Casas feitas de olhares: uma etnografia dos muros em um loteamento periférico do Rio de Janeiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612020000300006 |
Resumo: | A etnografia de um loteamento periférico no Rio de Janeiro sugere que a construção de muros, em vez de significar um encolhimento da sociabilidade pública, afirma a presença constitutiva do outro na organização da vida privada. Em primeiro lugar, os muros (e as cercas) indicam que alguém está tomando conta do lugar, isto é, tornam público o compromisso prático da pessoa com o lugar. Em seguida, os muros (e os portões) dão liberdade e privacidade a cada família, revelando as tendências individualistas e coletivistas que atravessam as configurações de casas. Enfim, os muros (e as janelas) atuam dentro de uma economia do olhar: como bem mostra a crença no olho grande, os moradores procuram, através deles, controlar sua exposição ao olhar alheio, enquanto ficam de olho na rua. O artigo conclui defendendo uma abordagem propriamente etnográfica da distinção público-privado, voltada antes para o funcionamento dessa economia. |
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