Vilas de fundação medieval no Alentejo: contributos para o estudo da morfologia urbana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abel, António Borges
Data de Publicação: 1995
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13602
Resumo: “Sem resumo feito pelo autor” - Entendemos que um estudo aprofundado das cidades medievais, no seu conjunto, se deve fazer, não só pela análise do seu traçado, pelo tipo e distribuição espacial dos equipamentos (edifícios e espaços urbanos), mas também pela análise do construído, através de levantamentos sistemáticos, identificados, catalogados e justapostos. "Cruzando" a informação dos traçados com a que nos é fornecida pelos levantamentos dos edifícios, apercebemo-nos, na maior parte dos casos sem sombra para dúvidas, do evoluir da estrutura urbana através da evolução das células que a compõem. Este trabalho pressupõe, no entanto a constituição de equipas pluridisciplinares e uma disponibilidade humana e financeira que transcendem o âmbito de uma tese de mestrado. Assim, o presente estudo será uma tentativa de classificação de vilas de fundação medieval no Alentejo, sem todavia se esgotar em si mesmo, i.e., será o preâmbulo de outro trabalho de investigação mais vasto que tenha em consideração, como metodologia de abordagem, o acima exposto. Objectivos: Colmatando décadas de ausência de um planeamento efectivo na grande maioria dos concelhos do país, assistimos recentemente à profusão de Planos Directores Municipais, estes nem sempre acompanhados de Planos de Urbanização das aglomerações urbanas desses mesmos concelhos. Paralelamente, como consequência da abertura das universidades portuguesas a estudos de pós-graduação, que até há bem pouco tempo estavam limitados às carreiras de docência universitária, tem-se assistido também ao aparecimento de numerosos estudos sobre a cidade (no âmbito de teses de doutoramento e mestrado), normalmente revestindo a forma de monografas. Contudo, estes estudos, se têm um valor documental insubstituível, pelo enorme acervo bibliográfico e informativo que veiculam no âmbito da conhecimento da Idade Média em Portuga1, não obedecem a critérios de sistematização no que concerne ao estudo da cidade medieval, restringindo-se, na maior parte das vezes, à povoação em estudo. Acresce a isto, o facto do enfoque dado à sua grande maioria ter o cunho da formação de base dos autores, i.e., dá-se um peso muito grande à história social, militar, económica e política e não tanto à forma urbana e às suas relações formais com os modelos das cidades antecedentes ou mesmo coevas. Nos PDM's a que já se fez referência, mesmo quando acompanhados de Planos de Urbanização, não é ensaiada sequer uma tentativa de compreensão da forma urbana em estudo, limitando-se estes planos, salvo raríssimas excepções, a propor áreas de expansão que pouco ou nada têm a ver com a forma urbana pré-existente. Assim, o presente trabalho, sem esgotar as hipóteses de estudo dos aglomerados que se apresentam e sem chegar ao estudo da relação morfológica e volumétrica dos edifícios com o traçado urbanístico que é o seu suporte, nem também ao estudo tipológico das habitações "dentro do seu lote", estudo esse que está fora de causa, pela limitação temporal a que está sujeita uma tese de mestrado, pretende pôr em evidência as relações tipológicas dos vários traçados e entre estes e os seus congéneres estrangeiros contemporâneos ou antecedentes. Estabelecer-se-á assim uma classificação que poderá servir de método de análise para situações semelhantes no mesmo território: o Alentejo. Porque a cidade é um corpo vivo, pese embora carregada de história, poderá ainda este estudo permitir uma melhor compreensão dos tecidos urbanos onde outros irão intervir e, deste modo, evitar opções desastrosas para o crescimento dos aglomerados urbanos, de que é nossa obrigação preservar o carácter Éconstruído e "limado" ao longo dos séculos. na preservação da identidade, do carácter, da morfologia, numa palavra, na preservação do "...património urbanístico, arquitectónico e paisagistico...", (sendo o primeiro, porque mais determinante e com menos possibilidades de experimentação prática e também porque é o suporte físico-espacial dos segundos, o que melhor e mais tempo vai perdurar na memória colectiva de uma sociedade). É na preservação daquela identidade, dizíamos, que a presente tese se integra no âmbito do Curso de Mestrado em Recuperação do Património da Universidade de Évora, e que nesta hora de procura de novos caminhos para a região, poderá ainda contribuir para apoiar a constituição de uma rede de cidades e vilas medievais no sul, à semelhança das suas congéneres no sul de França, com potencialidades de usufruto de um turismo cultural cada vez mais exigente. Porquê o Alentejo? Não se tratou de procurar a facilidade pela proximidade geográfica, como também não se deveu a preferências de índole sentimental. Tratou-se de uma opção ditada pela deformação profissional, i.e., sem retirar valor às formas mais ou menos orgânicas do crescimento urbano medieval, visíveis sobretudo no Portugal nortenho, as quais apresentam por vezes, aspectos estéticos de rara beleza e adaptações funcionais, dificilmente superadas pelo "trabalho de estirador", temos uma preferência natural pelo projectado, pelo planeado, por aquilo que antes de tomar forma física visível pelos outros, já existe na mente de quem o projectou. Deste modo, difícil seria, ao pretendermos que o objecto de estudo fosse a forma urbana, que a escolha não recaísse no Alentejo, pois foi aqui que a cidade planeada teve a sua expressão numérica máxima. Para tanto basta retermo-nos no número de fundações, povoamentos, repovoamentos, forais e reconstruções que recaíram sobre o Alentejo e sobre as restantes regiões do país, nos reinados de Afonso III e, principalmente, D. Dinis'. Nunca noutro momento, como neste período, o esforço de povoamento foi tão grande em Portugal. Falamos em termos de concentração numa dada região e não em termos da "qualidade" dos modelos, isto porque, se assim fosse, teríamos obviamente que referir, p.e., Vila Real, Salvaterra de Magos ou Caminha, como expressões paradigmáticas do modelo recticulado medieval.
