Literacia da informação e Ciência Aberta em Saúde: o antes e o depois

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Maria Da Luz
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Lopes, Carlos, Sanches, Tatiana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.21/9064
Resumo: A ACRL editou, no ano 2000, o documento «Information literacy competency standards for higher education» que padroniza e descreve os objetivos específicos de aprendizagem para estudantes do ensino superior na área da informação (i.e., o quê e onde pesquisar, como definir estratégias de pesquisa, como selecionar e avaliar a informação recuperada, como usar de forma ética e legal a informação). Estes Standards estabeleceram objetivos de aprendizagem para implementar ativamente a literacia da informação na comunidade académica. Reconheceram também o papel dos profissionais da informação que há muito tempo desenvolviam informalmente estas práticas. Ao longo dos anos, muitas disciplinas se inspiraram nos Standards para formular os seus objetivos específicos no processo ensino-aprendizagem, nomeadamente na enfermagem, na psicologia e nas ciências da saúde. Mas os Standards tiveram de evoluir e adaptar-se. Assim como as disciplinas avaliam e acreditam regularmente as suas práticas e currículos, também a prática da literacia da informação teve de ser revista e reavaliada em termos da sua relevância e aplicação. Em 2016, a ACRL adota a nova «Framework for information literacy for higher education», a qual sustenta uma metamorfose. A literacia da informação mantém-se como um padrão de competências integradas que contemplam a descoberta reflexiva da informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada e o uso da informação na criação ética e legal de novo conhecimento. Mas a nova Framework baseia-se num conjunto de conceitos básicos interconectados, de implementação flexível, ao invés de um conjunto de padrões ou de resultados de aprendizagem. Desenvolve-se em torno de um conjunto de molduras conceptuais (frames), que integram metas e conceitos que os estudantes devem alcançar e ultrapassar de modo a garantir o desenvolvimento de conhecimentos genuínos numa disciplina, profissão ou domínio do conhecimento. E as frames são: a Autoridade, que se constrói e é contextual; a Criação de Informação como um processo; a Informação como valor; a Investigação como processo interativo; a Comunicação Académica como plataforma de diálogo; e a Pesquisa como exploração estratégica. Cada uma destas frames inclui uma secção de prática do conhecimento usada para demonstrar como o domínio do conceito conduz à sua aplicação em novas situações e à criação de mais conhecimento; inclui também um conjunto de disposições que trabalham o saber-estar em processo de aprendizagem. A nova Framework sugere uma abordagem diferente para integrar a literacia da informação na Ciência Aberta, enfatizando o conhecimento sobre a aquisição de competências. Que desafios e implicações práticas tem a nova Framework para a Ciência Aberta em saúde? A sua flexibilidade tem vantagens significativas. Abre o caminho a profissionais da informação em saúde, professores e outros parceiros institucionais para reformular a formação, cursos e até currículos; associa a literacia da informação a iniciativas de sucesso dos estudantes; colabora pedagogicamente na investigação em saúde e envolve os estudantes nesse processo; e amplia o diálogo, dentro e fora do ensino superior, sobre a aprendizagem, a sua avaliação e a comunicação académica.
