Custo-Efectividade do Ertapenem versus Piperacilina/Tazobactam no Tratamento de Infecções do Pé Diabético em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Naik, S
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Pereira, R, Cabete, J, Moniz, L, Neves, J, Jansen, JP
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.17/3307
Resumo: Objectivo:Avaliar o custo-efectividade do ertapenem em comparação com a piperacilina/tazobactam no tratamento das infecções, moderadas a graves, no pé diabético em Portugal. Métodos:Foi efectuada uma análise de custo-efectividade utilizando um modelo de árvore de decisão que tem em conta o desenvolvimento de resistência antibiótica ao longo do tempo com a utilização crescente em vários doentes de um mesmo antibiótico. Esta análise baseou-se num estudo semelhante previamente publicado, realizado no Reino Unido. Foram avaliados custos directos, anos de vida ajustados pela qualidade (QALY) e custos por QALY ganho. As taxas de erradicação microbiológica e de sucesso clínico foram adaptadas do estudo internacional SIDESTEP (Lipsky et al., 2005). Os custos directos associados ao tratamento das infecções do pé diabético são específicos de Portugal. O nível de incerteza dos dados foi determinado através de análises de sensibilidade probabilística. Resultados:Com base na eficiência inicial do ertapenem e da piperacilina/tazobactam reportadas no estudo SIDESTEP, o modelo utilizado sugeriu uma redução de custos de -228 euros (intervalo de confiança de 95% -1,818;916), e um ganho de QALY de 0,10 (intervalo de confiança de 95% -0,04; 0,28) quando as infecções do pé diabético são tratadas com ertapenem em detrimento da piperacilina/tazobactam. É expectável que o perfil de resistência antimicrobiana à piperacilina/tazobactam aumente a uma taxa superior ao do ertapenem após um período de utilização de 3 anos. Consequentemente, a utilização do ertapenem deverá resultar numa redução de custos -4,107 euros; intervalo de confiança de 95% -5,744; -2,930) e num ganho de QALY (0,97; 0,34; 1,71). Quando a taxa de resistência inicial ao ertapenem é superior à prevista com base no estudo SIDESTEP (0,2%), a redução de custos e os ganhos em QALY são menores. Conclusão:Tendo em conta os dados utilizados, o ertapenem pode constituir uma terapêutica mais custo-efectiva, quando comparada com a piperacilina/tazobactam no tratamento da infecção moderada a grave do pé diabético em Portugal. Contudo, reconhecem-se as limitações do presente estudo, que incluem a escassez ou ausência de dados nacionais fiáveis relativos à resistência aos antimicrobianos e à utilização de recursos.
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