Recém-nascidos grandes para a idade gestacional: o conceito e a realidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Sara
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Brett, Ana, Agro, João Bismark
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2014.2615
Resumo: Introdução: A classificação de recém-nascidos (RN) por idade gestacional (IG) e peso de nascimento (PN) visa identificar grupos de risco, entre os quais RN grandes para a IG (GIG). Objetivos: Caracterizar uma população de RN-GIG segundo as curvas de crescimento intrauterino de Lubchenco e avaliar a adequação de três curvas de crescimento intrauterino diferentes. Métodos: Estudo transversal analítico dos RN nascidos em 2010 num hospital de nível B1. Para os RN-GIG segundo as curvas de Lubchenco (PN ≥P90 para a IG) analisaram-se os antecedentes familiares, obstétricos e perinatais. Compararam-se os RN-GIG segundo as referências de Lubchenco, Fenton e Olsen. Análise estatística: PASW18® (α<0,05). Resultados: Em 2294 RN, 272 (11,9%) foram classificados como GIG (Lubchenco), 66,9% do sexo masculino, com IG média de 39,4±1,1 semanas. Em 10,7% das mães havia história de diabetes, 17,3% tinham IMC ≥30kg/m2 e 38,4% das multíparas tinham filho GIG em gestação anterior. Em 14% pelo menos um dos pais tinha nacionalidade estrangeira, apresentando estes RN um PN superior (p=0,011) e gestações mais prolongadas (p=0,04). Os partos foram distócicos em 49,6%, sendo o PN médio significativamente superior nestes (p=0,018) e mais prevalentes nos RN de progenitores portugueses (p=0,016). Todos apresentaram índice de Apgar ≥7 ao 5º minuto. Foi diagnosticada fratura de clavícula em 11 e lesão do plexo braquial em 5. A perda ponderal média foi 5,6±2,5%. Segundo as curvas de Fenton identificaram-se 60 GIG (2,6%) e de Olsen 54 (2,4%). Os RN englobados pelas curvas de Lubchenco incluíram todos aqueles classificados como RN-GIG pelas curvas de Fenton e Olsen. Conclusões: A prevalência de RN-GIG foi superior à expectável, com ocorrência de comorbilidades semelhante à descrita na literatura. O impacto epidemiológico da população estrangeira não foi negligenciável. A utilização de curvas de crescimento intrauterino adaptadas à população local é desejável para a sua caracterização adequada.
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