A sensibilidade e a humanização dos cuidados em saúde a partir da relação ética com o rosto do outro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/39346 |
Resumo: | Na humanização oriunda da sensibilidade o profissional da saúde percebe-se afetado pelo corpo vulnerável de outrem.Parte-se da fenomenologia que considera o corpo como ponto zero da reflexão em contraposição ao pensamento do cogito. Edmund Husserl, expoente da filosofia contemporânea, introduz uma diferença significativa na compreensão do corpo como Kõrper (materialidade e funcionalidade) e Leib (dimensão psíquica e espiritual). Assim, associa o termo carne e o sentido da carnalidade humana como inseparável da subjetivação do corpo. A partir dessa distinção propugna-sea Sensibilidade como categoria que permite abordar a questão da ação do profissional da saúde como genuinamente humana cuida de um corpo-próprio que na sua unidade é corpo psíquico-somático-espiritual vulnerável. A filosofia da alteridade de Emmanuel Lévinas remete para além da fenomenologia quando aborda a Sensibilidade a partir do Rosto do outro. Portanto, esse estudo visa mostrar, a partir do pensamento levinasiano, que a sensibilidade do face a face inaugurauma maneira eminentemente ética de humanizar o pensar e o agir do profissional da saúde em função do cuidado do outro que padece de uma enfermidade. A afecção do face a face origina a identidade do sujeito como realidade marcada pela temporalidade da carne como ato de encarnar-se segundo a interpelação do Rosto de outrem. Deste corpo tocado pelo outro e que não fica indiferente ao apelo do rosto / corpo de outrem emergem ações genuinamente humanas ao promoverem respostas que protegem, dignificam e respeitam a carne de um Rosto único e irredutível a um corpo material sem identidade-alteridade. |
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