Eleição divina e perceção humana de ser amado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/28157 |
Resumo: | A realidade da eleição divina de Israel na Bíblia constitui uma questão hermenêutica. Não se compadece com um entendimento literalista dos textos que a exprimem. Privilegiamos aqui a sua interpretação nos contextos originais culturais e religiosos. A teologia da eleição divina de Israel – de um povo – é inseparável da história da fé bíblica, que via Deus a revelar-se a todos os povos e a amá-los a todos, vendo também todos os humanos como criados por Deus. Nessa experiência histórica era compreensível que o povo que muito queria Deus se sentisse muito amado por Ele e sua “propriedade particular” e que, por isso, se dissesse eleito de entre todos os povos. Essa sensação era fé em ação: Deus ama todos, mas a perceção do amor é particular. A mais intensa procura e o mais profundo encontro conseguido por Israel levavam à clara consciência de ser preferido. Mas, ser escolhido por Deus era ao mesmo tempo escolher Deus. Dizer-se eleito é o outro lado do amor recebido, como eleição é o outro lado do amor ativo. Falar de eleição divina de Israel não significava que Deus abandonasse os outros povos, num favoritismo exclusivista, nem supunha a não-eleição deles. O sentido da particularidade sentida por Israel foi o de se ir convertendo em mediação para a progressão de outros povos na procura do divino. De facto, historicamente a eleição divina de Israel evoluiu nesse sentido e culminou, em Jesus Cristo, na eleição de todos os povos e pessoas como sumamente amados por Deus. |
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Eleição divina e perceção humana de ser amadoDivine election and human perception of being lovedEleição divinaAmado por DeusPredileçãoDivine electionLoved by GodPredilectionA realidade da eleição divina de Israel na Bíblia constitui uma questão hermenêutica. Não se compadece com um entendimento literalista dos textos que a exprimem. Privilegiamos aqui a sua interpretação nos contextos originais culturais e religiosos. A teologia da eleição divina de Israel – de um povo – é inseparável da história da fé bíblica, que via Deus a revelar-se a todos os povos e a amá-los a todos, vendo também todos os humanos como criados por Deus. Nessa experiência histórica era compreensível que o povo que muito queria Deus se sentisse muito amado por Ele e sua “propriedade particular” e que, por isso, se dissesse eleito de entre todos os povos. Essa sensação era fé em ação: Deus ama todos, mas a perceção do amor é particular. A mais intensa procura e o mais profundo encontro conseguido por Israel levavam à clara consciência de ser preferido. Mas, ser escolhido por Deus era ao mesmo tempo escolher Deus. Dizer-se eleito é o outro lado do amor recebido, como eleição é o outro lado do amor ativo. Falar de eleição divina de Israel não significava que Deus abandonasse os outros povos, num favoritismo exclusivista, nem supunha a não-eleição deles. O sentido da particularidade sentida por Israel foi o de se ir convertendo em mediação para a progressão de outros povos na procura do divino. De facto, historicamente a eleição divina de Israel evoluiu nesse sentido e culminou, em Jesus Cristo, na eleição de todos os povos e pessoas como sumamente amados por Deus.Israel’s divine election in the Bible is a hermeneutic question. It is not compatible with a literalist understanding of the texts that express it. We privilege here its interpretation in the original cultural and religious contexts. The theology of the divine election of Israel – of a people – is inseparable from the history of biblical faith, which saw God revealing Himself to all peoples and loving them all, also seeing all humans as created by God. In that historical experience, it was understandable that the people who loved God so much would feel much loved by Him and as his “private property”; and was understandable that therefore it declared itself elected from among all peoples. This feeling was faith in action: God loves everyone, but the perception of love is particular. The most intense search and the deepest encounter of Israel with God led to the clear awareness of being preferred. But to be chosen by God was at the same time to choose God. To say ourselves elected is the other side of love received, as election is the other side of active love. To speak of the divine election of Israel did not mean that God would abandon other peoples, in an exclusivist favoritism; and did not suppose the non-election of them. The sense of particularity felt by Israel was that of becoming a mediation for the progression of other peoples in the search for the divine. In fact, Israel’s divine election has evolved in this direction historically and has culminated, in Jesus Christ, in the election of all peoples and persons as dearly loved by God.Universidade Católica Portuguesa, Centro de Estudos de História ReligiosaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaVaz, Armindo dos Santos2019-09-03T15:10:11Z2018-062018-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/28157porVAZ, Armindo dos Santos – Eleição divina e perceção humana de ser amado. Lusitania Sacra. Lisboa. ISSN 0076-1508. 2ª S. 37 (Janeiro-Junho 2018) 39-500076‑150810.34632/lusitaniasacra.2018.533885069628031info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-26T01:43:11Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/28157Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:22:33.978861Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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