Evolução da Transplantação de Córnea no Centro Hospitalar Universitário de São João entre 2011 e 2021: Irá o Paradigma Mudar?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Margarida
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Godinho, Gonçalo, Moleiro, Ana Filipa, Teixeira-Martins, Rita, Cunha, Ana Maria, Cardoso, Pedro, Torrão, Luís, Moreira, Raúl, Falcão-Reis, Fernando, Pinheiro Costa, João
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.29609
Resumo: Introdução: O transplante de córnea é o transplante mais frequentemente realizado mundialmente. Na última década, a queratoplastia penetrante (QP) tem sido ultrapassada pelos procedimentos lamelares (QL) em vários países desenvolvidos, dado serem menos invasivos, com menor risco de rejeição e melhores resultados funcionais. Com este trabalho, pretendeu-se concretizar a casuística deste tipo cirurgia realizada no nosso centro, avaliar a tendência das diferentes técnicas desde 2011 até 2021 e secundariamente avaliar o impacto da pandemia COVID-19 no perfil de transplantação de córnea. Material e Métodos: Análise retrospetiva de todos os doentes submetidos a transplante de córnea no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2021. Foram colhidas e analisadas variáveis demográficas, indicação cirúrgica e tipo de transplante realizado. Resultados: Foram incluídos 1392 olhos. Em 2011, 99,3% dos transplantes realizados foram QP. A percentagem de QL foi aumentando progressivamente, especialmente depois de 2015, sobretudo à custa dos lamelares posteriores no contexto de doença endotelial. Em 2011, todos os casos de patologia endotelial foram tratados com QP. Em 2016, a QL ultrapassou a QP no tratamento dessa condição, sendo que 37,8% dos procedimentos realizados foram Descemet stripping automated endothelial keratoplasty (DSAEK) e 21,6% foram Descemet membrane endothelial keratoplasty (DMEK). Em 2021, 52,6% das patologias endoteliais foram tratadas com DSAEK e 26,3% com DMEK. O ano de 2020 limitou o número total de transplantes de córnea realizados (tanto QP e QL) para o valor mínimo da última década (n total de 85), considerando os constrangimentos da pandemia COVID-19. Contudo, em 2021, observou-se um aumento de 58% do número de transplantes face ao ano anterior. Conclusão: Na última década, tem-se verificado uma evolução do número de QL no CHUSJ em detrimento da QP, tendo esta sido ultrapassada a partir de 2016 no que concerne ao tratamento das patologias endoteliais com as técnicas lamelares posteriores. Assiste-se, desta forma, a uma mudança de paradigma no CHUSJ em paralelismo com o observado noutros centros.
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Material e Métodos: Análise retrospetiva de todos os doentes submetidos a transplante de córnea no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2021. Foram colhidas e analisadas variáveis demográficas, indicação cirúrgica e tipo de transplante realizado. Resultados: Foram incluídos 1392 olhos. Em 2011, 99,3% dos transplantes realizados foram QP. A percentagem de QL foi aumentando progressivamente, especialmente depois de 2015, sobretudo à custa dos lamelares posteriores no contexto de doença endotelial. Em 2011, todos os casos de patologia endotelial foram tratados com QP. Em 2016, a QL ultrapassou a QP no tratamento dessa condição, sendo que 37,8% dos procedimentos realizados foram Descemet stripping automated endothelial keratoplasty (DSAEK) e 21,6% foram Descemet membrane endothelial keratoplasty (DMEK). Em 2021, 52,6% das patologias endoteliais foram tratadas com DSAEK e 26,3% com DMEK. O ano de 2020 limitou o número total de transplantes de córnea realizados (tanto QP e QL) para o valor mínimo da última década (n total de 85), considerando os constrangimentos da pandemia COVID-19. Contudo, em 2021, observou-se um aumento de 58% do número de transplantes face ao ano anterior. Conclusão: Na última década, tem-se verificado uma evolução do número de QL no CHUSJ em detrimento da QP, tendo esta sido ultrapassada a partir de 2016 no que concerne ao tratamento das patologias endoteliais com as técnicas lamelares posteriores. Assiste-se, desta forma, a uma mudança de paradigma no CHUSJ em paralelismo com o observado noutros centros.Introduction: Corneal transplantation is the most frequently performed type of trans- plant worldwide. In the last decade, penetrating keratoplasty (PK) has been replaced by lamellar techniques (LK) in several developed countries, since they are less invasive, with a lower risk of rejection and better functional outcomes. We intended to provide an overview of absolute numbers and trends in the types of and indications for corneal transplantation in our center from 2011 to 2021 and second- arily evaluate the impact of the COVID-19 pandemic on the corneal transplantation profile. Material and Methods: Retrospective analysis of the patients submitted to corneal transplantation in Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) between January 2011 and De- cember 2021. Demographic variables, surgical indication and type of transplantation were analyzed. Results: We included 1392 eyes. In 2011, 99.3% of the transplants were PK. The relative frequency of LK increased progressively, especially after 2015, with predominance of the posterior lamellar techniques in the management of corneal endothelial disorders. In 2011, all cases with endothelial pathology were treated with PK. In 2016, LK surpassed PK in the management of this condition, with 37.8% and 21.6% submitted to Descemet stripping automated endothelial keratoplasty (DSAEK) and Descemet membrane endothelial keratoplasty (DMEK), respectively. In 2021, 52.6% and 26.3% of the cases with endothelial pathology were submitted to DSAEK and DMEK, respectively. The year of 2020 limited the total number of procedures performed (either PK or LK), reaching the lowest number of the last decade (85), given the constraints of the COV- ID-19 pandemic. However, in 2021, there was a 58% increase in the number of transplants com- pared to the previous year. Conclusion: In the last decade, the number of LK in CHUSJ has been progressively increasing and replacing the PK, which has been surpassed since 2016 for the treatment of en- dothelial pathologies with posterior LK techniques. Therefore, a shift in the paradigm has been achieved in our center, in accordance with the observed in other centers.Ajnet2023-12-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.48560/rspo.29609por1646-69501646-6950Ribeiro, MargaridaGodinho, GonçaloMoleiro, Ana FilipaTeixeira-Martins, RitaCunha, Ana MariaCardoso, PedroTorrão, LuísMoreira, RaúlFalcão-Reis, FernandoPinheiro Costa, Joãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T20:30:33Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/29609Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:08.180230Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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