Contribution to the study of animal colorectal cancer model in wistar rats

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, Rita Maria Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10977
Resumo: O cancro colorretal (CCR) é uma das principais causas de morte por cancro em todo o mundo, pois carece de formas eficazes de diagnóstico e abordagens terapêuticas. Os modelos animais de cancro têm sido utilizados em estudos experimentais, contribuindo para melhor compreender a sua biopatologia. Este estudo teve como objetivo contribuir para a caracterização da carcinogénese do CCR num modelo animal de indução química, com ratos Wistar. Foram utilizados vinte e nove ratos Wistar machos, distribuídos aleatoriamente em dois grupos controlo (CTRL1 e 2), aos quais foi administrada solução salina, e dois grupos induzidos (CCR1 e 2), aos quais foi administrada 1,2-Dimetilhidrazina (DMH) (40mg/kg). Todos os ratos foram monitorizados semanalmente para identificar sinais de stresse através da aplicação de Humane Endpoints, e registado o seu peso corporal, os consumos de comida e água. As temperaturas corporais foram medidas por termografia no dorso e no abdómen. Os grupos CCR1 e CTRL1, e os grupos CCR2 e CTRL2 foram sacrificados às semanas 11 e 17 após o início das administrações, respetivamente. Todos os animais foram sacrificados por overdose de anestesia, seguida de exsanguinamento por punção cardíaca direta. Durante a necropsia, foram recolhidas amostras de tecidos e sangue para posterior análise: histopatologia, microhematócrito, marcadores bioquímicos, ensaio do cometa e stresse oxidativo. Cinco animais dos grupos induzidos morreram inesperadamente durante o protocolo de enterite hemorrágica. Foi observada uma uniformidade de características anteriores à morte prematura de três dos cinco animais (aumento de 10% do seu peso corporal, distensão do abdómen, diarreia e priapismo). A temperatura abdominal do grupo CCR2 foi significativamente superior, quando comparada ao grupo CTRL2 (p=0.008). Os animais do grupo CCR apresentaram menor microhemócrito. Não há evidências de inflamação sistémica nos animais induzidos; no entanto, os parâmetros de CRP e IL-6 são superiores nos grupos CTRL. As concentrações séricas de grelina e miostatina também foram superiores nos grupos controlos. Os grupos controlo não apresentaram lesões no cólon; os grupos induzidos, caracterizaram-se pela presença de lesões pré-neoplásicas em alguns animais, que incluíram displasia moderada a severa. Foi observada uma neoplasia benigna (adenoma) num animal do grupo CCR2. Foi observada a presença de infiltrado inflamatório a nível intestinal (intestino delgado, ceco e cólon), pulmão e fígado em todos os animais; no entanto, a inflamação foi significativamente maior nos grupos induzidos. Os resultados do ensaio do cometa e do stresse oxidativo mostraram que o DMH induziu toxicidade nas amostras de fígado e do colón nos animais induzidos, respetivamente. Acreditamos que a análise do microbioma intestinal ajudará a compreender os eventos fisiopatológicos subjacentes à carcinogénese química do CCR. No futuro, esperamos analisar o sangue oculto nas fezes e incluí-lo na tabela de humane endpoints, de forma a melhorar a monitorização do bem-estar animal aquando da indução de CCR. Concluindo, o DMH induziu predominantemente lesões pré-neoplásicas ao nível do colon, o que sugere que no fim do protocolo experimental a doença se encontrava num estágio inicial. Sendo assim, este modelo de indução química parece não ser o mais adequado para a indução e posterior caracterização do CCR.
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Todos os ratos foram monitorizados semanalmente para identificar sinais de stresse através da aplicação de Humane Endpoints, e registado o seu peso corporal, os consumos de comida e água. As temperaturas corporais foram medidas por termografia no dorso e no abdómen. Os grupos CCR1 e CTRL1, e os grupos CCR2 e CTRL2 foram sacrificados às semanas 11 e 17 após o início das administrações, respetivamente. Todos os animais foram sacrificados por overdose de anestesia, seguida de exsanguinamento por punção cardíaca direta. Durante a necropsia, foram recolhidas amostras de tecidos e sangue para posterior análise: histopatologia, microhematócrito, marcadores bioquímicos, ensaio do cometa e stresse oxidativo. Cinco animais dos grupos induzidos morreram inesperadamente durante o protocolo de enterite hemorrágica. 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Sendo assim, este modelo de indução química parece não ser o mais adequado para a indução e posterior caracterização do CCR.Colorectal cancer (CRC) is a leading cause of cancer death worldwide, as it lacks effective forms of diagnosis and therapeutic approaches. Animal models of cancer have been used in experimental studies, contributing to better understand their biopathology. This study aimed to contribute to the characterization of CRC carcinogenesis in a chemically induced animal model. Twenty-nine male Wistar rats were used, randomly assigned to two control groups (CTRL1 and 2), who were administrated normal saline, and two induced groups (CRC1 and 2), who were administrated 1,2-Dimethylhydrazine (DMH) (40mg/kg). All rats were monitored weekly for signs of stress using humane endpoints, and their body weight, food and water consumption were recorded. Body temperatures were measured by thermography on the back and abdomen. The CRC1 and CTRL1 groups, and the CRC2 and CTRL2 groups were sacrificed at weeks 11 and 17 after the start of administrations, respectively. All animals were sacrificed by an overdose of anesthesia, followed by exsanguination by direct cardiac puncture. During necropsy, tissue and blood samples were collected for further analysis: histopathology, microhematocrit, biochemical markers, comet assay and oxidative stress. Five animals in the induced groups died unexpectedly during the protocol with hemorrhagic enteritis. There was an uniformity of characteristics prior to the premature death of three of the five animals (10% increase in body weight, swollen abdomen, diarrhea and priapism). The abdominal temperature in the CRC2 group was significantly higher when compared to the CTRL2 group (p = 0.008). The animals in the CRC group had lower microhematocrit. There is no evidence of systemic inflammation in the induced animals; however, the CRP and IL-6 parameters were higher in the CTRL groups. The serum concentrations of ghrelin and myostatin were also higher in the control groups. The control groups showed no proliferative lesions in the colon, whereas the induced groups were characterized by the presence of pre-neoplastic lesions in some animals, which included moderate to severe epithelial dysplasia. A benign neoplasm (adenoma) was observed in an animal of the CRC2 group. The presence of inflammatory infiltrate at the intestinal level (small intestine, cecum and colon), lung and liver were observed in all animals; however, inflammation was significantly higher in the induced groups. Data from comet assay and oxidative stress showed that DMH induced toxicity in the liver and colon samples in the induced animals, respectively. We believe that the analysis of the intestinal microbiome will help to understand the pathophysiological events underlying the chemical carcinogenesis of CRC. In the future, we hope to analyze the occult blood in the stool and include it in the humane endpoints table, in order to improve the monitoring of animal welfare when inducing CRC. In conclusion, DMH predominantly induced pre-neoplastic lesions at the colon level, which suggests, that at the end of the experimental protocol the disease was at an early stage. Therefore, this chemical induction protocol does not seem to be the most suitable for the induction and subsequent characterization of CRC in this rodent model.2022-01-17T14:46:57Z2021-03-12T00:00:00Z2021-03-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10977engReis, Rita Maria Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:52:16Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10977Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:25.144972Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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