Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/22250 |
Resumo: | As alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo. |
id |
RCAP_1394dd8ee995cef785adccaf60dbff0f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22250 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticasAntropocenoAdaptação às alterações climáticasGestão adaptativaReflexividade ecológicaUnião EuropeiaPortugalAnthropoceneClimate change adaptationAdaptive managementEcological reflexivityEuropean UnionAs alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo.Climate change prevails, and the functioning of the Earth System is now so altered that literature suggests that we are living in the Anthropocene. In this recent geological epoch, anthropogenic action is the predominant driver of unprecedented global change, where formerly stable ecological conditions are no longer attainable as a result of the continuous transformation of the Earth System. This nonanalogue state invites reflection and change. We argue that for the planet to continue to sustain (human and non-human) life, it falls on societies to adapt to this complex planetary scenario. To this end, we find that current institutional conduct and antiquated ontological and paradigmatic concepts must be rethought, and the management and planning of adaptation actions, prioritized. The developed research emphasizes that an adaptive and ecologically reflexive approach, allows the establishment of a connection with the unpredictable Earth System fluctuations, while regarding the non-human value and the interactions between the social-ecological systems. Following the premises of this approach, we seek to scrutinize the effectiveness of current adaptation practices, conducting a critical analysis of both the European Union and Portugal's climate change adaptation strategies. We focus primarily on their flexibility and their dynamic responsiveness to assess their performance and positioning under the Anthropocene panorama. Accordingly, we conclude that the strategies inappropriately reflect the current planetary reality, merely providing a static view of the ecological issues while perpetuating a businessas-usual path in an epoch that demands a rupture from the status quo.2021-03-01T13:25:46Z2020-12-28T00:00:00Z2020-12-282020-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/22250TID:202653242porFerreira, Filipe André Sousainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:55:01Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22250Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:27:55.053137Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
title |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
spellingShingle |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas Ferreira, Filipe André Sousa Antropoceno Adaptação às alterações climáticas Gestão adaptativa Reflexividade ecológica União Europeia Portugal Anthropocene Climate change adaptation Adaptive management Ecological reflexivity European Union |
title_short |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
title_full |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
title_fullStr |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
title_full_unstemmed |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
title_sort |
Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas |
author |
Ferreira, Filipe André Sousa |
author_facet |
Ferreira, Filipe André Sousa |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ferreira, Filipe André Sousa |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antropoceno Adaptação às alterações climáticas Gestão adaptativa Reflexividade ecológica União Europeia Portugal Anthropocene Climate change adaptation Adaptive management Ecological reflexivity European Union |
topic |
Antropoceno Adaptação às alterações climáticas Gestão adaptativa Reflexividade ecológica União Europeia Portugal Anthropocene Climate change adaptation Adaptive management Ecological reflexivity European Union |
description |
As alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12-28T00:00:00Z 2020-12-28 2020-11 2021-03-01T13:25:46Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10071/22250 TID:202653242 |
url |
http://hdl.handle.net/10071/22250 |
identifier_str_mv |
TID:202653242 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134841999982592 |