"Imitado do inglês"? : a transtextualidade e o romantismo : noivados e (des)amores do sepulcro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.2/6593 |
Resumo: | A popularidade da chamada temática sepulcral reflecte-se no número de variações com que foi tratada ao longo de Setecentos e de Oitocentos – a que correspondem de um modo geral o Pré-Romantismo e o Romantismo, respectivamente. O motivo recorrente do morto que regressa do além-túmulo por causa da pessoa amada em vida é retomado em diferentes variações, e são as relações de aproximação e de afastamento entre algumas delas que aqui exploramos. Este estudo compara as baladas portuguesas “A Noiva do Sepulcro” de Alexandre Herculano, e “O Noivado do Sepulcro” de Soares de Passos, publicadas durante o século XIX, com baladas inglesas e escocesas de origem maioritariamente incerta: “William and Margaret”, “Margaret’s Ghost”, “Fair Margaret and Sweet William”, “William’s Ghost” e “The Suffolk Miracle”. