The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Joana Filipa Reis de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/58444
Resumo: Dissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia
id RCAP_15688cde8fd9f69dc616b204f08acdab
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/58444
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescentsMemóriaDesenvolvimento cognitivoAdolescentesProcesso de aprendizagemDissertações de mestrado - 2022Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de PsicologiaPragmatic inference sentences (e.g., “The baby stayed awake all night”) are a robust way to study false memories through the dissociation between what people remember and what they know from general semantic knowledge (e.g., “The baby cried all night”), by inducing memory errors that can later be corrected after receiving corrective feedback. Previous research on false memories has shown that adults benefit from active retrieval versus passive reading when memorizing sentences with pragmatic inferences. However, there is little information regarding how adolescents correct memory errors, as cognitive control abilities are still under development. The present study aims to analyse how adolescents (12-17 years old) and young adults (22-27 years old) correct false memory errors generated by pragmatic inference sentences. For that, we compared performance in active (giving an answer) and passive (reading someone else’s answer) recognition tasks followed by corrective feedback. Critically, the proportion of errors in both conditions was matched thanks to the yokedpair design and the counterbalance of the sentences. In a final cued-recall task, memory of both age groups was compared as a function of their performance in the active vs. passive tasks, and we calculated a measure of persistence of the correct responses and an index of error correction. Overall, error correction for actively retrieved sentences was higher than for those passively read. This effect was replicated in adolescents, even though it was not modulated by age. Our results demonstrated that adolescents benefit from the incorporation of feedback after retrieval compared to the passive processing of information, as adults do.A nossa memória de eventos passados nem sempre reflete a experiência vivida. Isto deve-se ao facto de a memória ser maleável e vulnerável a influências internas (e.g., similaridades contextuais e semânticas expectáveis) e externas (e.g., introdução de informação errónea ou corretiva). De acordo com Bartlett (1932), esta maleabilidade permite a sua reconstrução através da recuperação de informação. Estes erros de memória dão origem às falsas memórias – quando a nossa memória não coincide com os acontecimentos experienciados – que podem ocorrer no dia-a-dia numa população normativa saudável (Robins, 2019). Segundo Carneiro e colegas (2020), a distorção da memória ocorre de forma a contemplar uma coerência entre a impressão tida da experiência vivida e o conhecimento e contexto atuais no momento em que recuperamos a informação. A proposta de Finn (2017) defende que a memória é atualizada depois de ser recuperada (MUAR) e que pode ser reconsolidada quando as pistas de recuperação são apresentadas com informação similar, que tanto pode ser errónea como corretiva. Nesta linha, este efeito facilitador da recuperação pode levar à integração de novas informações falsas e à consequente criação de falsas memórias ou à integração de feedback corretivo e atualizar memórias erróneas, quando o feedback é apresentado imediatamente após o erro (Carneiro et al., 2021). De facto, para proceder à correção de falsas memórias, os erros devem ser primeiramente detetados e compreendidos para que possam ser corrigidos (Mullet & Marsh, 2016). Na literatura, o paradigma DRM (Deese-Roediger-McDermott) é frequentemente usado para gerar falsas memórias de natureza semântica/associativa e estudar a correção do erro (e.g., Carneiro et al., 2021). No entanto, a manipulação experimental apresenta baixa validade ecológica por ser dificilmente relacionável com eventos do dia-a-dia. Por outro lado, o paradigma das Inferências Pragmática contempla o conhecimento geral adquirido como fator relevante no processamento de frases que sugerem informação extra ou implícita para além da expressamente apresentada (Brewer, 1977). A título de exemplo, a frase “O bebé esteve acordado toda a noite” poderá sugerir que “O bebé chorou toda a noite” embora a frase original não apresente a informação “chorou”. Este paradigma é mais ecológico para o estudo de falsas memórias, já que envolve componentes episódicos e semânticos, e permitiu a Maraver e colegas (2022) demonstrar o efeito facilitador das tarefas de recuperação (vs tarefas de reestudo passivo) na correção dos erros. Apesar do crescente corpo de pesquisa que apoia um uso ativo da correção de erros na aprendizagem, alguns autores defendem uma abordagem de aprendizagem sem erros. Estes últimos contestam que os erros devem ser evitados para desencorajar a sua ativação na competição pela resposta correta. Para estes autores, o feedback é visto como uma ferramenta de reforço social positivo para quando as respostas são dadas corretamente e nunca com uma orientação corretiva (Metcalfe, 2017). Em contraste, a abordagem de aprendizagem com erros introduzida por Izawa (1970) encoraja a comissão dos erros quando estes são relacionados com a informação pretendida (Grimaldi & Karpicke, 2012; Huelser & Metcalfe, 2012). A literatura não só tem mostrado que a geração de erros facilita a recuperação de memória (e.g., Carneiro et al., 2021; Maraver et al., 2022; Metcalfe, 2017) como tem sugerido que alunos em processo de aprendizagem exerçam um controle mais ativo sobre as informações recebidas (Markant et al., 2016). Tendo em conta que os adolescentes se encontram numa situação escolar ativa e numa fase de desenvolvimento cognitivo e neurológico, são uma população interessante para o estudo da correção dos erros de memória. É de salientar que a correção dos erros envolve funções executivas como a memória do trabalho, o processamento inibitório e a monitorização do erro, que se encontram em processo de maturação na adolescência até ao início da fase adulta (Ferguson et al., 2021). A literatura tem verificado que os adolescentes têm um desempenho inferior ao dos adultos em tarefas que envolvem monitorização, inibição, flexibilidade