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Ao longo dos anos, muitas disciplinas se inspiraram nos Standards para formular os seus objetivos específicos no processo ensino-aprendizagem, nomeadamente na enfermagem, na psicologia e nas ciências da saúde. Mas os Standards tiveram de evoluir e adaptar-se. Assim como as disciplinas avaliam e acreditam regularmente as suas práticas e currículos, também a prática da literacia da informação teve de ser revista e reavaliada em termos da sua relevância e aplicação. Em 2016, a ACRL adota a nova «Framework for information literacy for higher education», a qual sustenta uma metamorfose. A literacia da informação mantém-se como um padrão de competências integradas que contemplam a descoberta reflexiva da informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada e o uso da informação na criação ética e legal de novo conhecimento. Mas a nova Framework baseia-se num conjunto de conceitos básicos interconectados, de implementação flexível, ao invés de um conjunto de padrões ou de resultados de aprendizagem. Desenvolve-se em torno de um conjunto de molduras conceptuais (frames), que integram metas e conceitos que os estudantes devem alcançar e ultrapassar de modo a garantir o desenvolvimento de conhecimentos genuínos numa disciplina, profissão ou domínio do conhecimento. E as frames são: a Autoridade, que se constrói e é contextual; a Criação de Informação como um processo; a Informação como valor; a Investigação como processo interativo; a Comunicação Académica como plataforma de diálogo; e a Pesquisa como exploração estratégica. Cada uma destas frames inclui uma secção de prática do conhecimento usada para demonstrar como o domínio do conceito conduz à sua aplicação em novas situações e à criação de mais conhecimento; inclui também um conjunto de disposições que trabalham o saber-estar em processo de aprendizagem. A nova Framework sugere uma abordagem diferente para integrar a literacia da informação na Ciência Aberta, enfatizando o conhecimento sobre a aquisição de competências. Que desafios e implicações práticas tem a nova Framework para a Ciência Aberta em saúde? A sua flexibilidade tem vantagens significativas. Abre o caminho a profissionais da informação em saúde, professores e outros parceiros institucionais para reformular a formação, cursos e até currículos; associa a literacia da informação a iniciativas de sucesso dos estudantes; colabora pedagogicamente na investigação em saúde e envolve os estudantes nesse processo; e amplia o diálogo, dentro e fora do ensino superior, sobre a aprendizagem, a sua avaliação e a comunicação académica.ABSTRACT - In 2000, ACRL published the «Information literacy competency standards for higher education», a document that standardizes and describes specific learning objectives for higher education students in the area of information (e.g., what and where to search, how to define search strategies, how to select and evaluate the information retrieved, how to use ethical and legal information). These Standards set learning objectives to be shared with teachers and have actively implemented information literacy in the academic community. They also recognized the role of librarians who had long been informally developing these practices. Over the years, many disciplines have been inspired by the Standards to formulate their specific objectives in the learning process. The Standards have evolved and adapted though. Just as the disciplines regularly evaluate and credit their practices and curricula, the practice of information literacy has also had to be reviewed and re-evaluated in terms of its relevance and application. In 2016, the ACRL adopts the new «Framework for health literacy for higher education», which sustains a metamorphosis. Information literacy remains a pattern of integrated competencies that encompass the reflexive discovery of information, the understanding of how information is produced and valued, and the use of information in the ethical and legal creation of a new knowledge. But the new Framework is based on a set of interconnected and flexible implementation concepts, rather than a set of standards or learning outcomes. It develops around a set of conceptual frames, which integrate goals and concepts that students must reach and surpass in order to guarantee the development of genuine knowledge in a discipline, profession or mastery of knowledge. The frames are: Authority is constructed and contextual; Information Creation as a process; Information has value; Research as inquiry; Scholarship as conversation; and Searching as strategic exploration. Each of these frames includes a knowledge practice section used to demonstrate how the domain of the concept leads to its application in new situations and the creation of more knowledge; also includes a set of dispositions that work the know-how in the learning process. The new Framework suggests a different approach to integrating information literacy into Open Science, emphasizing knowledge about skill acquisition. What challenges and practical implications do have the new Framework for Open Science? Its flexibility has significant advantages. It opens the way for librarians, teachers and other institutional partners to reshape training, courses and even curricula; it associates information literacy with successful student initiatives; it collaborates pedagogically in research and involves students in this process; and it broadens dialogue within and outside higher education about learning, assessment, and academic communication.Associação Portuguesa de Documentação e Informação de SaúdeRCIPLAntunes, Maria Da LuzLopes, CarlosSanches, Tatiana2018-11-16T15:36:00Z2018-032018-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.21/9064porAntunes ML, Lopes C, Sanches T. Literacia da informação e Ciência Aberta em Saúde: o antes e o depois. In: XIII Jornadas APDIS, ESTeSL (Lisboa), 14-16 de março de 2018. Lisboa: APDIS; 2018.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T09:57:18Zoai:repositorio.ipl.pt:10400.21/9064Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:17:42.868861Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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