Comércio, consumo e (re)produção do espaço urbano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/61568 |
Resumo: | As relações entre o comércio e a cidade perdem-se no tempo. Embora nem todas as cidades sejam «filhas do comércio», como propõe Henry Pirenne, ou um «lugar de mercado», no entendimento de Max Weber, em nenhuma civilização a vida urbana floresceu sem a sua presença ou influência mais ou menos directa. O comércio faz parte da razão de ser da cidade, viabiliza a sua existência, explica a sua organização, justifica inúmeros movimentos que se desenvolvem no seu interior. Através do comércio e dos lugares em que este se exerce, satisfazem-se necessidades, realizam-se desejos, veicula-se informação, difundem-se inovações, desenvolvem-se laços de sociabilidade. Sem grande contestação pode afirmar-se que no comércio reside um verdadeiro embrião da vida urbana, naquilo que esta pressupõe de interacção, de troca no sentido lato, ou de produção da inovação [...] O objectivo desta comunicação consiste, essencialmente, em mostrar que por intermédio dos novos espaços de comércio se está a fazer uma cidade nova, a que poderemos chamar de pós-moderna. Em larga medida isso acontece porque nestes espaços as funções do abastecimento e da troca da mercadoria se apagam perante o crescimento do papel que desempenham enquanto lugares de consumo; isto é, como espaços de vida na sociedade de consumo pós-moderna. Uma vez que estes aspectos adquirem sobretudo expressão ao nível simbólico das representações, na primeira parte deste texto iremos explorar o imaginário social pós-moderno, procurando mostrar como os centros comerciais enquanto espaços de consumo lhe respondem. Por sua vez, na segunda parte, dirigiremos a nossa atenção para a relação entre as estruturas comerciais e a cidade. Por um lado, os centros comerciais são no seu interior um simulacro e uma citação da cidade e, por outro, constituem um elemento fundamental da nova forma urbana, seja pela sua implantação em enclaves, sem relação com os tecidos envolventes, seja pelas localizações que procuram. |
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