Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Filipe André Sousa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/22250
Resumo: As alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo.
id RCAP_1394dd8ee995cef785adccaf60dbff0f
oai_identifier_str oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22250
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticasAntropocenoAdaptação às alterações climáticasGestão adaptativaReflexividade ecológicaUnião EuropeiaPortugalAnthropoceneClimate change adaptationAdaptive managementEcological reflexivityEuropean UnionAs alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo.Climate change prevails, and the functioning of the Earth System is now so altered that literature suggests that we are living in the Anthropocene. In this recent geological epoch, anthropogenic action is the predominant driver of unprecedented global change, where formerly stable ecological conditions are no longer attainable as a result of the continuous transformation of the Earth System. This nonanalogue state invites reflection and change. We argue that for the planet to continue to sustain (human and non-human) life, it falls on societies to adapt to this complex planetary scenario. To this end, we find that current institutional conduct and antiquated ontological and paradigmatic concepts must be rethought, and the management and planning of adaptation actions, prioritized. The developed research emphasizes that an adaptive and ecologically reflexive approach, allows the establishment of a connection with the unpredictable Earth System fluctuations, while regarding the non-human value and the interactions between the social-ecological systems. Following the premises of this approach, we seek to scrutinize the effectiveness of current adaptation practices, conducting a critical analysis of both the European Union and Portugal's climate change adaptation strategies. We focus primarily on their flexibility and their dynamic responsiveness to assess their performance and positioning under the Anthropocene panorama. Accordingly, we conclude that the strategies inappropriately reflect the current planetary reality, merely providing a static view of the ecological issues while perpetuating a businessas-usual path in an epoch that demands a rupture from the status quo.2021-03-01T13:25:46Z2020-12-28T00:00:00Z2020-12-282020-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/22250TID:202653242porFerreira, Filipe André Sousainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:55:01Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22250Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:27:55.053137Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
title Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
spellingShingle Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
Ferreira, Filipe André Sousa
Antropoceno
Adaptação às alterações climáticas
Gestão adaptativa
Reflexividade ecológica
União Europeia
Portugal
Anthropocene
Climate change adaptation
Adaptive management
Ecological reflexivity
European Union
title_short Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
title_full Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
title_fullStr Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
title_full_unstemmed Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
title_sort Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas
author Ferreira, Filipe André Sousa
author_facet Ferreira, Filipe André Sousa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, Filipe André Sousa
dc.subject.por.fl_str_mv Antropoceno
Adaptação às alterações climáticas
Gestão adaptativa
Reflexividade ecológica
União Europeia
Portugal
Anthropocene
Climate change adaptation
Adaptive management
Ecological reflexivity
European Union
topic Antropoceno
Adaptação às alterações climáticas
Gestão adaptativa
Reflexividade ecológica
União Europeia
Portugal
Anthropocene
Climate change adaptation
Adaptive management
Ecological reflexivity
European Union
description As alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-28T00:00:00Z
2020-12-28
2020-11
2021-03-01T13:25:46Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10071/22250
TID:202653242
url http://hdl.handle.net/10071/22250
identifier_str_mv TID:202653242
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134841999982592