Análise da evolução da linha de costa entre as Praias do Futuro e Porto das Dunas, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), estado do Ceará, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-88722013000100009 |
Resumo: | Zonas costeiras estão incluídas entre os ambientes mais dinâmicos existentes em nosso planeta e vêm sofrendo com o avanço e o recuo da linha de costa, mudando sua posição constantemente em várias escalas temporais. Essas áreas possuem alto potencial urbanístico e turístico, e a expansão urbana crescente e desordenada é um problema, com inúmeros exemplos de impactos de erosão costeira sobre cidades e balneários, além de perdas de importantes habitats. O mapeamento sistemático da linha de costa e o acompanhamento de suas mudanças representam ferramentas para a geração de informações de grande valor para o planejamento e gerenciamento costeiro, pois fornecem subsídios para o estabelecimento das variações temporais da linha de costa. Nesse sentido foi realizada uma avaliação da linha de costa em quatro trechos do litoral leste da Região Metropolitana de Fortaleza, a partir da análise multitemporal de imagens de sensoriamento remoto e de fotografias aéreas associadas a técnicas de geoprocessamento, abrangendo períodos de 38, 31, 8 e 7 anos, de forma a contemplar a escala interdecadal e interanual. As taxas de avanço e recuo da linha de costa foram obtidas utilizando-se a extensão Digital Shoreline Analysis System para o software ArcGIS 10.0, integrando dados georreferenciados, entre os anos de 1972 e 2010. Os resultados evidenciam que a variabilidade da linha dessa área apresenta-se bastante instável em sua totalidade. Da praia Porto das Dunas até a margem esquerda do rio Pacoti definiu-se um estágio erosivo, taxa de variação média de -3,53m/ano e -17,67m em 5 anos; entre a foz do rio Pacoti e a praia da Abreulândia, observaram-se índices de erosão média de -0,31m/a e -2,18m em 7 anos; a praia da Abreulândia até a desembocadura do rio Cocó apresentou tendência erosional média de -0,07m/ano e -2,59m, em 38 anos, caracterizando uma estabilidade nesse setor, provavelmente, devido ao cordão descontínuo de arenitos de praia paralelo à costa; a Praia do Futuro apresenta uma tendência fortemente progradante, média de +1,43m/ano e +54,33m, em 38 anos. O equilíbrio dinâmico costeiro de toda a área pesquisada tem sido fortemente influenciado pelo crescimento urbano e exponencial, onde é necessária para a implantação das estruturas antrópicas a desconfiguração morfológica e soterramento de alguns ecossistemas, p. ex., faixa praial, campo de dunas e planície flúvio-marinha (estuários). O impacto nesse ambiente implica na supressão de sedimentos que seriam transportados para a praia, para a zona estuarina e para a deriva litorânea, alimentando também outros setores circunvizinhos. A elaboração de uma base multitemporal de imagens de satélite e fotografias aéreas em ambiente de Sistemas de Informações Geográficas favoreceram a identificação e compreensão da dinâmica natural e ambiental das áreas analisadas, sendo essenciais como subsídio às tomadas de decisões acerca do uso e gestão sustentável desses setores. Trata-se de uma importante ferramenta no planejamento e intervenção ambiental, sobretudo por indicar facilmente as tendências de recuo e/ou progradação de uma região ao longo dos anos. |
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