O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Filipe Alexandre Pereira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/1108
Resumo: É de reconhecer a falta de capacidade das PME’s portuguesas para obter os fundos de que necessitam das Instituições de Crédito, sem garantias externas à empresa. Com este trabalho, pretende-se mostrar a contribuição do Sistema de Garantias Mútuas para o financiamento das PME’s nacionais. Mais precisamente é objectivo principal deste projecto de investigação averiguar a influência deste tipo de garantias na estrutura de financiamento, proporcionando evidência empírica de que a existência deste sistema permite às empresas beneficiárias aceder a mais financiamento externo e designadamente, pela sua importância no financiamento bancário das empresas a médio e longo prazo. Este tipo de financiamento, além de contribuir para o equilíbrio financeiro das empresas, permite diminuir a crónica carência de fundos externos, nomeadamente de capitais permanentes, que é internacionalmente reconhecida (OCDE, 2006) como entrave ao desenvolvimento das PME’s. Começámos por fazer uma breve abordagem histórica do Sistema de Garantias em Portugal, referindo as suas origens e influência no mercado português. Também a nível de revisão da literatura discutimos a estrutura de capitais das PME’s portuguesas e a existência (ou não) de um Financial Gap, ou seja a discrepância sistémica e continuada entre as necessidades de financiamento de uma empresa e a quantidade de fundos que esta tem ao seu dispor, enquadrando o tema no efeito das restrições ao endividamento no financiamento das Pequenas e Médias Empresas da construção de edifícios (CAE 412). Seguidamente discutimos a evidência empírica proporcionada por uma amostra recolhida junto do Sistema Nacional de Garantias Mútuas e da base de dados SABI. Tal é realizado comparando dois grupos de empresas que beneficiaram ou não do Sistema de Garantias Mútuas, recorrendo à estatística descritiva e testes de médias. Conseguimos demonstrar que existem diferenças das médias entre as empresas que utilizam e as que não utilizam Garantias Mútuas. Por último, propomos um modelo explicativo da estrutura de financiamento que nos permite comprovar a influência das Garantias Mútuas, mesmo quando controlamos pelo auto financiamento acumulado das empresas. Definimos um modelo de regressão linear onde se observa que o MLP varia de acordo com o grau de insolvência das 6 empresas, variando em sentido inverso à razão entre o montante garantido e o activo total. Os resultados permitem-nos demonstrar a relevância que o Sistema de Garantias Mútuas trouxe ao nível de endividamento das PME’s nacionais, que teve como corolário a consagração no Orçamento de Estado para 2011 que para este fim disponibiliza um montante de 215 milhões de euros apenas a favor do Fundo de Contragarantia Mútuo1 para cobertura de responsabilidades por este assumidas a favor de Pequenas e Médias Empresas. Tal demonstra a contribuição para o desenvolvimento de empresas que sem este tipo de recurso estariam fortemente restringidas em termos de financiamento, sobretudo num contexto de turbulência nos mercados mundiais.Este trabalho evidencia a influência das Garantias Mútuas na estrutura de financiamento das PME’s portuguesas e como estas evoluem em termos de Financial Gap. Para atingirmos este objectivo de forma a obter uma evidência empírica, recorremos a testes descritivos com comparação de médias de vários rácios financeiros, e à obtenção de uma regressão com base em variáveis que sofrem influência directa com a existência das Garantias Mútuas. Desta forma conseguiu-se provar, que a obtenção de financiamento de MLP é positivamente influenciada pelo recurso ao Sistema de Garantias Mútuas, existindo uma maior capacidade de endividamento em particular de Médio e Longo Prazo por parte das empresas que recorrem a este tipo de colateral. Os resultados também demonstram, que pelo facto de a SPGM conceder garantias, tal cria uma maior confiança nos intervenientes da operação e no próprio sistema financeiro, permitindo a realização de operações financeiras adequadas aos ciclos de exploração das PME’s e consequentes investimentos necessários ao seu desenvolvimento.
