China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Graça, Magda Teixeira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/13721
Resumo: Depois de ter alcançado o reconhecimento internacional como membro permanente do CSNU, em detrimento de Taiwan, em 1971, a RPC, volvidas quase quatro décadas, tem um novo desafio a enfrentar. O Japão prepara-se para se candidatar a membro permanente do CSNU e a China poderá vir a ter de partilhar a liderança regional com um velho invasor. Barry O’Neill identificou a RPC, de entre os países que integram o círculo dos membros permanentes do CSNU, como sendo o membro que detém um poder de veto que se destaca dos restantes quatro membros (EUA, Inglaterra, França e URSS). Como sublinha o autor, “Veto members occupying outlying positions like China, have especially high voting power…”. No entanto, analisando esta questão num quadro de debate sobre o tema do alargamento do CSNU, a possibilidade de o Japão vir a integrar um dos novos assentos atribuídos a membros permanentes levanta a questão da modificação do actual status quo da China. Em específico, esta tese explora o recurso a uma aliança entre China e os países do sudeste asiático para preservar a manutenção do status quo numa eventual reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente do Conselho de Segurança (CSNU). Para compreender este tema, é preciso começar por analisar porque é que a China pode temer a entrada do vizinho Japão no CSNU. Iremos argumentar que a China receia que tal leva à perda do seu status quo dado que o Japão revela uma rivalidade pela ascendência regional. Neste trabalho, para além de se recordar o percurso histórico de das relações externas entre a China e o Japão, revendo o impacte das invasões do Japão em território chinês, e depois também de se abordar a questão de Taiwan e as oscilações na política sino-americana, são apresentados ainda os vários cenários de alargamento do CSNU e analisada a diferença entre poder e satisfação. São também identificados os pontos fortes da China, relativamente ao Japão, no que toca à imagem que cada um destes países, históricos rivais, tem junto dos países vizinhos do sudeste asiático. Pretende-se com este trabalho provar que a China aliada aos países do sudeste asiático conseguirá salvaguardar o status quo que alcançou enquanto líder regional. A China estrategicamente serve-se de marcantes episódios da história para reforçar a identidade com os países do sudeste asiático, identificando-se nomeadamente como um dos países que foi alvo das atrocidades cometidas pelos japoneses, durante as invasões japonesas. Mas a China aponta também os fracassos do Japão, nomeadamente na gestão da crise financeira asiática, ocorrida entre 1997-1999. Ao longo desta dissertação vários são os trabalhos referidos que servem de prova a este argumento, como por exemplo os textos de Jim Rolfe, Pavlik, Thakur, Yan Xuetong e Drezner Este estudo poderá servir de patamar a outros temas de investigação. O objectivo desta dissertação é abrir também caminho para se encontrarem temas prospectivos de investigação, nomeadamente a China como mercado de oportunidades, sobretudo numa altura em que a RPC já é considerada uma potência regional, revelando também já desempenhar um papel à escala internacional que no entanto ainda não se encontra inteiramente definido.
