Recursos piscícolas do Mesolítico Final no sítio do Vidigal (Costa Sudoeste portuguesa)

• Autor(a) principal: Gabriel, Sónia
• Data de Publicação: 2022
• Outros Autores: Soares, Joaquina, Silva, Carlos Tavares da
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/56182

O sítio do Vidigal é um dos locais do Mesolítico Tardio da planície costeira entre Sines e o Cabo Sardão. O sítio localiza-se na margem sul do Barranco do Queimado, a uma altitude de ca. 50 m e ca. 2 km de distância da costa actual. Os restos de peixes analisados foram recuperados durante a primeira fase de trabalhos arqueológicos, realizados em 1975. Mais de 80% dos restos identificados nas camadas C1 e C2 pertencem a tubarões e raias (Chondrichthyes). Além destes, o conjunto ictiofaunístico permite documentar a presença de peixes grandes, como a corvina (Sciaenidae), o cherne (Polyprionidae), a garoupa (Serranidae), o pargo, o dentão e a dourada (Sparidae), bem como a moreia (Muraenidae), o atum e a cavala (Scombridae). A presença de um pequeno atum (Thunnus sp.) na segunda fase de ocupação de Vidigal (C2), constitui o primeiro registo do género em sítios arqueológicos da Pré-História de Portugal. Em termos gerais, a ictiofauna de Vidigal e de outros sítios da costa Sudoeste sugerem a exploração dos recursos mais proveitosos, encontrados nos ambientes marinhos mais próximos da costa.