Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Ana Laura Cruz
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/98340
Resumo: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
id RCAP_187c930ff27e209e2c93c5d33a8ed080
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/98340
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino SuperiorKnowledge and Stigma of Mental Illness in College StudentsDoença mentalConhecimento da Doença MentalEstigmaEstudantes do Ensino SuperiorMental IllnessKnowledge of Mental IllnessStigmaCollege StudentsTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaINTRODUÇÃO: A doença mental é um problema que atinge todas as faixas etárias, embora seja cada vez maior a prevalência entre os jovens, nomeadamente em estudantes do ensino superior. As patologias mentais, como quaisquer outras, podem influenciar a qualidade de vida e, consequentemente, ter impacto no percurso académico dos jovens que destas sofrem. Os conhecimentos sobre esta tópico, assim como o estigma associado são fundamentais para perceber melhor em que áreas sensibilizar os jovens para um tema com tanta importância.O presente estudo tem como objetivos avaliar o que sabem sobre doença mental os estudantes do ensino superior da área da saúde comparativamente a estudantes de outras áreas, a nível nacional, e perceber a possível influência de variáveis sociodemográficas, bem como áreas de estudo e traços de personalidade.MÉTODOS: Estudo transversal baseado num questionário online de autopreenchimento enviado a estudantes do ensino superior de todo o país através das suas instituições e divulgação em redes sociais. Avaliou-se o nível de conhecimento sobre doença mental (MAKS: Mental Health Knowledge Schedule) e estigma associado (MICA: Mental Illness Clinicians’ Attitudes Scale), bem como traços de personalidade (NEO-FFI-20: Neo-Five Factor Inventory (com 20 itens)) e variáveis sociodemográficas, relacionadas com contacto prévio com doença mental e relacionadas com os cursos. Foi feita estatística descritiva e inferencial para caracterizar conhecimentos e perceber as diferenças entre os alunos da área da saúde vs outras áreas e relação dos conhecimentos, estigma, contacto com doença mental (DM) e traços de personalidade.RESULTADOS: A amostra integrou 1856 participantes, dos quais 60.3% frequentavam cursos da área da saúde. Analisando-se os conhecimentos sobre Doença Mental (MAKS), não se verificaram diferenças entre os grupos, de uma forma global, sendo as médias de classificação do grupo de estudantes de saúde de 47.88±4.91 e do grupo não-saúde de 48.38±4.73, correlacionando-se significativamente este conhecimento com o estigma (MICA) (-0.243, p<0.001). As patologias mentais melhor classificadas como tal foram “Esquizofrenia”,” Doença Bipolar” e” Depressão”. Obtiveram piores pontuações os itens “Stress”, “Luto” e “A maioria das pessoas com problemas de saúde mental vão a profissionais de saúde para obter ajuda”, em ambos os grupos de estudantes, havendo diferenças significativas nesta parte, com melhores pontuações no grupo de estudantes de saúde.O contacto prévio com DM relacionou-se significativamente com maior conhecimento sobre patologias mentais (p<0.001) e menor estigma (p<0.001). O contacto com DM no contexto de Prática Clínica associou-se significativamente a menos estigma (p=0.001). Verificou-se uma relação significativa entre o contacto com DM por Antecedentes Pessoais e menor Estigma (p=0.002), bem como maior conhecimento sobre DM (p<0.001).Com o estigma também se correlacionaram traços de personalidade de Abertura à Experiência (ρ=-0.180, p<0.001), Amabilidade (ρ=-0.179, p<0.001) e Conscienciosidade (ρ=-0.103, p<0.001). Já os traços de personalidade Neuroticismo (ρ=0.980, p<0.001), Abertura à Experiência (ρ=0.137, p<0.001) e Conscienciosidade (ρ=0.121, p<0.001) foram associados a maior conhecimento de DM.DISCUSSÃO: Independentemente da área de ensino superior frequentada, demonstrou-se a desinformação sobre a benignidade das situações “Luto” e “Stress”, bem como o maior conhecimento relativamente a patologias mentais graves, resultados comparáveis aos de outros estudos congéneres. Foi encontrada, à semelhança de outros trabalhos, a correlação inversa do conhecimento acerca de patologias mental com o estigma a estas associado, sem diferenças significativas destas escalas entre os dois grupos estudados.Neste estudo a principal limitação foi o questionário ter sido divulgado por via online, podendo não ter chegado de forma homogénea à população em estudo, causando um viés de voluntarismo.CONCLUSÃO: Verificou-se, nesta amostra de estudantes do ensino superior, que um maior nível de conhecimentos em Doença Mental esteve relacionado com um menor estigma. Relativamente aos estudantes de saúde parece ser a prática clínica e os conhecimentos sobre as patologias mentais os principais contributos para um menor estigma, enquanto nos estudantes de outras áreas poderá ser o contacto com DM através de familiares, de amigos e/ ou de antecedentes pessoais e os traços de personalidade os mais determinantes para um maior conhecimento sobre atitudes estigmatizantes e consequentemente, menor estigma.INTRODUCTION: Mental illness is a problem that affects all age groups, however, the prevalence among young people is increasing, particularly among college students. Mental pathologies, like any other, can influence a person's quality of life and, consequently, may have an impact on the academic path of young people who suffer from them. Knowledge about this area, as well as the associated stigma, are fundamental to better understand in which areas to raise young people's awareness of a topic of such importance.The present study aims to