id RCAP_12775e073e3739f087604696cd40129b
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/13721
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quoEstudos chinesesRelações internacionais - China - JapãoPaíses em desenvolvimento - Sudeste AsiáticoDepois de ter alcançado o reconhecimento internacional como membro permanente do CSNU, em detrimento de Taiwan, em 1971, a RPC, volvidas quase quatro décadas, tem um novo desafio a enfrentar. O Japão prepara-se para se candidatar a membro permanente do CSNU e a China poderá vir a ter de partilhar a liderança regional com um velho invasor. Barry O’Neill identificou a RPC, de entre os países que integram o círculo dos membros permanentes do CSNU, como sendo o membro que detém um poder de veto que se destaca dos restantes quatro membros (EUA, Inglaterra, França e URSS). Como sublinha o autor, “Veto members occupying outlying positions like China, have especially high voting power…”. No entanto, analisando esta questão num quadro de debate sobre o tema do alargamento do CSNU, a possibilidade de o Japão vir a integrar um dos novos assentos atribuídos a membros permanentes levanta a questão da modificação do actual status quo da China. Em específico, esta tese explora o recurso a uma aliança entre China e os países do sudeste asiático para preservar a manutenção do status quo numa eventual reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente do Conselho de Segurança (CSNU). Para compreender este tema, é preciso começar por analisar porque é que a China pode temer a entrada do vizinho Japão no CSNU. Iremos argumentar que a China receia que tal leva à perda do seu status quo dado que o Japão revela uma rivalidade pela ascendência regional. Neste trabalho, para além de se recordar o percurso histórico de das relações externas entre a China e o Japão, revendo o impacte das invasões do Japão em território chinês, e depois também de se abordar a questão de Taiwan e as oscilações na política sino-americana, são apresentados ainda os vários cenários de alargamento do CSNU e analisada a diferença entre poder e satisfação. São também identificados os pontos fortes da China, relativamente ao Japão, no que toca à imagem que cada um destes países, históricos rivais, tem junto dos países vizinhos do sudeste asiático. Pretende-se com este trabalho provar que a China aliada aos países do sudeste asiático conseguirá salvaguardar o status quo que alcançou enquanto líder regional. A China estrategicamente serve-se de marcantes episódios da história para reforçar a identidade com os países do sudeste asiático, identificando-se nomeadamente como um dos países que foi alvo das atrocidades cometidas pelos japoneses, durante as invasões japonesas. Mas a China aponta também os fracassos do Japão, nomeadamente na gestão da crise financeira asiática, ocorrida entre 1997-1999. Ao longo desta dissertação vários são os trabalhos referidos que servem de prova a este argumento, como por exemplo os textos de Jim Rolfe, Pavlik, Thakur, Yan Xuetong e Drezner Este estudo poderá servir de patamar a outros temas de investigação. O objectivo desta dissertação é abrir também caminho para se encontrarem temas prospectivos de investigação, nomeadamente a China como mercado de oportunidades, sobretudo numa altura em que a RPC já é considerada uma potência regional, revelando também já desempenhar um papel à escala internacional que no entanto ainda não se encontra inteiramente definido.After having achieved the international recognition as a permanent member of the Security Council of the United Nations (SCUN), instead of Taiwan, in 1971, the People’s Republic of China faces a new challenge, four decades afterwards. In fact, Japan is preparing to be a candidate as a permanent member of Security Council of the United Nations, and if so, China will probably have to share the leadership with this former invader on a regional basis. Barry O’Neil identified the People’s Republic of China, from among the countries which integrate the circle of the permanent members of the Security Council of the United Nations, as being a member detaining a veto power which stands out against the remaining four members – the United States of America, the United Kingdom, France and the URSS. As the author stresses, “Veto members occupying outlying positions like China, have especially high voting power…”. In the meantime, analyzing this matter in a frame of debating upon the topic of the enlargement of the SCUN, another situation arises with the possibility Japan will have to integrate one of the new seats given to permanent members which is the point of modifying the present status quo of China. This dissertation investigates specifically the possibility of an alliance among China and the southeastern countries in Asia in order to maintain the status quo in an eventual reform of the United Nations Organization, particularly the Security Council of the United Nations. To make this point clear, I will start this subject by analyzing the reason why China might fear the entrance of its neighbor Japan in the Security Council of the United Nations. I will state that China fears to lose its status quo because Japan reveals itself as a rival towards the reach of a higher regional position. In the contents of my dissertation I will include the history of the external relationship between China and Japan; the matter of Taiwan and the variations of the Sino American politics; the different settings of the enlargement of the Security Council of the United Nations as well as my point of view about the difference between power and satisfaction. The strong points of China related to Japan will also be identified according to the image of each of these two countries held by their neighbor southeastern countries in Asia. In this dissertation I also aim to