O papel do microbioma nas doenças cardiovasculares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Ana Catarina dos Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/33350
Resumo: Atualmente, as doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de morte a nível mundial e representam um sério problema de saúde pública. A mudança gradual no estilo de vida ocidental caraterizado por uma dieta desequilibrada, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e tabagismo, contribuem para o aumento dos fatores de risco das DCV, como sejam a obesidade, a hipertensão e a diabetes. Recentemente, surgiram evidências do papel do microbioma no desenvolvimento das DCV. O avanço da biotecnologia possibilitou o conhecimento de milhões de microrganismos que coabitam no nosso organismo e que fazem parte integrante da nossa microbiota. Associado aos microrganismos estão os metabolitos por eles produzidos, que juntamente com a microbiota constituem o microbioma. São vários os metabolitos microbianos associados às DCV, dos quais se destacam: o N-óxido-trimetilamina (TMAO), indicador de DCV; e os ácidos gordos de cadeia curta, que desempenham funções reguladoras a nível fisiológico. De modo a aferir se a regulação da microbiota intestinal tem o potencial de se tornar um meio de intervenção no tratamento e na prevenção de DCV, como a diabetes e a obesidade, pretendeu-se realizar uma meta análise sobre o papel do microbioma nestas doenças. No entanto, por ausência de dados quantitativos, realizou-se uma revisão sistemática. A pesquisa de artigos foi realizada na plataforma PubMed e de acordo com a metodologia PICO. Após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão, obtiveram-se 23 artigos. A mudança de dieta, a prática de exercício físico e as cirurgias bariátricas foram determinantes para a composição da microbiota intestinal e, provocando alterações benéficas e/ou prejudiciais para o controlo da glucose e para a sensibilidade à insulina, consoante o tipo de intervenção. Este estudo salientou ainda, a necessidade de realização de estudos com grupos amostrais maiores, sujeitos a períodos de intervenção e acompanhamento mais extensos.
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