Inventários : aspectos do consumo e da vida material em Lisboa nos finais do Antigo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Madureira, Nuno Luís
Data de Publicação: 1989
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/26838
Resumo: O ensaio erudito e a reportagem curiosa têm dominado os trabalhos sobre a história da vida quotidiana. Terra de ninguém, esta área de estudos chega por vezes a confundir-se com o repor tório de pormenores, pequenos rendilhados do saber histórico que dão origem a uma "retórica do supérfluo". 0 lado exótico e espectacular da informação é sobrevalorizado, enquanto a ideia de tempo que informa a "vida quotidiana" é a de uma filigrana de acontecimentos independentes, ou até, em curto circuito interno. Na fase inicial deste trabalho, a leitura dos ensaios de Mareei Mauss sobre as técnicas de expressão corporal, e sobre a economia do "dom", abriu caminhos para uma abordagem diferente dessa mesma problemática, renovando o interesse numa tentativa de análise aplicada. A ideia de um quotidiano socialmente marcado, ganhou consistência. Tratava-se então de examinar em que medida mecanismos de poder e estratégias de emulação social, não conta minariam todo o campo da vida piSblica e privada. O quadro da investigação foi adquirindo solidez. Desde muito cedo se tornou claro que os corpos documentais geralmente empregues no estudo da vida quotidiana (fontes lite rárias e para-literárias) , além de sofrerem dos defeitos e qualidades inerentes aos discursos feitos na primeira pessoa do singular, apresentavam um carácter absolutamente segmentàrio, não permitindo a comparação no espaço e no tempo de fenómenos de uma mesma natureza. Por outro lado, interessava-nos adoptar uma perspectiva em que os comportamentos , atitudes e háDitos dos indivíduos não surgissem apr ior lsticamente desligados das suas condiçóes de subsistência. 0 objecto de investigação escolhido, foi assim, não a vida quotidiana, mas as í nf raestruturas mate riais da vida quotidiana, os patrimónios dos agregados, suportes silenciosos para as rotinas e aventuras do dia-a-dia.
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