Considerações sobre a fauna de Chondrichtyes, Neoselachii do Miocénico terminal da bacia de Alvalade, Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Balbino, Ausenda Cáceres;
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Antunes, Daniel Bastos, Telles Pimenta, Miguel
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/9448
Resumo: Apresenta-se algumas considerações sobre a ictiofauna (seláceos) do Miocénico terminal da bacia de Alvalade, Formação de Esbarrondadoiro, Portugal. As jazidas de Santa Margarida, Esbarrondadoiro e Vale de Zebro,da Formação de Esbarrondadoiro, proporcionaram a recolha de cerca de dez mil dentes de seláceos. Foram identificados e descritos quarenta e cinco táxones pertencentes às ordens Hexanchiformes, Squaliformes, Lamniformes, Carcharhiniformes, Torpediniformes, Rajiformes e Myliobatiformes. Os depósitos miocénicos desta Bacia são particularmente ricos de formas modernas, comparáveis a outras actuais. Muitos géneros presentes vivem ainda no Mediterrâneo e no Oceano Atlântico: Carcharias, Isurus, Scyliorhinus, Carcharhinus, Galeorhinus, Torpedo, Raja, Dasyatis, Taeniura, Myliobatis, Pteromylaeus, Rhinoptera e Mobula. Verificamos nesta fauna, com características mediterrâneo-atlânticas, a ausência de espécies tipicamente miocénicas: Carcharhinus priscus, Dasyatis rugosa, Dasyatis cavernosa e Aetobatus arcuatus e o aparecimento de formas novas, descritas no estado fóssil pela primeira vez; é obvia a renovação relativamente às faunas homólogas mais antigas. O caracter evoluído da fauna de seláceos; a ausência de Carcharodon carcharias; o carácter evolucionado dos dentes de Carcharhinus e a ausência de Hemipristis corroboram a datação, estabelecida com base em pequenos mamíferos, para a Formação de Esbarrondadoiro, Bacia de Alvalade: ante – Pliocénico, Miocénico terminal/Messiniano. Do ponto de vista térmico há dados fundamentais a ter em conta: na Formação de Esbarrondadoiro faltam Hemipristis e quase não há Galeocerdo, formas termófilas. Contudo, ainda abundam e são variadas relativamente à fauna actual as espécies de Dasyatis, rareando Raja, portanto o contrário da situação actual. Teríamos condições de águas moderadamente quentes, menos do que no Tortoniano de Lisboa, mais do que na actualidade. Também as associações de seláceos nas três jazidas não são idênticas, o que evidencia diferentes situações ecológicas: Esbarrondadoiro indica meio relativamente mais profundo e águas pouco agitadas; Santa Margarida corresponde a uma zona litoral, de mar agitado; Vale de Zebro, uma situação de golfo mais interior com fundos vasosos. A associação com restos de mamíferos, répteis e peixes não marinhos indica a existência de terras emersas nas proximidades.
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