Representações sociais de doença mental: um estudo exploratório com leigos, profissionais de saúde e curandeiros em Maputo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nhambirre, Paula Alexandra
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/4692
Resumo: A doença mental, foi - e de alguma forma ainda é - percebida ao logo dos séculos com recurso a diferentes interpretações. Associados a cada uma destas interpretações encontram-se especificamente, um momento histórico, e significados culturais vastos e complexos. A concentração da atenção pública em episódios negativos da doença mental tende a acentuar os sentimentos de insegurança por parte da sociedade em geral e contribuindo para a criação de categorias e estereótipos que, por sua vez, estão na origem dos processos de estigmatização e de discriminação social da pessoa com experiência de doença mental (Jorge-Monteiro, 2006), estando por isso numa situação de vulnerabilidade. O presente estudo tem como objectivo compreender as representações sociais da doença mental em Maputo (Moçambique), de profissionais de saúde, leigos, e curandeiros. Foram realizadas vinte e cinco entrevistas individuais semi-estruturadas, especificamente dez a curandeiros, nove a leigos e seis a profissionais de saúde. A técnica da análise de conteúdo possibilitou identificar e organizar as explicações ligadas ao conceito, às causas, ao tratamento, à evolução, às consequências da doença mental, e propostas de intervenção percebidas como eficazes para a doença mental, dos três grupos. Reflectimos sobre as relações entre as representações sociais e a percepção das práticas relativas à doença mental. Verificou-se que as representações dos três grupos encontram formadas num nó comum socialmente partilhado, no entanto, existindo também algumas diferenças específicas intergrupos - e no caso dos leigos intragrupo, com base no contexto de proveniência. E a partir destes resultados, reflectiu-se ainda sobre as estratégias de conciliação de eventuais diferenças nas representações sociais e das práticas relativas a doença mental.
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