil de libertação de fármaco ao tratamento do paciente, permitindo uma libertação mais lenta ou mais acelerada dependendo do que se pretende. Para além de ser possível a distribuição do fármaco de um modo desejável, também é possível a criação de um filme polimérico constituído por polímeros diferentes. |
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Recorreu-se ao uso de plastificantes, como a glicerina e o propilenoglicol, e o uso de um reticulante, o glutaraldeído, com o objetivo de melhorar algumas propriedades dos filmes. Os filmes foram preparados modificando a concentração dos seus constituintes, como o quitosano, plastificante e reticulante, e até mesmo o solvente. Os filmes poliméricos depois de preparados foram avaliados quanto à sua capacidade de absorção de água. Concluiu-se que à medida que o teor de plastificante aumenta na composição do filme polimérico, a absorção de água também aumenta, verificando-se o contrário para o reticulante. Já a variação da concentração do quitosano não é notória na absorção de água. Um filme polimérico absorve mais água com menor concentração de reticulante e maior concentração de plastificante. Em filmes poliméricos com 1% de quitosano, 0,1% de reticulante e 1,5 % de plastificante a absorção de água é em média de 110%. 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Esta perda é mais acentuada em filmes cuja sua composição não contém reticulante e menos evidente quando os filmes poliméricos apenas têm quitosano. Comparando os resultados obtidos através dos dois sinais, estes revelaram-se bastante próximos. Estudou-se, a evolução da concentração de um fármaco num filme polimérico, recorrendo à segunda lei de Fick. Com os dados obtidos por simulação para a concentração de fármaco foi possível determinar os perfis de massa libertada a partir de pensos poliméricos com uma ou duas camadas. Observou-se que é mais vantajoso o uso de pensos poliméricos com mais do que uma camada, uma vez que é concebível distribuir o fármaco ao longo do penso de uma forma mais proveitosa e adequar um determinado perfil de libertação de fármaco ao tratamento do paciente, permitindo uma libertação mais lenta ou mais acelerada dependendo do que se pretende. 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