PLATÃO, Teeteto, (versão do grego de Adriana Nogueira e Marcelo Boeri)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/19614 |
Resumo: | Nesta obra de Platão, a estrutura do diálogo parece comparativamente simples. Após uma dupla introdução dramática, a segunda das quais gradualmente vai assumindo uma função metodológica, Sócrates lança a pergunta – “O que é o saber?” -, que comandará todo o diálogo. É a ela que Teeteto apresenta as três respostas que constituem o diálogo, cada uma das quais, pela sua autonomia, serve de baliza à argumentação. […] O argumento do diálogo é animado por uma intenção, expressa no plano dramático: a de recordar a personalidade de Teeteto, relatando um episódio da sua educação filosófica (144d-151e). Esta intenção explica alguns excessos erísticos da argumentação de Sócrates, bem como as frequentes digressões, particularmente no curso da refutação de Protágoras. Mas deixa-se progressivamente atenuar, ao longo das refutações da segunda e terceira respostas de Teeteto, devido à especiosa dificuldade de muitos dos problemas levantados pela argumentação de Sócrates. Este facto indicia uma gradual transformação na abordagem da questão do saber. Podemos considerar o exame da primeira resposta meramente introdutório e constitutivo do problema, refutando Teeteto, a partir da crítica das sucessivas versões apresentadas da ontoepistemologia, atribuída a Heraclito e Protágoras. Tudo muda, porém, após a refutação desta resposta, emergindo o saber como problema autónomo. O exame da segunda resposta dá origem à constituição da cognição, como atividade unificada à emergência do “problema do conhecimento”, poderemos dizer. É desta que parte o exame da terceira resposta, o qual, aceitando os resultados da análise precedente, se confronta com uma nova dificuldade: a da possibilidade e meio de atingir o saber. Esta perspetiva contribui para colocar o problema da integração do diálogo no Corpus em termos muito diferentes dos habituais. (Da introdução de J. Trindade Santos) |
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