RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos,M
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Almeida,A, Lopes,C, Oliveira,T
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075
Resumo: RESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivos: Existem algumas normas/ manuais de Boas Práticas, em alguns setores profissionais, que salientam a necessidade do trabalhador evitar ou não usar determinados adereços estéticos (como anéis, alianças, relógio, pulseiras e/ ou equivalentes), quer ponderando a potenciação do contato com agentes biológicos e/ ou químicos, quer de terceiros o fazerem, por seu intermédio. Os estudos dedicados a este tema são muito escassos e referentes aos profissionais de saúde; contudo, em muitos outros setores esta temática é relevante, nomeadamente na produção alimentar, tatuagem, elaboração de utensílios/ equipamentos que necessitem de estar estéreis e qualquer setor que lide com agentes químicos relevantes, por exemplo. Metodologia: Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Scopus e RCAAP”. Conteúdo: O uso de anéis diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas e/ ou por baixo. Para além disso, podem rasgar as luvas de proteção; mas o uso destes equipamentos atenua a carga microbiana dos anéis. Contudo, alguns investigadores defendem que não há evidência estatística robusta de que o uso de anéis altere a taxa de infeção pós-operatório. Ainda assim fará sentido que alguns profissionais retirem os anéis para trabalhar, sobretudo os que forem rugosos/ com relevos - quer pela carga microbiana, quer pela capacidade de rasgar a luva. Os que têm superfícies lisas, como as alianças convencionais, não parecem ser tão problemáticos. Quanto aos relógios e pulseiras, pensa-se que eles não contribuem para um aumento significativo da taxa de infeção; ainda assim alguns investigadores recomendam que estes sejam retirados, antes mesmo da lavagem das mãos. O uso de verniz ungueal diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas do verniz; no entanto não há evidência estatística robusta de que o uso de vernizes altere a taxa de infeção pós-operatório, por exemplo. Unhas compridas apresentam maior carga microbiana, sobretudo se recobertas por verniz irregular (com alguns dias). Para além disso, unhas alongadas também podem aumentar a probabilidade de rasgar a luva, sejam naturais ou com extensões. Logo, fará sentido que alguns profissionais as usem curtas. Uma vez que a evidência científica que correlaciona a infeção hospitalar ao uso de joias ou unhas artificiais entre profissionais de saúde é pouco robusta, as normas associadas não são uniformes entre instituições e/ ou existem mais no formato de recomendação. Conclusões: Os estudos são escassos e não aparentam por vezes evidências concordantes ou robustas, pelo que seria útil que investigações rigorosas fossem executadas, ou seja, que uma equipa de Saúde Ocupacional a exercer numa empresa com risco biológico e/ ou químico delineasse e executasse tal projeto e, posteriormente, divulgasse os seus resultados em revista da especialidade. Na dúvida, até surgir evidência clara, objetos como anéis, alianças, relógios e pulseiras deverão ser removidos antes do trabalho e da lavagem das mãos e o tamanho das unhas/ uso de verniz ou de extensões ungueais deverá ser bem ponderado.
id RCAP_100432a264f43f51f85bb7e7c0faa6f4
oai_identifier_str oai:scielo:S2183-84532020000100075
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)risco biológicorisco químicoanéisaliançasrelógiospulseirassaúde ocupacional e medicina do trabalhoRESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivos: Existem algumas normas/ manuais de Boas Práticas, em alguns setores profissionais, que salientam a necessidade do trabalhador evitar ou não usar determinados adereços estéticos (como anéis, alianças, relógio, pulseiras e/ ou equivalentes), quer ponderando a potenciação do contato com agentes biológicos e/ ou químicos, quer de terceiros o fazerem, por seu intermédio. Os estudos dedicados a este tema são muito escassos e referentes aos profissionais de saúde; contudo, em muitos outros setores esta temática é relevante, nomeadamente na produção alimentar, tatuagem, elaboração de utensílios/ equipamentos que necessitem de estar estéreis e qualquer setor que lide com agentes químicos relevantes, por exemplo. Metodologia: Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Scopus e RCAAP”. Conteúdo: O uso de anéis diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas e/ ou por baixo. Para além disso, podem rasgar as luvas de proteção; mas o uso destes equipamentos atenua a carga microbiana dos anéis. Contudo, alguns investigadores defendem que não há evidência estatística robusta de que o uso de anéis altere a taxa de infeção pós-operatório. Ainda assim fará sentido que alguns profissionais retirem os anéis para trabalhar, sobretudo os que forem rugosos/ com relevos - quer pela carga microbiana, quer pela capacidade de rasgar a luva. Os que têm superfícies lisas, como as alianças convencionais, não parecem ser tão problemáticos. Quanto aos relógios e pulseiras, pensa-se que eles não contribuem para um aumento significativo da taxa de infeção; ainda assim alguns investigadores recomendam que estes sejam retirados, antes mesmo da lavagem das mãos. O uso de verniz ungueal diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas do verniz; no entanto não há evidência estatística robusta de que o uso de vernizes altere a taxa de infeção pós-operatório, por exemplo. Unhas compridas apresentam maior carga microbiana, sobretudo se recobertas por verniz irregular (com alguns dias). Para além disso, unhas alongadas também podem aumentar a probabilidade de rasgar a luva, sejam naturais ou com extensões. Logo, fará sentido que alguns profissionais as usem curtas. Uma vez que a evidência científica que correlaciona a infeção hospitalar ao uso de joias ou unhas