Avaliação da contribuição do astigmatismo corneano posterior para o astigmatismo corneano total e a sua relação com a idade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Ricardo Dourado
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.9740
Resumo: Introdução: O astigmatismo corneano é o principal determinante do astigmatismo corneano total. Classicamente, assume-se uma relação fixa entre o astigmatismo anterior e posterior da córnea para deduzir a contribuição da superfície posterior da córnea. Tecnologia mais recente, baseada em imagens de Scheimpflug e na tomografia de coerência óptica, permite analisar de forma independente a superfície posterior da córnea. O objectivo do estudo é avaliar a contribuição do astigmatismo corneano anterior e posterior para o total e relacionar a magnitude e tipos de astigmatismo com a idade. Material e métodos: Os autores mediram o astigmatismo anterior, posterior e total através do tomógrafo Pentacam HR® (Oculus). Foram incluídos 123 olhos de 123 pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 80 anos de idade, com um astigmatismo corneano superior a 1,00D e sem antecedentes de doença corneana ou procedimento cirúrgico corneano. Resultados: Verificou-se uma relação fraca e negativa entre os valores de astigmatismo corneano e a idade. Aproximadamente 94,1% da variação do astigmatismo total é explicada pelo astigmatismo anterior e posterior, sendo que o astigmatismo corneano anterior apresenta uma correlação positiva e o astigmatismo posterior uma correlação negativa. Verifica-se que, na superfície anterior da córnea, o astigmatismo a favor da regra surge em idades inferiores ao oblíquo, estando o astigmatismo contra a regra associado a idades mais avançadas aos dois tipos anteriores. Na superfície posterior, não existem diferenças significativas (teste ANOVA, p<0.05). Usando um modelo de regressão linear múltipla, observámos que valores mais altos de astigmatismo corneano anterior estão associados a valores mais altos de astigmatismo total (p>0,05). Por seu turno, valores mais altos de astigmatismo na superfície posterior da córnea estão associados a valores mais baixos de astigmatismo total (p<0,05). Conclusão: O astigmatismo corneano anterior contribui de forma diferente do astigmatismo posterior para o astigmatismo corneano total. Não podemos estimar o astigmatismo da superfície posterior da córnea avaliando apenas a sua superfície anterior. A definição da contribuição do astigmatismo corneano posterior para o astigmatismo corneano total assume um papel fundamental na correcção do astigmatismo na cirurgia de cristalino com implante de lente tórica. Ignorar o astigmatismo da superfície posterior da córnea pode conduzir a erros na correcção astigmática.
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