Testosterona: possível efeito protetor contra eventos cardiovasculares nos homens

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Manuel António
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/5031
Resumo: Durante muitos anos, a maior incidência e mortalidade das doenças cardiovasculares (CV) no sexo masculino em relação ao feminino foi sempre associada a uma maior concentração da hormona testosterona nos homens. O pensamento dominante era de que a testosterona teria efeitos sistémicos negativos, que aumentavam o risco CV, pelo que a sua maior concentração nos homens seria um dos principais fatores que explicavam o maior impacto das doenças CV no sexo masculino. No entanto, um número cada vez maior de evidências sugere que níveis plasmáticos baixos de testosterona, em vez de elevados, estarão relacionados com um maior risco CV nos homens. Alguns estudos apontam para uma associação entre níveis baixos de testosterona e a Síndrome Metabólica (SMet), enquanto outros estabeleceram uma relação inversa entre o nível de testosterona nos homens e a frequência e gravidade de síndromes coronários agudos e acidente vascular cerebral (AVC). O objetivo deste estudo consistiu em fazer uma extensa revisão da bibliografia disponível sobre a relação entre baixos níveis plasmáticos de testosterona em homens e o aumento do risco CV, para determinar se existe fundamento na hipótese da hormona ser um fator de proteção do sistema CV. Para este estudo, foram utilizadas pesquisas na internet e nas bases de dados da PUBMED. Inicialmente foram selecionados 68 artigos usando o termo de pesquisa “Testosterone” e cada um dos seguintes: “Cardiovascular”, “Coronary Artery Disease”; “Stroke” e “Metabolic”. Dos 68 artigos, 63 foram selecionados para análise. Os restantes artigos foram excluídos por não conterem informação relevante para o presente estudo. A grande maioria dos estudos sugere um efeito protetor da hormona na saúde CV dos homens. Alguns estudos demonstraram uma associação epidemiológica entre níveis plasmáticos baixos de testosterona e maior risco de doenças CV, nomeadamente síndromes coronários agudos e AVC. Os mecanismos propostos para o efeito protetor da hormona no sistema CV consistem principalmente na promoção da vasodilatação, prevenção da aterosclerose e no atraso do desenvolvimento de SMet. A informação disponível atualmente sugere um efeito protetor da hormona contra eventos CV nos homens. No entanto, mais estudos são necessários para determinar se baixos níveis de testosterona constituem um fator de risco CV independente, ou se aumentam o risco CV de uma forma indireta. Por outro lado, são também necessários estudos para determinar o papel que a Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) poderá ter na prevenção de eventos CV nos homens com hipogonadismo. Por fim, a confirmação de que a testosterona tem um efeito protetor no sistema CV dos homens não implica que a falta da hormona seja o único fator responsável pelo maior impacto das doenças CV no sexo masculino. O mais provável é que a maior incidência e mortalidade dos eventos CV nos homens se deva a uma conjugação de fatores biológicos, comportamentais e psicossociais.
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Alguns estudos apontam para uma associação entre níveis baixos de testosterona e a Síndrome Metabólica (SMet), enquanto outros estabeleceram uma relação inversa entre o nível de testosterona nos homens e a frequência e gravidade de síndromes coronários agudos e acidente vascular cerebral (AVC). O objetivo deste estudo consistiu em fazer uma extensa revisão da bibliografia disponível sobre a relação entre baixos níveis plasmáticos de testosterona em homens e o aumento do risco CV, para determinar se existe fundamento na hipótese da hormona ser um fator de proteção do sistema CV. Para este estudo, foram utilizadas pesquisas na internet e nas bases de dados da PUBMED. Inicialmente foram selecionados 68 artigos usando o termo de pesquisa “Testosterone” e cada um dos seguintes: “Cardiovascular”, “Coronary Artery Disease”; “Stroke” e “Metabolic”. Dos 68 artigos, 63 foram selecionados para análise. Os restantes artigos foram excluídos por não conterem informação relevante para o presente estudo. A grande maioria dos estudos sugere um efeito protetor da hormona na saúde CV dos homens. Alguns estudos demonstraram uma associação epidemiológica entre níveis plasmáticos baixos de testosterona e maior risco de doenças CV, nomeadamente síndromes coronários agudos e AVC. Os mecanismos propostos para o efeito protetor da hormona no sistema CV consistem principalmente na promoção da vasodilatação, prevenção da aterosclerose e no atraso do desenvolvimento de SMet. A informação disponível atualmente sugere um efeito protetor da hormona contra eventos CV nos homens. No entanto, mais estudos são necessários para determinar se baixos níveis de testosterona constituem um fator de risco CV independente, ou se aumentam o risco CV de uma forma indireta. Por outro lado, são também necessários estudos para determinar o papel que a Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) poderá ter na prevenção de eventos CV nos homens com hipogonadismo. Por fim, a confirmação de que a testosterona tem um efeito protetor no sistema CV dos homens não implica que a falta da hormona seja o único fator responsável pelo maior impacto das doenças CV no sexo masculino. O mais provável é que a maior incidência e mortalidade dos eventos CV nos homens se deva a uma conjugação de fatores biológicos, comportamentais e psicossociais.For many years, the greater incidence and mortality of cardiovascular (CV) diseases in males compared to females was attributed to a higher concentration of testosterone hormone in men. The dominant idea was that testosterone had negative systemic effects, which would lead to a rise of the CV risk, and therefore, the higher concentration of the hormone in men would be a key factor to explain the greater impact of CV diseases in this gender. However, there is growing evidence that suggests that low plasma levels of testosterone, rather than high, are related to a higher CV risk in men. Some studies demonstrated an association between low testosterone levels and Metabolic Syndrome (SMet), while other studies established an inverse relation between testosterone levels in men and the frequency and severity of acute coronary syndromes and stroke. The objective of this study was to perform an extensive revision of the available bibliography concerning the relationship between low plasma testosterone levels in men and high CV risk, to determine whether there is support for the hypothesis of the hormone being a CV system protection factor. For this study, a literature research on the internet and PUBMED databases was used. Initially, 68 articles were selected using the research term “Testosterone” and each of the following: “Cardiovascular”, “Coronary Artery Disease”, “Stroke” and “Metabolic”. Of the 68 articles, 63 were selected for analysis. The remaining articles were excluded for not having relevant information for this study. The great majority of the studies suggest a protective effect of the hormone on male CV health. Some studies demonstrated an epidemiological association between low plasma levels of testosterone and high risk of CV diseases, like acute coronary syndromes and stroke. The proposed mechanisms for the protective effect of the hormone on CV system consist mainly on promotion of vasodilation, prevention of atherosclerosis and delay of SMet development. The available information suggests a protective effect of the hormone against CV events in men. However, more studies are necessary to determine whether low testosterone levels are an independent CV risk factor, or if they raise CV risk in an indirect way. On the other hand, more studies are also necessary to determine what role Testosterone Replacement Therapy (TRT) could have on the prevention of CV events in men with hypogonadism. Finally, the confirmation that testosterone has a protective effect on the male CV system does not imply that the lack of the hormone is the only factor responsible for the greater impact of CV diseases in males. It is more likely that the greater incidence and mortality of CV events in men is due to a conjugation of biological, behavioral and psychosocial factors.Lemos, Manuel Carlos LoureirouBibliorumMonteiro, Manuel António2018-07-12T16:37:55Z2014-06-202014-05-192014-06-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5031TID:201640007porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:32Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5031Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:01.954924Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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