Arsenito oxidase bacteriana: caracterização a nível molecular
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/19562 |
Resumo: | O arsénio encontra-se amplamente distribuído no meio ambiente, decorrente de processos naturais e antropogénicos. É geralmente encontrado nas formas de arsenito [As(III)] e arsenato [As(V)], altamente tóxicas. A arsenito oxidase (Aio) é uma enzima metabólica responsável pela oxidação de arsenito a arsenato. A estrutura cristalográfica da Aio do oxidante de arsenito Alphaproteobacterium Rhizobium sp. NT-26 foi previamente determinada a 2,7 Å de resolução. O principal objetivo deste trabalho é contribuir para a clarificação do mecanismo de reação da enzima através da caracterização estrutural da Aio nativa de NT-26 ligada a análogos do substrato, bem como vários mutantes da enzima, recorrendo à cristalografia de raios-X e ensaios cinéticos com base em espetroscopia de UV/Vísivel. Na presente dissertação são descritos os vários passos executados desde a mutagénese dirigida, expressão e purificação, cristalização, resolução e análise da estrutura e cinética enzimática, da proteína nativa e mutantes em estudo. Usando polietilenoglicol (PEG), como agente precipitante, foi possível obter cristais da proteína nativa e dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A, permitindo a determinação das suas estruturas tridimensionais a 1,89; 2,18 e 2,20 Å de resolução, respetivamente. Os estudos com AioAB nativa na presença de antimonito indicam a ligação deste ao centro ativo da enzima, a cerca de 1,7 Å do ligando hidroxilo do molibdénio. Estes resultados sugerem que a ligação do substrato fisiológico, arsenito, será feita de forma semelhante, apesar de, na estrutura obtida, não se ter verificado a presença de um sexto ligando do molibdénio, como expectável de acordo com o mecanismo proposto na literatura, provavelmente devido a danos causados pela radiação. As estruturas cristalográficas dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A mostram a presença dos resíduos mutados e a ausência de alterações globais na estrutura da proteína. Os ensaios cinéticos realizados mostram a diminuição de atividade no mutante AioA Q726G e o aumento de atividade no mutante AioB F108A, evidenciando a importância dos resíduos mutados no mecanismo reacional da arsenito oxidase. Através de mutagénese dirigida foram preparados outros mutantes da subunidade A - D169A/N e E453A/Q – que serão, de futuro, utilizados para ensaios cinéticos e determinação das estruturas cristalográficas, seguindo as metodologias aqui descritas. |
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Arsenito oxidase bacteriana: caracterização a nível molecularArsénioArsenito oxidaseMolibdoenzimasCristalografia de raios-XMutagénese dirigidaCinética enzimáticaDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia QuímicaO arsénio encontra-se amplamente distribuído no meio ambiente, decorrente de processos naturais e antropogénicos. É geralmente encontrado nas formas de arsenito [As(III)] e arsenato [As(V)], altamente tóxicas. A arsenito oxidase (Aio) é uma enzima metabólica responsável pela oxidação de arsenito a arsenato. A estrutura cristalográfica da Aio do oxidante de arsenito Alphaproteobacterium Rhizobium sp. NT-26 foi previamente determinada a 2,7 Å de resolução. O principal objetivo deste trabalho é contribuir para a clarificação do mecanismo de reação da enzima através da caracterização estrutural da Aio nativa de NT-26 ligada a análogos do substrato, bem como vários mutantes da enzima, recorrendo à cristalografia de raios-X e ensaios cinéticos com base em espetroscopia de UV/Vísivel. Na presente dissertação são descritos os vários passos executados desde a mutagénese dirigida, expressão e purificação, cristalização, resolução e análise da estrutura e cinética enzimática, da proteína nativa e mutantes em estudo. Usando polietilenoglicol (PEG), como agente precipitante, foi possível obter cristais da proteína nativa e dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A, permitindo a determinação das suas estruturas tridimensionais a 1,89; 2,18 e 2,20 Å de resolução, respetivamente. Os estudos com AioAB nativa na presença de antimonito indicam a ligação deste ao centro ativo da enzima, a cerca de 1,7 Å do ligando hidroxilo do molibdénio. Estes resultados sugerem que a ligação do substrato fisiológico, arsenito, será feita de forma semelhante, apesar de, na estrutura obtida, não se ter verificado a presença de um sexto ligando do molibdénio, como expectável de acordo com o mecanismo proposto na literatura, provavelmente devido a danos causados pela radiação. As estruturas cristalográficas dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A mostram a presença dos resíduos mutados e a ausência de alterações globais na estrutura da proteína. Os ensaios cinéticos realizados mostram a diminuição de atividade no mutante AioA Q726G e o aumento de atividade no mutante AioB F108A, evidenciando a importância dos resíduos mutados no mecanismo reacional da arsenito oxidase. Através de mutagénese dirigida foram preparados outros mutantes da subunidade A - D169A/N e E453A/Q – que serão, de futuro, utilizados para ensaios cinéticos e determinação das estruturas cristalográficas, seguindo as metodologias aqui descritas.Santos-Silva, TeresaRUNVieira, Marta Filipa Mota2016-12-13T16:18:23Z2016-112016-112016-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19562porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:01:13Zoai:run.unl.pt:10362/19562Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:32.182949Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O arsénio encontra-se amplamente distribuído no meio ambiente, decorrente de processos naturais e antropogénicos. É geralmente encontrado nas formas de arsenito [As(III)] e arsenato [As(V)], altamente tóxicas. A arsenito oxidase (Aio) é uma enzima metabólica responsável pela oxidação de arsenito a arsenato. A estrutura cristalográfica da Aio do oxidante de arsenito Alphaproteobacterium Rhizobium sp. NT-26 foi previamente determinada a 2,7 Å de resolução. O principal objetivo deste trabalho é contribuir para a clarificação do mecanismo de reação da enzima através da caracterização estrutural da Aio nativa de NT-26 ligada a análogos do substrato, bem como vários mutantes da enzima, recorrendo à cristalografia de raios-X e ensaios cinéticos com base em espetroscopia de UV/Vísivel. Na presente dissertação são descritos os vários passos executados desde a mutagénese dirigida, expressão e purificação, cristalização, resolução e análise da estrutura e cinética enzimática, da proteína nativa e mutantes em estudo. Usando polietilenoglicol (PEG), como agente precipitante, foi possível obter cristais da proteína nativa e dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A, permitindo a determinação das suas estruturas tridimensionais a 1,89; 2,18 e 2,20 Å de resolução, respetivamente. Os estudos com AioAB nativa na presença de antimonito indicam a ligação deste ao centro ativo da enzima, a cerca de 1,7 Å do ligando hidroxilo do molibdénio. Estes resultados sugerem que a ligação do substrato fisiológico, arsenito, será feita de forma semelhante, apesar de, na estrutura obtida, não se ter verificado a presença de um sexto ligando do molibdénio, como expectável de acordo com o mecanismo proposto na literatura, provavelmente devido a danos causados pela radiação. As estruturas cristalográficas dos mutantes AioA Q726G e AioB F108A mostram a presença dos resíduos mutados e a ausência de alterações globais na estrutura da proteína. Os ensaios cinéticos realizados mostram a diminuição de atividade no mutante AioA Q726G e o aumento de atividade no mutante AioB F108A, evidenciando a importância dos resíduos mutados no mecanismo reacional da arsenito oxidase. Através de mutagénese dirigida foram preparados outros mutantes da subunidade A - D169A/N e E453A/Q – que serão, de futuro, utilizados para ensaios cinéticos e determinação das estruturas cristalográficas, seguindo as metodologias aqui descritas. |
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