A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Terrinha, P.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Rocha, R., Rey, J., Cachão, M., Moura, Delminda, Roque, C., Martins, L., Valadares, V., Cabral, J., Azevedo, M. R., Barbero, L., Clavijo, E., Dias, R. P., Gafeira, J., Matias, H., Matias, L., Madeira, C. M. S, Munhã, J., Rebelo, Luis, Ribeiro, C., Vicente, J., Noiva, J., Youbi, N., Bensalah, M. K.
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/2679
Resumo: A “Bacia do Algarve” corresponde, segundo a literatura científica tradicional, aos terrenos mesocenozóicos que orlam o Sul de Portugal, desde o Cabo de São Vicente ao rio Guadiana (~140km), penetrando irregularmente para o interior entre 3 km a 25 km, sobre terrenos de idade carbónica da Zona Sul Portuguesa. O hiato, de aproximadamente 70 milhões de anos, materializado pela discordância angular entre as rochas sedimentares de tipo flysch do Carbónico, metamorfizadas e deformadas durante a orogenia varisca, e as rochas sedimentares continentais do Triásico inferior provável, separa dois ciclos de Wilson. Os sedimentos carbónicos metamorfizados resultam do empilhamento orogénico de um possível prisma de acrecção associado à orogenia varisca e ao fecho de um oceano paleozóico e formação da Pangeia, enquanto que os sedimentos continentais triásicos resultam do fim do colapso e do arrasamento do orógeno varisco e início do estiramento continental que viriam a culminar com a separação das placas litosféricas África, Eurásia e América.Os sedimentos mais recentes do Mesozóico e os mais antigos bem datados do Cenozóico encontram-se separados por um outro hiato que ultrapassa ligeiramente os 70 milhões de anos na área emersa. Este hiato resulta duma alteração tectónica radical no contexto onde nessa época geológica se inseria a Bacia do Algarve. Esta mudança, que ocorreu no fim do Cenomaniano, resultou da rotação do vector de deslocamento da trajectória de África em relação à Eurásia, de aproximadamente NW-SE para SW-NE (segundo as coordenadas actuais, e.g. Dewey et al, 1989), poria termo ao regime distensivo e de bacia de tipo rifte na Bacia do Algarve, com o fim do regime transtensivo entre a região noroeste da placa África e sudoeste da placa Eurásia e início da colisão.
id RCAP_113a0c8f58d57d444035087d376482dc
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/2679
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónicaEstratigrafiaPaleogeografiaAlgarveA “Bacia do Algarve” corresponde, segundo a literatura científica tradicional, aos terrenos mesocenozóicos que orlam o Sul de Portugal, desde o Cabo de São Vicente ao rio Guadiana (~140km), penetrando irregularmente para o interior entre 3 km a 25 km, sobre terrenos de idade carbónica da Zona Sul Portuguesa. O hiato, de aproximadamente 70 milhões de anos, materializado pela discordância angular entre as rochas sedimentares de tipo flysch do Carbónico, metamorfizadas e deformadas durante a orogenia varisca, e as rochas sedimentares continentais do Triásico inferior provável, separa dois ciclos de Wilson. Os sedimentos carbónicos metamorfizados resultam do empilhamento orogénico de um possível prisma de acrecção associado à orogenia varisca e ao fecho de um oceano paleozóico e formação da Pangeia, enquanto que os sedimentos continentais triásicos resultam do fim do colapso e do arrasamento do orógeno varisco e início do estiramento continental que viriam a culminar com a separação das placas litosféricas África, Eurásia e América.Os sedimentos mais recentes do Mesozóico e os mais antigos bem datados do Cenozóico encontram-se separados por um outro hiato que ultrapassa ligeiramente os 70 milhões de anos na área emersa. Este hiato resulta duma alteração tectónica radical no contexto onde nessa época geológica se inseria a Bacia do Algarve. Esta mudança, que ocorreu no fim do Cenomaniano, resultou da rotação do vector de deslocamento da trajectória de África em relação à Eurásia, de aproximadamente NW-SE para SW-NE (segundo as coordenadas actuais, e.g. Dewey et al, 1989), poria termo ao regime distensivo e de bacia de tipo rifte na Bacia do Algarve, com o fim do regime transtensivo entre a região noroeste da placa África e sudoeste da placa Eurásia e início da colisão.Universidade de ÉvoraSapientiaTerrinha, P.Rocha, R.Rey, J.Cachão, M.Moura, DelmindaRoque, C.Martins, L.Valadares, V.Cabral, J.Azevedo, M. R.Barbero, L.Clavijo, E.Dias, R. P.Gafeira, J.Matias, H.Matias, L.Madeira, C. M. SMunhã, J.Rebelo, LuisRibeiro, C.Vicente, J.Noiva, J.Youbi, N.Bensalah, M. K.2013-04-30T11:48:13Z20062006-01-01T00:00:00Zbook partinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/2679por972-778-094-6AUT: DMO00293;info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-29T10:34:48Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/2679Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-29T10:34:48Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
title A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
spellingShingle A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
Terrinha, P.
