Caracterização da Atividade Apícola na Europa Mediterrânica e em Portugal

• Autor(a) principal: Pires, João Miguel Gueve
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8623
• topic: Apicultura; Instalação de apiários; Transumância; Sistemas de Informação Geográfica; Análise espacial; Análise de modelos raster

As abelhas constituem um dos mais importantes vetores de polinização, quer em ambiente natural quer no sector agrário. Se em termos ambientais são responsáveis pela manutenção da biodiversidade, no sector agrário são responsáveis pela manutenção da produção de vegetais (frutas, hortícolas, legumes, etc.). Da sua atividade biológica resultam produtos como: mel, cera, pólen, própolis e veneno, pelo que desde sempre o homem procurou gerir a atividade das abelhas de modo a colher estes produtos. Dada a importância da atividade apícola, com o presente trabalho pretendeu-se demonstrar a aplicação e o potencial dos Sistemas de Informação Geográfica na análise e caracterização do sector a vários níveis: Europeu, Mediterrâneo e Português. Em Portugal, procurou-se pormenorizar o sector a nível da divisão NUT II e NUT III, bem como criar uma carta de aptidão à instalação de novos apiários ou de apoio à transumância recorrendo a ferramentas de análise espacial que integram os SIG. O trabalho baseou-se na análise e processamento da Carta de Ocupação do Solo Europeia (CLC2006), na Carta de Ocupação do Solo Portuguesa (COS2007N5) e em dados estatísticos publicados pela Comunidade Europeia e pelo Programa Apícola Nacional (2014 – 2016 e 2017 – 2019). Todo o processamento de dados e operações de modelação foram efetuadas em ambiente SIG, mais concretamente em ArcGIS versão 10.4.1. Relativamente à definição de zonas adequadas à instalação de novos apiários, pretendemos verificar se as zonas de matos são adequadas à obtenção de méis multiflorais e as zonas de castanheiro e eucalipto aptas à obtenção de méis monoflorais, os mais procurados pelo consumidor. Quanto à transumância embora não seja uma prática muito corrente em Portugal, pode ser feita de sul (Algarve) para o norte (Alentejo) do litoral (Distritos de Lisboa, Leiria e Aveiro) para o Alentejo e interior (Beira Interior) e em altitude (Terra Quente Transmontana para a Terra Fria Transmontana e do distrito de Castelo Branco para a Serra da Estrela). Os apicultores podem começar por instalar apiários em zonas de baixa altitude e ir subindo as serras à medida que se vão dando as diversas florações, aproveitando a evolução da floração que é diferenciada e assim evitar quebras de produção de mel em determinadas épocas do ano.