id RCAP_119f382584a434d09eb8a1b26f046f8c
oai_identifier_str oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/1108
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construçãoGarantias mútuasPequenas e médias empresasEstrutura de capitalFinanciamentoÉ de reconhecer a falta de capacidade das PME’s portuguesas para obter os fundos de que necessitam das Instituições de Crédito, sem garantias externas à empresa. Com este trabalho, pretende-se mostrar a contribuição do Sistema de Garantias Mútuas para o financiamento das PME’s nacionais. Mais precisamente é objectivo principal deste projecto de investigação averiguar a influência deste tipo de garantias na estrutura de financiamento, proporcionando evidência empírica de que a existência deste sistema permite às empresas beneficiárias aceder a mais financiamento externo e designadamente, pela sua importância no financiamento bancário das empresas a médio e longo prazo. Este tipo de financiamento, além de contribuir para o equilíbrio financeiro das empresas, permite diminuir a crónica carência de fundos externos, nomeadamente de capitais permanentes, que é internacionalmente reconhecida (OCDE, 2006) como entrave ao desenvolvimento das PME’s. Começámos por fazer uma breve abordagem histórica do Sistema de Garantias em Portugal, referindo as suas origens e influência no mercado português. Também a nível de revisão da literatura discutimos a estrutura de capitais das PME’s portuguesas e a existência (ou não) de um Financial Gap, ou seja a discrepância sistémica e continuada entre as necessidades de financiamento de uma empresa e a quantidade de fundos que esta tem ao seu dispor, enquadrando o tema no efeito das restrições ao endividamento no financiamento das Pequenas e Médias Empresas da construção de edifícios (CAE 412). Seguidamente discutimos a evidência empírica proporcionada por uma amostra recolhida junto do Sistema Nacional de Garantias Mútuas e da base de dados SABI. Tal é realizado comparando dois grupos de empresas que beneficiaram ou não do Sistema de Garantias Mútuas, recorrendo à estatística descritiva e testes de médias. Conseguimos demonstrar que existem diferenças das médias entre as empresas que utilizam e as que não utilizam Garantias Mútuas. Por último, propomos um modelo explicativo da estrutura de financiamento que nos permite comprovar a influência das Garantias Mútuas, mesmo quando controlamos pelo auto financiamento acumulado das empresas. Definimos um modelo de regressão linear onde se observa que o MLP varia de acordo com o grau de insolvência das 6 empresas, variando em sentido inverso à razão entre o montante garantido e o activo total. Os resultados permitem-nos demonstrar a relevância que o Sistema de Garantias Mútuas trouxe ao nível de endividamento das PME’s nacionais, que teve como corolário a consagração no Orçamento de Estado para 2011 que para este fim disponibiliza um montante de 215 milhões de euros apenas a favor do Fundo de Contragarantia Mútuo1 para cobertura de responsabilidades por este assumidas a favor de Pequenas e Médias Empresas. Tal demonstra a contribuição para o desenvolvimento de empresas que sem este tipo de recurso estariam fortemente restringidas em termos de financiamento, sobretudo num contexto de turbulência nos mercados mundiais.Este trabalho evidencia a influência das Garantias Mútuas na estrutura de financiamento das PME’s portuguesas e como estas evoluem em termos de Financial Gap. Para atingirmos este objectivo de forma a obter uma evidência empírica, recorremos a testes descritivos com comparação de médias de vários rácios financeiros, e à obtenção de uma regressão com base em variáveis que sofrem influência directa com a existência das Garantias Mútuas. Desta forma conseguiu-se provar, que a obtenção de financiamento de MLP é positivamente influenciada pelo recurso ao Sistema de Garantias Mútuas, existindo uma maior capacidade de endividamento em particular de Médio e Longo Prazo por parte das empresas que recorrem a este tipo de colateral. Os resultados também demonstram, que pelo facto de a SPGM conceder garantias, tal cria uma maior confiança nos intervenientes da operação e no próprio sistema financeiro, permitindo a realização de operações financeiras adequadas aos ciclos de exploração das PME’s e consequentes investimentos necessários ao seu desenvolvimento.Instituto Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de ViseuRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuDuarte, Filipe Alexandre Pereira2012-06-13T10:32:10Z2010-112010-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/1108porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T15:24:38Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/1108Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:40:29.474019Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
title O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
spellingShingle O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
Duarte, Filipe Alexandre Pereira
Garantias mútuas
Pequenas e médias empresas
Estrutura de capital
Financiamento
title_short O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