cognitiva e capacidade de decisão (e.g., Bunge & Wright, 2007; Luna et al., 2015), embora haja pouca evidência sobre o impacto do desenvolvimento do controlo cognitivo na recuperação de memória episódica (Ofen et al., 2007). No entanto, isto pode dever-se à escassez de estudos com a população adolescente e, até onde sabemos, ainda nenhum estudo foi feito sobre a correção de erros de memória com esta população. Adotando uma abordagem de aprendizagem com erros, o nosso estudo pretende estudar o efeito da recuperação ativa ao longo do desenvolvimento com adolescentes (12- 17) e jovens adultos (22-27 anos) utilizando as frases adaptadas para Português de Carneiro e colegas (2020) num paradigma de Inferências Pragmáticas. Para isto, os participantes (n=82) realizaram uma tarefa de memória com as três seguintes fases: 1) fase de codificação, quando os materiais eram memorizados; 2) fase intermédia, quando os participantes decidiam se uma determinada frase já tinha sido apresentada anteriormente (reconhecimento ativo) ou lhes era apresentada a decisão de outro participante (reconhecimento passivo), com feedback corretivo apresentado posteriormente independentemente da tarefa; e 3) teste de memória de evocação por pistas, quando os participantes completavam as frases anteriormente vistas. Para a fase intermédia, utilizámos um design de pares-emparelhados intra-sujeitos para que cada participante das duas faixas etárias fosse exposto às duas condições de reconhecimento (ativo e passivo) e para aumentar o valor ecológico do projeto com a exposição passiva à desinformação na forma de resposta incorreta de outro participante. Simplificando, na condição ativa, os participantes recuperaram ativamente informações previamente apresentadas na fase de codificação e decidiram se uma determinada frase já tinha sido apresentada anteriormente. Na condição passiva, os participantes são meramente expostos à resposta de outro participante, que pode ser tanto correta como incorreta. Com a apresentação de feedback corretivo após cada frase na fase intermédia, espera-se que jovens adultos tenham uma proporção de correção de erros significativamente maior quando as frases foram recuperadas ativamente do que quando foram lidas passivamente, conforme resultados de Maraver et al. (2022). Da mesma forma, para adolescentes, hipotetizamos que a recuperação ativa também poderá ser benéfica para a aprendizagem em comparação com o reconhecimento passivo. Os resultados partiram da análise das frases apresentadas no seu formato indutor de inferências pragmáticas e demonstraram que tanto os adolescentes como os jovens adultos corrigiram mais erros quando as frases correspondentes tinham sido apresentadas na condição de recuperação ativa na fase intermédia, contrastando com aquelas que tinham sido simplesmente vistas. Não verificámos diferenças significativas entre os dois grupos etários ou efeitos de interação na correção dos erros. Do mesmo modo, um índice de controlo sobre a persistência das respostas corretas da fase intermédia até à fase final mostrou que os adolescentes e jovens adultos têm uma maior persistência das respostas corretas na condição de reconhecimento ativo do que passivo, não havendo diferenças entre os dois grupos etários. Mais interessante ainda, um índice de correção do erro (da fase intermédia para a fase final) revelou uma maior capacidade de correção do erro para frases da condição ativa do que passiva, em ambos os grupos etários. Os resultados sugerem que tanto para os adolescentes como para os jovens adultos existe um efeito benéfico da recuperação ativa de informação para a correção de erros de falsas memórias. Tendo em conta que ambos os grupos etários se encontram em fases de vida que contemplam o contexto educativo (e.g., escolaridade básica e superior), isto pode traduzir-se na realização de exercícios de carácter exploratório antes do ensino mais estruturado dos materiais, que deve incluir feedback corretivo sobre os erros gerados. A ausência de diferenças comportamentais entre as populações em estudo revela que os adolescentes são capazes de beneficiar de estratégias ativas de recuperação (relativamente a estratégias passivas). Em estudos futuros será importante perceber quais as funções cognitivas (e.g., monotorização, controlo inibitório) subjacentes a este efeito em cada grupo etário.Raposo, Ana Luísa Nunes, 1978-Maraver, María J.Repositório da Universidade de LisboaAlmeida, Joana Filipa Reis de2023-07-05T14:44:24Z20222022-10-172022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/58444TID:203286251enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:07:22Zoai:repositorio.ul.pt:10451/58444Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:08:44.713557Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
title The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
spellingShingle The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
Almeida, Joana Filipa Reis de
Memória
Desenvolvimento cognitivo
Adolescentes
Processo de aprendizagem
Dissertações de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
title_short The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
title_full The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
title_fullStr The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
title_full_unstemmed The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
title_sort The role of retrieval for the correction of memory errors across development : a comparison between young adults and adolescents
author Almeida, Joana Filipa Reis de
author_facet Almeida, Joana Filipa Reis de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Raposo, Ana Luísa Nunes, 1978-
Maraver, María J.
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Joana Filipa Reis de
dc.subject.por.fl_str_mv Memória
Desenvolvimento cognitivo
Adolescentes
Processo de aprendizagem
Dissertações de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
topic Memória
Desenvolvimento cognitivo
Adolescentes
Processo de aprendizagem
Dissertações de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
description Dissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022
2022-10-17
2022-01-01T00:00:00Z
2023-07-05T14:44:24Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/58444
TID:203286251
url http://hdl.handle.net/10451/58444
identifier_str_mv TID:203286251
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134642423463936