Sobre história da solidariedade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.3/393 |
Resumo: | Em finais de 2001, publiquei um livro de história sobre a minha terra natal, as Lajes da ilha Terceira. Para tal, realizei alguma investigação, procedi a muitas consultas. Fi-lo em crónicas mais antigas, em bibliografia mais recente, mas também na imprensa periódica. Fundamentalmente, consultei o boletim paroquial O Semeador, que entre as décadas de 1960 e de 1980 foi o principal repositório do quotidiano da freguesia, hoje elevada à condição de vila. Pela análise do obituário, concluí que nos anos sessenta e setenta os homens e as mulheres da minha freguesia, que eu então pensava que morriam muito velhos, afinal faleciam bem novos, com sessenta e poucos anos de idade, em média, apesar da divulgação dos sistemas de assistência social, por exemplo, a Caixa de Previdência e as Casas do Povo. Volvido um quarto de século, os homens e as mulheres da minha freguesia, os homens e as mulheres de todas as freguesias dos Açores morrem substancialmente mais velhos, com uma média já próxima dos 80 anos. O confronto da esperança de vida, à entrada do último quartel do século XX, e nos alvores do século XXI, demonstra a importância do progresso material na melhoria das condições de vida. Ficamos até convencidos de que a evolução natural da sociedade é no sentido da perfeição. Porém, um tal optimismo, quando interiorizado inconscientemente, gera um grande individualismo, que move o desprezo pela entreajuda, que durante séculos foi o meio fundamental de defesa e de sobrevivência das comunidades. [...] |
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