show that China will manage to keep the status quo it has reached as a regional leader, if it makes an alliance with the southern countries in Asia. Strategically China makes use of relevant historical events to reinforce its identity towards those countries, identifying itself as one country targeted by the atrocities commited by the Japanese during the invasions. But China also stresses the failure of Japan, mainly in the management of the financial crisis which occurred between 1997 and 1999. Some references such as Jim Rolfe, Pavlik, Thakur, Yan Xuetong and Drezner will be presented to support my point of view. This essay might present a step to other investigation matters. Another aim of this dissertation is to open up the way to prospect investigation upon other subjects such as China as a market of opportunities, mainly on a moment in which the People’s Republic of China is recognized as a regional power. It is also revealing an important role on an international scale not yet totally defined.Universidade de Aveiro2015-03-27T15:00:09Z2010-01-01T00:00:00Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/13721porGraça, Magda Teixeirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:25:01Zoai:ria.ua.pt:10773/13721Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:49:30.237474Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
title China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
spellingShingle China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
Graça, Magda Teixeira
Estudos chineses
Relações internacionais - China - Japão
Países em desenvolvimento - Sudeste Asiático
title_short China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
title_full China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
title_fullStr China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
title_full_unstemmed China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
title_sort China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo
author Graça, Magda Teixeira
author_facet Graça, Magda Teixeira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Graça, Magda Teixeira
dc.subject.por.fl_str_mv Estudos chineses
Relações internacionais - China - Japão
Países em desenvolvimento - Sudeste Asiático
topic Estudos chineses
Relações internacionais - China - Japão
Países em desenvolvimento - Sudeste Asiático
description Depois de ter alcançado o reconhecimento internacional como membro permanente do CSNU, em detrimento de Taiwan, em 1971, a RPC, volvidas quase quatro décadas, tem um novo desafio a enfrentar. O Japão prepara-se para se candidatar a membro permanente do CSNU e a China poderá vir a ter de partilhar a liderança regional com um velho invasor. Barry O’Neill identificou a RPC, de entre os países que integram o círculo dos membros permanentes do CSNU, como sendo o membro que detém um poder de veto que se destaca dos restantes quatro membros (EUA, Inglaterra, França e URSS). Como sublinha o autor, “Veto members occupying outlying positions like China, have especially high voting power…”. No entanto, analisando esta questão num quadro de debate sobre o tema do alargamento do CSNU, a possibilidade de o Japão vir a integrar um dos novos assentos atribuídos a membros permanentes levanta a questão da modificação do actual status quo da China. Em específico, esta tese explora o recurso a uma aliança entre China e os países do sudeste asiático para preservar a manutenção do status quo numa eventual reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente do Conselho de Segurança (CSNU). Para compreender este tema, é preciso começar por analisar porque é que a China pode temer a entrada do vizinho Japão no CSNU. Iremos argumentar que a China receia que tal leva à perda do seu status quo dado que o Japão revela uma rivalidade pela ascendência regional. Neste trabalho, para além de se recordar o percurso histórico de das relações externas entre a China e o Japão, revendo o impacte das invasões do Japão em território chinês, e depois também de se abordar a questão de Taiwan e as oscilações na política sino-americana, são apresentados ainda os vários cenários de alargamento do CSNU e analisada a diferença entre poder e satisfação. São também identificados os pontos fortes da China, relativamente ao Japão, no que toca à imagem que cada um destes países, históricos rivais, tem junto dos países vizinhos do sudeste asiático. Pretende-se com este trabalho provar que a China aliada aos países do sudeste asiático conseguirá salvaguardar o status quo que alcançou enquanto líder regional. A China estrategicamente serve-se de marcantes episódios da história para reforçar a identidade com os países do sudeste asiático, identificando-se nomeadamente como um dos países que foi alvo das atrocidades cometidas pelos japoneses, durante as invasões japonesas. Mas a China aponta também os fracassos do Japão, nomeadamente na gestão da crise financeira asiática, ocorrida entre 1997-1999. Ao longo desta dissertação vários são os trabalhos referidos que servem de prova a este argumento, como por exemplo os textos de Jim Rolfe, Pavlik, Thakur, Yan Xuetong e Drezner Este estudo poderá servir de patamar a outros temas de investigação. O objectivo desta dissertação é abrir também caminho para se encontrarem temas prospectivos de investigação, nomeadamente a China como mercado de oportunidades, sobretudo numa altura em que a RPC já é considerada uma potência regional, revelando também já desempenhar um papel à escala internacional que no entanto ainda não se encontra inteiramente definido.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-01-01T00:00:00Z
2010
2015-03-27T15:00:09Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/13721
url http://hdl.handle.net/10773/13721
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137545919922176