O contrato de moçambicanos para São Tomé e Príncipe: os ziguezagues da política colonial portuguesa no Novecentos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Augusto
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/9643
Resumo: Neste artigo, traça-se uma panorâmica da política colonial de depreciação da mão de obra indígena de Moçambique e da subsequente importação para as roças ou fazendas de São Tomé e Príncipe ao longo do Novecentos. Mais do que uma política coerente e perene ao longo de décadas, as decisões e os procedimentos administrativos atinentes à usura da mão de obra africana e, em particular, da de Moçambique, dependeram muito, quer da feição dos regimes políticos em Portugal – Monarquia liberal, República e Estado Novo ditatorial – quer, sobretudo, da conjuntura internacional e do escrutínio pelas potências hegemônicas das práticas de sujeição dos africanos nas colônias portuguesas. Tal obrigou os governantes portugueses a desdobrarem-se num esforço de propaganda para tentarem refutar as acusações de esclavagismo e até de trabalho forçado. Ao longo de cerca de meio século (1908-1961), a arregimentação, a contratação e a usura de braços moçambicanos – entre arrebanhados como sujeitos escravizados, deportados como indesejáveis e contratados – nas roças de São Tomé e Príncipe conheceram facetas variadas e contraditórias que não se compreenderão se não se levar em conta o contexto político a montante das práticas coloniais de uma metrópole, também ela, dependente.
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