artificiais entre profissionais de saúde é pouco robusta, as normas associadas não são uniformes entre instituições e/ ou existem mais no formato de recomendação. Conclusões: Os estudos são escassos e não aparentam por vezes evidências concordantes ou robustas, pelo que seria útil que investigações rigorosas fossem executadas, ou seja, que uma equipa de Saúde Ocupacional a exercer numa empresa com risco biológico e/ ou químico delineasse e executasse tal projeto e, posteriormente, divulgasse os seus resultados em revista da especialidade. Na dúvida, até surgir evidência clara, objetos como anéis, alianças, relógios e pulseiras deverão ser removidos antes do trabalho e da lavagem das mãos e o tamanho das unhas/ uso de verniz ou de extensões ungueais deverá ser bem ponderado.Ajeogene Serviços Médicos Lda2020-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online v.9 2020reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075Santos,MAlmeida,ALopes,COliveira,Tinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:31:23Zoai:scielo:S2183-84532020000100075Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:34:31.226333Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
title RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
spellingShingle RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
Santos,M
risco biológico
risco químico
anéis
alianças
relógios
pulseiras
saúde ocupacional e medicina do trabalho
title_short RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
title_full RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
title_fullStr RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
title_full_unstemmed RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
title_sort RISCO BIOLÓGICO E/ OU QUÍMICO EVENTUALMENTE ASSOCIADO AO USO DE ADEREÇOS PELO TRABALHADOR (COMO ANEIS, ALIANÇAS, RELÓGIOS, PULSEIRAS)
author Santos,M
author_facet Santos,M
Almeida,A
Lopes,C
Oliveira,T
author_role author
author2 Almeida,A
Lopes,C
Oliveira,T
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos,M
Almeida,A
Lopes,C
Oliveira,T
dc.subject.por.fl_str_mv risco biológico
risco químico
anéis
alianças
relógios
pulseiras
saúde ocupacional e medicina do trabalho
topic risco biológico
risco químico
anéis
alianças
relógios
pulseiras
saúde ocupacional e medicina do trabalho
description RESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivos: Existem algumas normas/ manuais de Boas Práticas, em alguns setores profissionais, que salientam a necessidade do trabalhador evitar ou não usar determinados adereços estéticos (como anéis, alianças, relógio, pulseiras e/ ou equivalentes), quer ponderando a potenciação do contato com agentes biológicos e/ ou químicos, quer de terceiros o fazerem, por seu intermédio. Os estudos dedicados a este tema são muito escassos e referentes aos profissionais de saúde; contudo, em muitos outros setores esta temática é relevante, nomeadamente na produção alimentar, tatuagem, elaboração de utensílios/ equipamentos que necessitem de estar estéreis e qualquer setor que lide com agentes químicos relevantes, por exemplo. Metodologia: Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Scopus e RCAAP”. Conteúdo: O uso de anéis diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas e/ ou por baixo. Para além disso, podem rasgar as luvas de proteção; mas o uso destes equipamentos atenua a carga microbiana dos anéis. Contudo, alguns investigadores defendem que não há evidência estatística robusta de que o uso de anéis altere a taxa de infeção pós-operatório. Ainda assim fará sentido que alguns profissionais retirem os anéis para trabalhar, sobretudo os que forem rugosos/ com relevos - quer pela carga microbiana, quer pela capacidade de rasgar a luva. Os que têm superfícies lisas, como as alianças convencionais, não parecem ser tão problemáticos. Quanto aos relógios e pulseiras, pensa-se que eles não contribuem para um aumento significativo da taxa de infeção; ainda assim alguns investigadores recomendam que estes sejam retirados, antes mesmo da lavagem das mãos. O uso de verniz ungueal diminui a eficácia da lavagem das mãos, uma vez que algumas bactérias podem permanecer nas irregularidades microscópicas do verniz; no entanto não há evidência estatística robusta de que o uso de vernizes altere a taxa de infeção pós-operatório, por exemplo. Unhas compridas apresentam maior carga microbiana, sobretudo se recobertas por verniz irregular (com alguns dias). Para além disso, unhas alongadas também podem aumentar a probabilidade de rasgar a luva, sejam naturais ou com extensões. Logo, fará sentido que alguns profissionais as usem curtas. Uma vez que a evidência científica que correlaciona a infeção hospitalar ao uso de joias ou unhas artificiais entre profissionais de saúde é pouco robusta, as normas associadas não são uniformes entre instituições e/ ou existem mais no formato de recomendação. Conclusões: Os estudos são escassos e não aparentam por vezes evidências concordantes ou robustas, pelo que seria útil que investigações rigorosas fossem executadas, ou seja, que uma equipa de Saúde Ocupacional a exercer numa empresa com risco biológico e/ ou químico delineasse e executasse tal projeto e, posteriormente, divulgasse os seus resultados em revista da especialidade. Na dúvida, até surgir evidência clara, objetos como anéis, alianças, relógios e pulseiras deverão ser removidos antes do trabalho e da lavagem das mãos e o tamanho das unhas/ uso de verniz ou de extensões ungueais deverá ser bem ponderado.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-06-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000100075
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Ajeogene Serviços Médicos Lda
publisher.none.fl_str_mv Ajeogene Serviços Médicos Lda
dc.source.none.fl_str_mv Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online v.9 2020
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137401480675328