Estratigrafia
Paleogeografia
Algarve
title_short A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
title_full A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
title_fullStr A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
title_full_unstemmed A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
title_sort A Bacia do Algarve: estratigrafia, paleogeografia e tectónica
author Terrinha, P.
author_facet Terrinha, P.
Rocha, R.
Rey, J.
Cachão, M.
Moura, Delminda
Roque, C.
Martins, L.
Valadares, V.
Cabral, J.
Azevedo, M. R.
Barbero, L.
Clavijo, E.
Dias, R. P.
Gafeira, J.
Matias, H.
Matias, L.
Madeira, C. M. S
Munhã, J.
Rebelo, Luis
Ribeiro, C.
Vicente, J.
Noiva, J.
Youbi, N.
Bensalah, M. K.
author_role author
author2 Rocha, R.
Rey, J.
Cachão, M.
Moura, Delminda
Roque, C.
Martins, L.
Valadares, V.
Cabral, J.
Azevedo, M. R.
Barbero, L.
Clavijo, E.
Dias, R. P.
Gafeira, J.
Matias, H.
Matias, L.
Madeira, C. M. S
Munhã, J.
Rebelo, Luis
Ribeiro, C.
Vicente, J.
Noiva, J.
Youbi, N.
Bensalah, M. K.
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Terrinha, P.
Rocha, R.
Rey, J.
Cachão, M.
Moura, Delminda
Roque, C.
Martins, L.
Valadares, V.
Cabral, J.
Azevedo, M. R.
Barbero, L.
Clavijo, E.
Dias, R. P.
Gafeira, J.
Matias, H.
Matias, L.
Madeira, C. M. S
Munhã, J.
Rebelo, Luis
Ribeiro, C.
Vicente, J.
Noiva, J.
Youbi, N.
Bensalah, M. K.
dc.subject.por.fl_str_mv Estratigrafia
Paleogeografia
Algarve
topic Estratigrafia
Paleogeografia
Algarve
description A “Bacia do Algarve” corresponde, segundo a literatura científica tradicional, aos terrenos mesocenozóicos que orlam o Sul de Portugal, desde o Cabo de São Vicente ao rio Guadiana (~140km), penetrando irregularmente para o interior entre 3 km a 25 km, sobre terrenos de idade carbónica da Zona Sul Portuguesa. O hiato, de aproximadamente 70 milhões de anos, materializado pela discordância angular entre as rochas sedimentares de tipo flysch do Carbónico, metamorfizadas e deformadas durante a orogenia varisca, e as rochas sedimentares continentais do Triásico inferior provável, separa dois ciclos de Wilson. Os sedimentos carbónicos metamorfizados resultam do empilhamento orogénico de um possível prisma de acrecção associado à orogenia varisca e ao fecho de um oceano paleozóico e formação da Pangeia, enquanto que os sedimentos continentais triásicos resultam do fim do colapso e do arrasamento do orógeno varisco e início do estiramento continental que viriam a culminar com a separação das placas litosféricas África, Eurásia e América.Os sedimentos mais recentes do Mesozóico e os mais antigos bem datados do Cenozóico encontram-se separados por um outro hiato que ultrapassa ligeiramente os 70 milhões de anos na área emersa. Este hiato resulta duma alteração tectónica radical no contexto onde nessa época geológica se inseria a Bacia do Algarve. Esta mudança, que ocorreu no fim do Cenomaniano, resultou da rotação do vector de deslocamento da trajectória de África em relação à Eurásia, de aproximadamente NW-SE para SW-NE (segundo as coordenadas actuais, e.g. Dewey et al, 1989), poria termo ao regime distensivo e de bacia de tipo rifte na Bacia do Algarve, com o fim do regime transtensivo entre a região noroeste da placa África e sudoeste da placa Eurásia e início da colisão.
publishDate 2006
dc.date.none.fl_str_mv 2006
2006-01-01T00:00:00Z
2013-04-30T11:48:13Z
dc.type.driver.fl_str_mv book part
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/2679
url http://hdl.handle.net/10400.1/2679
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 972-778-094-6
AUT: DMO00293;
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Évora
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Évora
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv mluisa.alvim@gmail.com
_version_ 1817549745101471744