A liberdade como apanágio do ser racional
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/2057 |
Resumo: | Falar de liberdade não é falar de uma ideia só, mas de múltiplas ideias que não são, certamente, ideias do mesmo, pois, a liberdade move povos quer como ideal a perseguir quer como direito a preservar. Teoricamente, a importância do conceito de liberdade é dada pelo valor funcional que cumpre ou se disputa a cumprir em contextos filosóficos tão diversos como a Ética, a Teoria Política, ou a Antropologia Filosófica. No entanto, existe uma tão extraordinária quanto clássica questão em torno da metafísica da liberdade a saber: pode haver liberdade? Ou, que pode a liberdade ser? Antes, a liberdade era vista como resultado de batalhas e de imposição de vontades e justiças. Deste modo, a filosofia kantiana expressa como nenhuma outra a urgência moderna da autonomia do sujeito não, apenas e simplesmente, como condição de possibilidade do conhecimento filosófico mas, e principalmente, como exigência e condição da liberdade. Assim, estabelecer a partir da natureza do conhecimento uma filosofia que, como saber puro, permita determinar racionalmente o princípio supremo de toda a moralidade e propor, posteriormente, a liberdade como condição dessa moralidade, ou seja, como capacidade de iniciar um processo causal, à semelhança de Hannah Arendt cujo pensamento se concentra na ideia de que ser homem e ser livre são uma e a mesma coisa, pois, Deus criou os homens para introduzir no mundo a faculdade de começar: a liberdade, quer como atributo da vontade quer como condição política, é o nosso objectivo. Para levar a bom termo a tarefa de que nos incumbimos procuramos a partir da necessidade de uma filosofia pura prática e, por isso, da determinação de um princípio supremo da moralidade indicar questões essenciais que devem ser consideradas quando se inicia a tarefa de fundamentar uma filosofia moral em bases racionais, ou seja, puras e a priori e apresentar quais são as concepções de liberdade que Hannah Arendt foca e salienta quer na sua relação com a vontade quer na sua relação com a política. Assim, a necessidade de uma lei moral, a sua independência em relação a toda e qualquer experiência humana, o conceito de obrigação de uma vontade perante a universalidade do princípio da moralidade como condição de uma vontade boa, a liberdade como autodeterminação pura da vontade e a autonomia como expressão da Liberdade em Kant, e a liberdade como atributo da vontade ou como raison d’être da política em Hannah Arendt, serão algumas das questões prévias que colocaremos como cenário desta investigação filosófica. Pois, os homens por terem recebido a dupla dádiva da liberdade e da acção são capazes de estabelecer uma realidade própria quer como acção subordinada ao dever, por respeito à lei moral, quer como raison d’être da política. |
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A liberdade como apanágio do ser racionalImmanuel KantHannah ArendtFilosofia políticaFilosofia moralFalar de liberdade não é falar de uma ideia só, mas de múltiplas ideias que não são, certamente, ideias do mesmo, pois, a liberdade move povos quer como ideal a perseguir quer como direito a preservar. Teoricamente, a importância do conceito de liberdade é dada pelo valor funcional que cumpre ou se disputa a cumprir em contextos filosóficos tão diversos como a Ética, a Teoria Política, ou a Antropologia Filosófica. No entanto, existe uma tão extraordinária quanto clássica questão em torno da metafísica da liberdade a saber: pode haver liberdade? Ou, que pode a liberdade ser? Antes, a liberdade era vista como resultado de batalhas e de imposição de vontades e justiças. Deste modo, a filosofia kantiana expressa como nenhuma outra a urgência moderna da autonomia do sujeito não, apenas e simplesmente, como condição de possibilidade do conhecimento filosófico mas, e principalmente, como exigência e condição da liberdade. Assim, estabelecer a partir da natureza do conhecimento uma filosofia que, como saber puro, permita determinar racionalmente o princípio supremo de toda a moralidade e propor, posteriormente, a liberdade como condição dessa moralidade, ou seja, como capacidade de iniciar um processo causal, à semelhança de Hannah Arendt cujo pensamento se concentra na ideia de que ser homem e ser livre são uma e a mesma coisa, pois, Deus criou os homens para introduzir no mundo a faculdade de começar: a liberdade, quer como atributo da vontade quer como condição política, é o nosso