De mater a monstrum: o abismo dos affectus estóicos na Medea de Séneca
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/364 |
Resumo: | Tese de mestrado em Estudos Clássicos apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008 |
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De mater a monstrum: o abismo dos affectus estóicos na Medea de SénecaSéneca, 2? a.C.-65 d.CTeatro - AntiguidadeLiteratura latinaEstoicismoEmoçõesTese de mestrado em Estudos Clássicos apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008O estoicismo moldou, de uma forma estruturante, a natureza do teatro de Séneca. Preceitos estóicos relativos ao mal e ao conflito entre a razão e as paixões subjazem às suas peças, reflectindo-se em aspectos variados, tais como as intervenções do coro, a descrição das personagens, o tom introspectivo e a própria linguagem, e conduzindo a uma nova concepção do género trágico. Apoiado na tradição grega, o teatro de Séneca possui, no entanto, uma orientação própria, derivada essencialmente da fusão entre a retórica e o estoicismo e conducente a um fim didáctico. O estoicismo contribuiu para fazer do teatro senequiano um teatro de personagem, repleto de emoções fortes, violência e arrebatados discursos e solilóquios: um marco no despontar do drama psicológico. A Medea é, a nosso ver, um dos melhores exemplos deste teatro caracteristicamente senequiano. Assim sendo, demonstraremos, ao longo deste trabalho, os principais aspectos da influência do estoicismo sobre esta peça, a saber, a visão inequivocamente estóica das emoções, ou paixões, enquanto movimentos contra naturam; o princípio de que são falsos os juízos que estão na base das paixões e de que estas são perniciosas; a doutrina estóica das paixões ilustrada pelo comportamento de Medeia e a sua personalidade em desagregação, bem como a sua queda na loucura, em resultado do domínio da ira e de outros affectus; lições acerca das paixões em geral, da ira e de uma ira vingadora. Além disso, pretendemos mostrar como preceitos acerca do que está de acordo com a natureza, do comportamento orientado pela ratio, da sabedoria, do bem e do mal marcam esta peça, realçando a distância que se ergue entre Medeia e o sapiens estóico; assim como é uma linguagem que expressa a falta de controlo, de racionalidade, aquela de que o autor se serve para descrever Medeia. Concluindo, ao descrever a sua loucura, Séneca serviu-se da personagem de Medeia para ilustrar o horror, senStoicism shaped the nature of Seneca's drama in fundamental ways. Stoic dogma concerning evil and the conflict between reason and passion lies beneath the plays in various aspects, such as choral passages, concept of character, introspection and the language itself, to a degree which amounts to a distinctive concept of the tragic. Based on Greek tradition, Seneca's drama has nevertheless its own orientation, coming essentially from the fusion of rhetoric and Stoicism and directed to a didactic aim. Stoicism contributed to make Senecan drama a drama of character, full of strong emotions, violence and passionate speeches and soliloquies: a landmark in the development of psychological drama. We take Medea as one of the best examples of this Senecan type. Elaborating on this idea, we will be showing the main aspects of the influence of Stoicism in this play: the orthodox stoic view of the emotions, or passions, as movements contra naturam; the belief that the thoughts that produce emotions are false and that the emotions themselves are harmful; the stoic doctrine of passions illustrated by Medea's behaviour the disintegration of her personality and her descent into madness as a result of the rule of the anger and other passions; lessons about the passions in general, or about anger or a vengeful anger. Furthermore, we will show how topics such as what is natural, rational behaviour, wisdom, the good and the evil feature this play, increasing the distance between Medea and the Stoic sage; and that Seneca's portrayal of her is saturated with language expressing the absence of control, of rationality. Concluding, by depicting her madness, Seneca used Medea's character to illustrate the horror of irrationality felt so intensely by the Stoic and to create in the public a critical reflection about the passions. In this way, it furthers Seneca's drama didactic purpose.Pimentel, Maria Cristina, 1954-Repositório da Universidade de LisboaDuarte, Ricardo2010-06-22T09:20:35Z20082008-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdftext/xmlhttp://hdl.handle.net/10451/364porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:39:03Zoai:repositorio.ul.pt:10451/364Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:27:13.178423Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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