know what college students in the health field know about mental illness compared to students in other areas, at national level, and to understand the possible influence of sociodemographic variables, as well as areas of study and personality traits.METHODS: Cross-sectional study based on an online self-filled questionnaire sent to college students across the country through its institutions and dissemination on social networks. It was evaluated the level of knowledge about mental health (MAKS: Mental Health Knowledge Schedule) and associated stigma (MICA: Mental Illness Clinicians' Attitudes Scale), as well as personality traits (NEO-FFI-20: Neo-Five Factor Inventory (with 20 items)) and sociodemographic variables, related to previous contact with mental illness and course-related. Descriptive and inferential statistics were used to characterize knowledge and understand the differences between students in the health field vs other areas and the relationship between knowledge, stigma, contact with mental illness and personality traits.RESULTS: The sample included 1856 participants, of whom 60.3% attended courses in the health field. Through the analysis of the knowledge about Mental Health (MAKS), it was verified that there were no differences between the groups, in a global way, with the average classification of the group of health students being 47.88±4.91 and the non-health group of 48.38±4.73, being this knowledge significantly correlated with the stigma (MICA) (-0.243) (p<0.001). The mental pathologies best classified as such were "Schizophrenia", "Bipolar Disease" and "Depression". The items that obtained the worst scores were "Stress", "Mourning" and "Most people with mental health problems seek help from health professionals" in both groups of students, with significant differences in this part, with better scores in the group of health students. Previous contact with DM was significantly related to greater knowledge about mental pathologies (p<0.001) and less stigma (p<0.001). Contact with mental illness in the context of Clinical Practice was significantly associated with less stigma (p=0.001). There was a significant relationship between contact with DM by Personal History and less Stigma (p=0.002), as well as greater knowledge about DM (p<0.001).Personality traits of Openness to Experience (ρ=-0.180, p<0.001), Kindness (ρ=-0.179, p<0.001) and Conscientiousness (ρ=-0.103, p<0.001) were also correlated with stigma.The personality traits Neuroticism (ρ=0.980, p<0.001), Openness to Experience (ρ=0.137, p<0.001) and Conscientiousness (ρ=0.121, p<0.001) were associated with greater knowledge of mental illness.DISCUSSION: Regardless of the area of college attended, it was demonstrated the lack of information about the benignity of the situations "Mourning" and "Stress", as well as greater knowledge regarding serious mental pathologies, results overlapping other studies.It was found, like other studies, the inverse correlation of knowledge about mental pathologies with its stigma, even though there were no significant differences in these scales between the two groups studied.In this study, the main limitation was that the questionnaire was distributed via online, and it may not have reached the study population homogeneously, causing a voluntarism bias.CONCLUSION:It was found, in this sample of college students, that a higher level of knowledge of Mental Illness was related to a lower stigma. Relatively to health students, clinical practice and knowledge about mental pathologies seem to be the main contributors to less stigma, while in students from other areas it may be the contact with DM through family, friends and/ or personal history and the personality traits the most determinants for greater knowledge about stigmatizing attitudes and, consequently, less stigma.2021-03-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/98340http://hdl.handle.net/10316/98340TID:202923738porFonseca, Ana Laura Cruzinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-02-04T21:41:13Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/98340Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:16:11.402282Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
Knowledge and Stigma of Mental Illness in College Students
title Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
spellingShingle Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
Fonseca, Ana Laura Cruz
Doença mental
Conhecimento da Doença Mental
Estigma
Estudantes do Ensino Superior
Mental Illness
Knowledge of Mental Illness
Stigma
College Students
title_short Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
title_full Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
title_fullStr Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
title_full_unstemmed Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
title_sort Conhecimento e Estigma da Doença Mental em Estudantes do Ensino Superior
author Fonseca, Ana Laura Cruz
author_facet Fonseca, Ana Laura Cruz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Fonseca, Ana Laura Cruz
dc.subject.por.fl_str_mv Doença mental
Conhecimento da Doença Mental
Estigma
Estudantes do Ensino Superior
Mental Illness
Knowledge of Mental Illness
Stigma
College Students
topic Doença mental
Conhecimento da Doença Mental
Estigma
Estudantes do Ensino Superior
Mental Illness
Knowledge of Mental Illness
Stigma
College Students
description Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-03-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/98340
http://hdl.handle.net/10316/98340
TID:202923738
url http://hdl.handle.net/10316/98340
identifier_str_mv TID:202923738
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134058142236672