objectivo. Para levar a bom termo a tarefa de que nos incumbimos procuramos a partir da necessidade de uma filosofia pura prática e, por isso, da determinação de um princípio supremo da moralidade indicar questões essenciais que devem ser consideradas quando se inicia a tarefa de fundamentar uma filosofia moral em bases racionais, ou seja, puras e a priori e apresentar quais são as concepções de liberdade que Hannah Arendt foca e salienta quer na sua relação com a vontade quer na sua relação com a política. Assim, a necessidade de uma lei moral, a sua independência em relação a toda e qualquer experiência humana, o conceito de obrigação de uma vontade perante a universalidade do princípio da moralidade como condição de uma vontade boa, a liberdade como autodeterminação pura da vontade e a autonomia como expressão da Liberdade em Kant, e a liberdade como atributo da vontade ou como raison d’être da política em Hannah Arendt, serão algumas das questões prévias que colocaremos como cenário desta investigação filosófica. Pois, os homens por terem recebido a dupla dádiva da liberdade e da acção são capazes de estabelecer uma realidade própria quer como acção subordinada ao dever, por respeito à lei moral, quer como raison d’être da política.Talking about freedom it’s not talking about an only idea, but of a multiple ideas that are not, surely, ideas of the same being, freedom moves countries, like ideals to pursue or the right to preserve. Theoretically, the importance of the freedom concept is given by the functional value that fulfills or if it disputes to fulfill, in philosophic contexts so varied like Ethics, the Politics Theory, or Philosophic Anthropology. However, a so extraordinary one exists, how much classic question around the metaphysics of the freedom to know: could freedom exists? Or, what it can the freedom be? Before, freedom was seen as a resulted of battles and imposition of wills and justice. In this way, the Kantian Philosophy express as none another one the modern urgency of citizen autonomy, not only and simply like a possibility condition of the philosophical knowledge, but, and principally, like a requirement and condition of the freedom. So, to establish from the knowledge nature, a philosophy that like a pure knowledge, the morality allows to rationally determine the supreme principle of all and to consider, later, the freedom as condition of this morality, that is, as capacity to initiate a causal process, to the similarity of the Hannah Arendt, whose thought is concentrated in the idea of that to be man and to be free they are the one and same thing therefore, God created the men to introduce in the world the faculty to start: the freedom, as attribute of the will, as a politics condition, is our objective. To take the good term the task of that we charge in them, we look for from the necessity of a practical pure philosophy, and, therefore, of the determination of a supreme principle of the morality, to indicate essential questions that they must be considered when initiates the task to base a moral philosophy on rational bases, that is, pure and a priori, and to present which they are the conceptions of freedom that salient Hannah Arendt, as in its relation with the will, as in its relation with the politics. So, the necessity of a moral law, its independence in relation to all and any experience human being, the concept of obligation of a will before the universality of the beginning of the morality as condition of a good will, the freedom as pure self-determination of the will and the autonomy as expression of the Freedom, in Kant, and the freedom as attribute of the will or as raison d’être of the politics in Hannah Arendt, will be some of the previous questions that we will do as scene of this philosophical inquiry. Therefore, the men for having received the double gift of the freedom and the share are capable to establish a proper reality, only of them, as share subordinated to the duty, for respect to the moral law, as raison d’être of the politics.Universidade da Beira InteriorNascimento, André BaratauBibliorumAires, Fabiana de Jesus Santos2014-07-18T08:56:55Z2009-082009-08-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/2057porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:37:52Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/2057Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:46.537267Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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