Pediatric cataract : should the posterior capsulotomy and anterior vitrectomy be made through the limbal or pars plana via? : a three study comparison

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braz, Afonso Schönenberger de Oliveira Pimenta
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/42698
Resumo: Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2019
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spelling Pediatric cataract : should the posterior capsulotomy and anterior vitrectomy be made through the limbal or pars plana via? : a three study comparisonCirurgia de catarata pediátricaCapsulotomia posteriorVitrectomia anteriorVia limbarVia pars planaOftalmologiaDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2019Resumo: Introdução: Como conceito, Catarata define-se como uma opacidade da lente. Entre as idades pediátricas, particularmente nos mais jovens, essa opacidade provoca uma privação de estímulo que tem a capacidade de causar ambliopia irreversível. Aliada ao facto de que o olho pediátrico não corresponde morfologicamente ao olho adulto por ainda continuar seu crescimento e maturação, ainda existem vários desafios relativos às soluções cirúrgicas disponíveis e seus respectivos efeitos secundários. Tendo a grande maioria dos casos com catarata pediátrica nenhum tratamento médico possível, a opção cirúrgica é vista como a única maneira de restaurar o desenvolvimento biológico necessário para obter uma acuidade visual bilateral adequada. No entanto, ainda não estão claros todos os aspectos fundamentais da tomada de decisão na hora de escolher a abordagem cirúrgica correta. A lateralidade, a idade da criança, o tipo de catarata e a técnica cirúrgica devem ser consideradas em conjunto para alcançar o melhor resultado visual, nunca esquecendo as complicações pós-operatórias importantes e frequentes que podem comprometer o objetivo inicial. A cirurgia de catarata pediátrica está associada a várias complicações intra e pós-operatórias. Nos últimos anos, como resultado da melhoria da técnica cirúrgica e do management pós-operatório, a taxa de complicações diminuiu. Complicações associadas incluem: opacificação da cápsula posterior, glaucoma, complicações inflamatórias, hemorragia, edema corneano, má posição da lente intra-ocular (LIO), descolamento da retina, infecção, astigmatismo, myopic shift, ambliopia e estrabismo. A opacificação da cápsula posterior (PCO) é a complicação pós-operatória mais comum na idade pediátrica. Desenvolve-se devido à intensa resposta do olho jovem, criando uma resposta inflamatória que leva à formação de membranas fibrosas na superfície anterior do vítreo. Em crianças menores de 5 anos, praticamente ocorre em 100% dos pacientes sem capsulorrexia posterior e vitrectomia anterior. São por isso, hoje em dia, aplicadas globalmente como um procedimento padrão. Na cirurgia de catarata pediátrica, a capsulotomia posterior e a vitrectomia anterior são procedimentos standards nas idades mais jovens. No entanto, atualmente não existe evidência definitiva relativamente superioridade da técnica por via limbar ou pars plana. Métodos: Realizou-se um resumo teórico sobre o tema da cirurgia de catarata em idade pediátrica. Adicionalmente, foi realizada uma pesquisa da literatura utilizando pesquisa eletrónica na PubMed (MEDLINE) e Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) desde sempre até Março de 2019, incluindo todos os estudos comparativos da cirurgia de catarata pediátrica por via limbar vs pars plana. As palavras-chave para pesquisa incluíram “limbar”, “transcorneal”, “pars plana”, “vitrectomia anterior”, “capsulotomia posterior / capsulorrexia”, “comparação de estudo”, “catarata congénita”, “catarata pediátrica”, além de outras expressões relacionadas que foram utilizadas nesta pesquisa, com diferentes combinações, a fim de obter o máximo de artigos disponíveis. Os estudos foram inicialmente selecionados pelo título e resumo e submetidos à avaliação de texto completo se elegíveis. Muitos artigos foram encontrados, todavia a maioria usou apenas uma técnica e tirou conclusões disso. Só foram possíveis reunir três estudos heterogéneos que abordaram a questão pretendida. Resultados: Foram encontrados 3 estudos comparativos: “Comparison between Limbal and Pars Plana Approaches Using Microincision Vitrectomy for Removal of Congenital Cataracts with Primary Intraocular Lens Implantation” - by Ahmadieh, H. et al; “Comparison of Transcorneal and Pars Plana Routes in Pediatric Cataract Surgery in Infants Using a 25-Gauge Vitrectomy System” - by Raina, U. et al; “Comparison between Limbal and Pars Plana Approaches Using Microincision Vitrectomy for Removal of Congenital Cataracts with Primary Intraocular Lens Implantation” - by Liu, X. et al. Tanto a via limbar quanto a pars plana alcançaram bons resultados quanto à acuidade visual. Em termos de acuidade visual, os dois estudos que usaram uma LIO primária, Ahmadieh, H. et al e Liu, X. et al chegaram à mesma conclusão, usando diferentes escalas de medida. Ambas as abordagens relatam boa melhoria da acuidade visual após a cirurgia e nenhuma delas, VCL e VPP, obteve superioridade mensurável da abordagem. Liu, X. et al não revelou diferença estatística directa entre a abordagem VCL e VPP. No estudo de Ahmadieh, H. et al, houve um sistema de classificação para os resultados VA pré e pós-operatórios, de acordo com os grupos, sendo que nenhuma diferença entre a abordagem limbal e pars plana foi encontrada. O estudo de Raina, U. et al não apresentou resultados em relação à acuidade visual pós-operatória. No entanto, é relatado que todos os pacientes em ambos os grupos tinham um eixo visual claro após 12 meses de acompanhamento. No entanto, a taxa de complicações cirúrgicas quando utilizada a via limbar corneano foi superior. Em termos de complicações intra-operatórias: Ahmadieh, H. et al relataram que a capsulotomia inadequada foi três vezes mais frequente com a abordagem limbal em comparação com a pars plana, embora não tenha encontrado uma diferença estatisticamente significativa. Houve também um caso de captura de íris no grupo VPP. Liu, X. et al revelaram uma diferença substancial entre a frequência de complicações intra-operatórias. Entre a aspiração da íris, o prolapso da íris, a lesão na íris e a existência de fragmentos do cristalino no vítreo, 42,5% dos pacientes do grupo VCL apresentaram pelo menos uma complicação em comparação aos 14,6% do grupo VPP. Por outro lado, em 2 dos 12 pacientes do grupo pars plana, relataram ruptura acidental da cápsula posterior antes da conclusão da aspiração da substância, enquanto nenhum foi relatado no grupo limbo. Raina, U. et al não relataram nenhuma complicação durante a operação cirúrgica. No entanto, no grupo VPP, 16,7% dos olhos sofreram acidentalmente ruptura. Em termos de complicações pós-operatórias: Em Liu, X. e cols., também mais pacientes do grupo VCL tiveram complicações pós-operatórias em comparação com a via pars plana (17,5% vs 7,3%). Os autores explicaram isso com a manipulação mais difícil do instrumento com o uso dessa via. A curta câmara anterior tornou a técnica desafiante, levando à falsa manipulação da íris durante a lensectomia e capsulotomia, ainda mais em olhos com pupilas menores. Ahmadieh, H. et al não relataram qualquer complicação como CME, glaucoma, rotura da retina ou luxação da LIO. No entanto, obtiveram um caso em cada grupo de formação de sinéquias posteriores. Raina, U. et al não tiveram complicações pós-operatórias em nenhum dos dois grupos. Em termos de técnica, a abordagem limbar tem a principal vantagem de uma curva de aprendizagem, mais curta, enquanto que através da pars plana é possível realizar uma lensectomia, capsulorréxis posterior e a vitrectomia anterior mais precisas. Conclusão: É sem dúvida verdade que, sem fortes evidências científicas, todas as decisões no mundo médico moderno não se sustentam apenas por si. Não obstante, o caminho para a evidência científica só pode ser feito passo a passo. O mesmo se aplica ao dilema da preferência entre as vias pars plana e limbar. Embora não seja possível chegar a uma conclusão definitiva, devido à grande heterogeneidade obtida nos estudos encontrados, com este trabalho é possível reconhecer alguma superioridade, apesar de limitada, da abordagem pars plana em relação à abordagem límbar de acordo com os resultados cirúrgicos e as avaliações cirúrgicas de especialistas, embora vários cirurgiões prefiram mais frequentemente a via anterior. As PCC e AV, fundamentais para o correto manuseamento de crianças mais novas, feitas através da via pars plana, parecem oferecer ótima execução técnica, manuseio intraoperatório mais seguro e menos complicações futuras. Para ser possível comprovar a conclusão deste trabalho, estudos prospetivos randomizados e metanálises posteriores devem ser realizados.Abstract: Introduction: In pediatric cataract surgery, primary posterior capsulotomy and anterior vitrectomy are common practice in the youngest children. Whether this should be done through the limbal or pars plana route, no strongly evidence-based conclusion has been taken. Methods: A summary of the current standards for pediatric cataract surgery was conducted. Additionally a literature review was performed using an electronic database search on PubMed (MEDLINE) and Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) from inception to March 2019, including all comparative studies of pars plana versus corneal approach for posterior capsulotomy and anterior vitrectomy. Results: Three comparative studies of both approaches were found. Both the limbal and pars plana achieved good results concerning visual acuity. However, the corneal limbus approach presented more intra and post-operative complications when compared to the pars plana route. In terms of technique, the limbal approach had the main advantage of a shorter learning curve, whereas through the pars plana more precise lensectomy, posterior capsulorrhexis and anterior vitrectomy can be achieved. Conclusion: Although no conclusion can be taken due to the high level of heterogeneity, it seems that the pars plana via offered better optimal technical execution, safer intraoperative handling and fewer postoperative complications.Teixeira, Filipa JorgeRepositório da Universidade de LisboaBraz, Afonso Schönenberger de Oliveira Pimenta2020-04-03T15:47:06Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/42698TID:202413764enginfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:42:45Zoai:repositorio.ul.pt:10451/42698Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:55:38.695331Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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