title_full O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
title_fullStr O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
title_full_unstemmed O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
title_sort O impacto das garantias mútuas no financiamento das empresas do sector da construção
author Duarte, Filipe Alexandre Pereira
author_facet Duarte, Filipe Alexandre Pereira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
dc.contributor.author.fl_str_mv Duarte, Filipe Alexandre Pereira
dc.subject.por.fl_str_mv Garantias mútuas
Pequenas e médias empresas
Estrutura de capital
Financiamento
topic Garantias mútuas
Pequenas e médias empresas
Estrutura de capital
Financiamento
description É de reconhecer a falta de capacidade das PME’s portuguesas para obter os fundos de que necessitam das Instituições de Crédito, sem garantias externas à empresa. Com este trabalho, pretende-se mostrar a contribuição do Sistema de Garantias Mútuas para o financiamento das PME’s nacionais. Mais precisamente é objectivo principal deste projecto de investigação averiguar a influência deste tipo de garantias na estrutura de financiamento, proporcionando evidência empírica de que a existência deste sistema permite às empresas beneficiárias aceder a mais financiamento externo e designadamente, pela sua importância no financiamento bancário das empresas a médio e longo prazo. Este tipo de financiamento, além de contribuir para o equilíbrio financeiro das empresas, permite diminuir a crónica carência de fundos externos, nomeadamente de capitais permanentes, que é internacionalmente reconhecida (OCDE, 2006) como entrave ao desenvolvimento das PME’s. Começámos por fazer uma breve abordagem histórica do Sistema de Garantias em Portugal, referindo as suas origens e influência no mercado português. Também a nível de revisão da literatura discutimos a estrutura de capitais das PME’s portuguesas e a existência (ou não) de um Financial Gap, ou seja a discrepância sistémica e continuada entre as necessidades de financiamento de uma empresa e a quantidade de fundos que esta tem ao seu dispor, enquadrando o tema no efeito das restrições ao endividamento no financiamento das Pequenas e Médias Empresas da construção de edifícios (CAE 412). Seguidamente discutimos a evidência empírica proporcionada por uma amostra recolhida junto do Sistema Nacional de Garantias Mútuas e da base de dados SABI. Tal é realizado comparando dois grupos de empresas que beneficiaram ou não do Sistema de Garantias Mútuas, recorrendo à estatística descritiva e testes de médias. Conseguimos demonstrar que existem diferenças das médias entre as empresas que utilizam e as que não utilizam Garantias Mútuas. Por último, propomos um modelo explicativo da estrutura de financiamento que nos permite comprovar a influência das Garantias Mútuas, mesmo quando controlamos pelo auto financiamento acumulado das empresas. Definimos um modelo de regressão linear onde se observa que o MLP varia de acordo com o grau de insolvência das 6 empresas, variando em sentido inverso à razão entre o montante garantido e o activo total. Os resultados permitem-nos demonstrar a relevância que o Sistema de Garantias Mútuas trouxe ao nível de endividamento das PME’s nacionais, que teve como corolário a consagração no Orçamento de Estado para 2011 que para este fim disponibiliza um montante de 215 milhões de euros apenas a favor do Fundo de Contragarantia Mútuo1 para cobertura de responsabilidades por este assumidas a favor de Pequenas e Médias Empresas. Tal demonstra a contribuição para o desenvolvimento de empresas que sem este tipo de recurso estariam fortemente restringidas em termos de financiamento, sobretudo num contexto de turbulência nos mercados mundiais.Este trabalho evidencia a influência das Garantias Mútuas na estrutura de financiamento das PME’s portuguesas e como estas evoluem em termos de Financial Gap. Para atingirmos este objectivo de forma a obter uma evidência empírica, recorremos a testes descritivos com comparação de médias de vários rácios financeiros, e à obtenção de uma regressão com base em variáveis que sofrem influência directa com a existência das Garantias Mútuas. Desta forma conseguiu-se provar, que a obtenção de financiamento de MLP é positivamente influenciada pelo recurso ao Sistema de Garantias Mútuas, existindo uma maior capacidade de endividamento em particular de Médio e Longo Prazo por parte das empresas que recorrem a este tipo de colateral. Os resultados também demonstram, que pelo facto de a SPGM conceder garantias, tal cria uma maior confiança nos intervenientes da operação e no próprio sistema financeiro, permitindo a realização de operações financeiras adequadas aos ciclos de exploração das PME’s e consequentes investimentos necessários ao seu desenvolvimento.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-11
2010-11-01T00:00:00Z
2012-06-13T10:32:10Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.19/1108
url http://hdl.handle.net/10400.19/1108
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu
publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130867851853824