Infeções fúngicas invasivas em cuidados intensivos neonatais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mascarenhas, MI
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Ferreira, M, Barroso, R
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/968
Resumo: Introdução: A incidência de doença fúngica invasiva (DFI) em recém-nascidos (RN) pré-termo tem aumentado nas últimas décadas. Estudos recentes apoiam a implementação de profilaxia antifúngica em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) com elevadas taxas de DFI (>5%). Foi objectivo deste estudo determinar a incidência de DFI na UCIN do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, respectivos factores de risco e determinar a necessidade de implementar profilaxia antifúngica. Métodos: Estudo descritivo retrospetivo, entre 2004 e 2011, que incluiu todos os RN internados na UCIN com o diagnóstico de DFI, definida pelo isolamento de fungos no sangue, líquor ou urina. Foram analisados factores de risco, etiologia e terapêutica. Resultados: Dos 3229 RN internados neste período, 20 (0,57%) tiveram DFI, sendo que nos RN de extremo baixo peso a incidência foi de 8,6%. A mediana da idade gestacional e do peso ao nascer foi de 27 semanas (24-41s) e 775g (630-5270g), respectivamente. A mediana de dias de internamento à data do diagnóstico foi 20 dias (5-103d). Todos os RN tinham um ou mais factores de risco com uma média de seis por RN (3-7). Para além do baixo peso e idade gestacional, outros factores de risco foram : presença de cateter venoso central (100%) e administração de antibioticoterapia de largo espectro (100%). O agente etiológico foi Candida spp em 100% dos casos. Não se verificou nenhum óbito e todos os RN iniciaram terapêutica antifúngica: fluconazole (74%) ou anfotericina B lipossómica (26%). Conclusão: A taxa de incidência global de DFI observada foi semelhante à descrita na literatura. A prematuridade, a presença de cateter central e a administração de antibióticos de largo espectro foram os factores de risco mais frequentes. Verificou-se uma taxa de DFI maior nos RN de muito baixo peso (peso à nascença <1500g), nos quais a profilaxia antifúngica deve ser considerada dado o risco de mau prognóstico.
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