«Partilhamos tudo o que podemos»: a dualização do corpo recluso nos romances através das grades
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0003-25732007000400006 |
Resumo: | Manter uma relação com um prisioneiro é um desafio às convenções ocidentais contemporâneas acerca dos ingredientes do envolvimento romântico. A gestão punitiva, a interdição e a vigilância características da prisão tornam estas ligações casos extremos de controlo da vida íntima. São utilizados dados de uma etnografia realizada na sala de espera dos visitantes da prisão de San Quentin e de entrevistas a mulheres com companheiros detidos para distinguir quatro interacções específicas entre os casais durante o encarceramento do homem. Através do seu esforço para «estar junto» e apoiar o ente amado, as mulheres transportam o seu ambiente doméstico para o estabelecimento prisional, permitindo que uma série de penalizações - estigma, censura, invasão de privacidade, regras, limitação espacial e regime temporal - se reflicta no interior do lar. Entendendo o conceito de «prisionização» de D. Clemmer como a socialização nas normas prisionais, este trabalho sustenta que, mesmo não estando fisicamente no estabelecimento prisional, as mulheres são sujeitas à «prisão secundária» por via da gestão e regulamentação institucional, uma vez que os métodos para se manterem em contacto com um companheiro implicam a cedência da sua esfera privada, tornando-a uma extensão do controlo penal. |
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