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Assim, o presente estudo será uma tentativa de classificação de vilas de fundação medieval no Alentejo, sem todavia se esgotar em si mesmo, i.e., será o preâmbulo de outro trabalho de investigação mais vasto que tenha em consideração, como metodologia de abordagem, o acima exposto. Objectivos: Colmatando décadas de ausência de um planeamento efectivo na grande maioria dos concelhos do país, assistimos recentemente à profusão de Planos Directores Municipais, estes nem sempre acompanhados de Planos de Urbanização das aglomerações urbanas desses mesmos concelhos. Paralelamente, como consequência da abertura das universidades portuguesas a estudos de pós-graduação, que até há bem pouco tempo estavam limitados às carreiras de docência universitária, tem-se assistido também ao aparecimento de numerosos estudos sobre a cidade (no âmbito de teses de doutoramento e mestrado), normalmente revestindo a forma de monografas. Contudo, estes estudos, se têm um valor documental insubstituível, pelo enorme acervo bibliográfico e informativo que veiculam no âmbito da conhecimento da Idade Média em Portuga1, não obedecem a critérios de sistematização no que concerne ao estudo da cidade medieval, restringindo-se, na maior parte das vezes, à povoação em estudo. Acresce a isto, o facto do enfoque dado à sua grande maioria ter o cunho da formação de base dos autores, i.e., dá-se um peso muito grande à história social, militar, económica e política e não tanto à forma urbana e às suas relações formais com os modelos das cidades antecedentes ou mesmo coevas. Nos PDM's a que já se fez referência, mesmo quando acompanhados de Planos de Urbanização, não é ensaiada sequer uma tentativa de compreensão da forma urbana em estudo, limitando-se estes planos, salvo raríssimas excepções, a propor áreas de expansão que pouco ou nada têm a ver com a forma urbana pré-existente. 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Tratou-se de uma opção ditada pela deformação profissional, i.e., sem retirar valor às formas mais ou menos orgânicas do crescimento urbano medieval, visíveis sobretudo no Portugal nortenho, as quais apresentam por vezes, aspectos estéticos de rara beleza e adaptações funcionais, dificilmente superadas pelo "trabalho de estirador", temos uma preferência natural pelo projectado, pelo planeado, por aquilo que antes de tomar forma física visível pelos outros, já existe na mente de quem o projectou. Deste modo, difícil seria, ao pretendermos que o objecto de estudo fosse a forma urbana, que a escolha não recaísse no Alentejo, pois foi aqui que a cidade planeada teve a sua expressão numérica máxima. Para tanto basta retermo-nos no número de fundações, povoamentos, repovoamentos, forais e reconstruções que recaíram sobre o Alentejo e sobre as restantes regiões do país, nos reinados de Afonso III e, principalmente, D. Dinis'. 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Contudo, estes estudos, se têm um valor documental insubstituível, pelo enorme acervo bibliográfico e informativo que veiculam no âmbito da conhecimento da Idade Média em Portuga1, não obedecem a critérios de sistematização no que concerne ao estudo da cidade medieval, restringindo-se, na maior parte das vezes, à povoação em estudo. Acresce a isto, o facto do enfoque dado à sua grande maioria ter o cunho da formação de base dos autores, i.e., dá-se um peso muito grande à história social, militar, económica e política e não tanto à forma urbana e às suas relações formais com os modelos das cidades antecedentes ou mesmo coevas. Nos PDM's a que já se fez referência, mesmo quando acompanhados de Planos de Urbanização, não é ensaiada sequer uma tentativa de compreensão da forma urbana em estudo, limitando-se estes planos, salvo raríssimas excepções, a propor áreas de expansão que pouco ou nada têm a ver com a forma urbana pré-existente. 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Porque a cidade é um corpo vivo, pese embora carregada de história, poderá ainda este estudo permitir uma melhor compreensão dos tecidos urbanos onde outros irão intervir e, deste modo, evitar opções desastrosas para o crescimento dos aglomerados urbanos, de que é nossa obrigação preservar o carácter Éconstruído e "limado" ao longo dos séculos. na preservação da identidade, do carácter, da morfologia, numa palavra, na preservação do "...património urbanístico, arquitectónico e paisagistico...", (sendo o primeiro, porque mais determinante e com menos possibilidades de experimentação prática e também porque é o suporte físico-espacial dos segundos, o que melhor e mais tempo vai perdurar na memória colectiva de uma sociedade). É na preservação daquela identidade, dizíamos, que a presente tese se integra no âmbito do Curso de Mestrado em Recuperação do Património da Universidade de Évora, e que nesta hora de procura de novos caminhos para a região, poderá ainda contribuir para apoiar a constituição de uma rede de cidades e vilas medievais no sul, à semelhança das suas congéneres no sul de França, com potencialidades de usufruto de um turismo cultural cada vez mais exigente. Porquê o Alentejo? Não se tratou de procurar a facilidade pela proximidade geográfica, como também não se deveu a preferências de índole sentimental. 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Nunca noutro momento, como neste período, o esforço de povoamento foi tão grande em Portugal. Falamos em termos de concentração numa dada região e não em termos da "qualidade" dos modelos, isto porque, se assim fosse, teríamos obviamente que referir, p.e., Vila Real, Salvaterra de Magos ou Caminha, como expressões paradigmáticas do modelo recticulado medieval.
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