The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.51338/rppsm.459 |
Resumo: | A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por um défice na comunicação e interação social, rigidez cognitiva, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, características estas que podem ter um elevado impacto ao nível do funcionamento dos indivíduos ao longo da sua vida1. Em alguns casos, especialmente nos de alto funcionamento, o diagnóstico pode ser mais tardio, na adolescência ou na vida adulta, quando as exigências do meio, tanto a nível laboral como a nível social, se vão tornando progressivamente maiores2. Num estudo de prevalência realizado em Portugal nos anos 2000/2001 estimou-se uma prevalência de 1:1000 crianças1, no entanto, nos últimos anos, foi notória a incidência crescente das PEA. Estimativas recentes da CDC’s Autism and Developmental Disabilities Monitoring apontam para uma prevalência de 1:44 (2,3%) de PEA em crianças em idade escolar3. A transição para a idade adulta apresenta um conjunto de desafios para qualquer jovem, especialmente para aqueles com PEA. Aspetos como empregabilidade, relações sociais, autonomia e qualidade de vida têm piores resultados comparativamente com a população geral2,4. Múltiplos estudos mostraram ainda que não é incomum a existência de outras doenças mentais comórbidas, como depressão, ansiedade, perturbações da conduta ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Embora os serviços de saúde, educação e sociais para crianças com PEA estejam estabelecidos, os recursos para adultos são muito menos estruturados e possuem fragilidades3. Os serviços da infância cresceram devido ao reconhecimento da importância da intervenção precoce, que deriva das teorias do neurodesenvolvimento e da neuroplasticidade. Contudo, estudos recentes mostraram que os adultos possuem também capacidade de crescimento e desenvolvimento neural, pelo que a intervenção no adolescente e no adulto jovem é também de extrema importância e tem impacto positivo nos resultados. A manutenção dos cuidados na idade de transição, com o desenvolvimento de consultas especializadas de PEA na idade de transição, com colaboração dos serviços de Pedopsiquiatria e Psiquiatria, além de oferecer uma melhor qualidade de vida ao jovem com PEA, de melhorar o bem-estar emocional, sentimento de pertença, competência e integração, reveste-se de grande importância também a nível económico e social, uma vez que possibilita que estes tenham maior apoio, prossigam os estudos, tenham maior probabilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de serem parte ativa e integrante da sociedade e, assim, gerar maior receita e produzir menor despesa. Para além da consulta médica, a nível social, seria uma mais valia a criação e implementação de equipas de transição para a vida adulta na comunidade. |
id |
RCAP_18e0bc314282b0d8f76507d86d173fec |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.www.revistapsiquiatria.pt:article/459 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder ConsultationA Criança Autista é um Adulto: E Agora? – Consulta de Perturbação do Espectro do Autismo na Idade de TransiçãoAdolescentAutism Spectrum DisorderAdolescent Health ServicesMental Health ServicesTransition to Adult CareAdolescentePerturbação do Espectro do AutismoServiços de Saúde do AdolescenteServiços de Saúde MentalTransição para Cuidados do AdultoA Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por um défice na comunicação e interação social, rigidez cognitiva, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, características estas que podem ter um elevado impacto ao nível do funcionamento dos indivíduos ao longo da sua vida1. Em alguns casos, especialmente nos de alto funcionamento, o diagnóstico pode ser mais tardio, na adolescência ou na vida adulta, quando as exigências do meio, tanto a nível laboral como a nível social, se vão tornando progressivamente maiores2. Num estudo de prevalência realizado em Portugal nos anos 2000/2001 estimou-se uma prevalência de 1:1000 crianças1, no entanto, nos últimos anos, foi notória a incidência crescente das PEA. Estimativas recentes da CDC’s Autism and Developmental Disabilities Monitoring apontam para uma prevalência de 1:44 (2,3%) de PEA em crianças em idade escolar3. A transição para a idade adulta apresenta um conjunto de desafios para qualquer jovem, especialmente para aqueles com PEA. Aspetos como empregabilidade, relações sociais, autonomia e qualidade de vida têm piores resultados comparativamente com a população geral2,4. Múltiplos estudos mostraram ainda que não é incomum a existência de outras doenças mentais comórbidas, como depressão, ansiedade, perturbações da conduta ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Embora os serviços de saúde, educação e sociais para crianças com PEA estejam estabelecidos, os recursos para adultos são muito menos estruturados e possuem fragilidades3. Os serviços da infância cresceram devido ao reconhecimento da importância da intervenção precoce, que deriva das teorias do neurodesenvolvimento e da neuroplasticidade. Contudo, estudos recentes mostraram que os adultos possuem também capacidade de crescimento e desenvolvimento neural, pelo que a intervenção no adolescente e no adulto jovem é também de extrema importância e tem impacto positivo nos resultados. A manutenção dos cuidados na idade de transição, com o desenvolvimento de consultas especializadas de PEA na idade de transição, com colaboração dos serviços de Pedopsiquiatria e Psiquiatria, além de oferecer uma melhor qualidade de vida ao jovem com PEA, de melhorar o bem-estar emocional, sentimento de pertença, competência e integração, reveste-se de grande importância também a nível económico e social, uma vez que possibilita que estes tenham maior apoio, prossigam os estudos, tenham maior probabilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de serem parte ativa e integrante da sociedade e, assim, gerar maior receita e produzir menor despesa. Para além da consulta médica, a nível social, seria uma mais valia a criação e implementação de equipas de transição para a vida adulta na comunidade.Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental2023-12-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.51338/rppsm.459https://doi.org/10.51338/rppsm.459Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental; Vol. 9 No. 4 (2023); 153-154Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental; Vol. 9 N.º 4 (2023); 153-1542184-54172184-5522reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/459https://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/459/158Direitos de Autor (c) 2023 Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mentalinfo:eu-repo/semantics/openAccessLobato, Maria JoãoMartins, SofiaGouveia, PaulaMoreira, LiaMaia, Carla2024-01-03T12:15:18Zoai:ojs.www.revistapsiquiatria.pt:article/459Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:57:06.947088Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation A Criança Autista é um Adulto: E Agora? – Consulta de Perturbação do Espectro do Autismo na Idade de Transição |
title |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
spellingShingle |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation Lobato, Maria João Adolescent Autism Spectrum Disorder Adolescent Health Services Mental Health Services Transition to Adult Care Adolescente Perturbação do Espectro do Autismo Serviços de Saúde do Adolescente Serviços de Saúde Mental Transição para Cuidados do Adulto |
title_short |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
title_full |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
title_fullStr |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
title_full_unstemmed |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
title_sort |
The autistic child is an adult: now what? - Transitional Age Autism Spectrum Disorder Consultation |
author |
Lobato, Maria João |
author_facet |
Lobato, Maria João Martins, Sofia Gouveia, Paula Moreira, Lia Maia, Carla |
author_role |
author |
author2 |
Martins, Sofia Gouveia, Paula Moreira, Lia Maia, Carla |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lobato, Maria João Martins, Sofia Gouveia, Paula Moreira, Lia Maia, Carla |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Adolescent Autism Spectrum Disorder Adolescent Health Services Mental Health Services Transition to Adult Care Adolescente Perturbação do Espectro do Autismo Serviços de Saúde do Adolescente Serviços de Saúde Mental Transição para Cuidados do Adulto |
topic |
Adolescent Autism Spectrum Disorder Adolescent Health Services Mental Health Services Transition to Adult Care Adolescente Perturbação do Espectro do Autismo Serviços de Saúde do Adolescente Serviços de Saúde Mental Transição para Cuidados do Adulto |
description |
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por um défice na comunicação e interação social, rigidez cognitiva, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, características estas que podem ter um elevado impacto ao nível do funcionamento dos indivíduos ao longo da sua vida1. Em alguns casos, especialmente nos de alto funcionamento, o diagnóstico pode ser mais tardio, na adolescência ou na vida adulta, quando as exigências do meio, tanto a nível laboral como a nível social, se vão tornando progressivamente maiores2. Num estudo de prevalência realizado em Portugal nos anos 2000/2001 estimou-se uma prevalência de 1:1000 crianças1, no entanto, nos últimos anos, foi notória a incidência crescente das PEA. Estimativas recentes da CDC’s Autism and Developmental Disabilities Monitoring apontam para uma prevalência de 1:44 (2,3%) de PEA em crianças em idade escolar3. A transição para a idade adulta apresenta um conjunto de desafios para qualquer jovem, especialmente para aqueles com PEA. Aspetos como empregabilidade, relações sociais, autonomia e qualidade de vida têm piores resultados comparativamente com a população geral2,4. Múltiplos estudos mostraram ainda que não é incomum a existência de outras doenças mentais comórbidas, como depressão, ansiedade, perturbações da conduta ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Embora os serviços de saúde, educação e sociais para crianças com PEA estejam estabelecidos, os recursos para adultos são muito menos estruturados e possuem fragilidades3. Os serviços da infância cresceram devido ao reconhecimento da importância da intervenção precoce, que deriva das teorias do neurodesenvolvimento e da neuroplasticidade. Contudo, estudos recentes mostraram que os adultos possuem também capacidade de crescimento e desenvolvimento neural, pelo que a intervenção no adolescente e no adulto jovem é também de extrema importância e tem impacto positivo nos resultados. A manutenção dos cuidados na idade de transição, com o desenvolvimento de consultas especializadas de PEA na idade de transição, com colaboração dos serviços de Pedopsiquiatria e Psiquiatria, além de oferecer uma melhor qualidade de vida ao jovem com PEA, de melhorar o bem-estar emocional, sentimento de pertença, competência e integração, reveste-se de grande importância também a nível económico e social, uma vez que possibilita que estes tenham maior apoio, prossigam os estudos, tenham maior probabilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de serem parte ativa e integrante da sociedade e, assim, gerar maior receita e produzir menor despesa. Para além da consulta médica, a nível social, seria uma mais valia a criação e implementação de equipas de transição para a vida adulta na comunidade. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-12-28 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.51338/rppsm.459 https://doi.org/10.51338/rppsm.459 |
url |
https://doi.org/10.51338/rppsm.459 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/459 https://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/459/158 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Direitos de Autor (c) 2023 Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Direitos de Autor (c) 2023 Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental; Vol. 9 No. 4 (2023); 153-154 Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental; Vol. 9 N.º 4 (2023); 153-154 2184-5417 2184-5522 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136455035977728 |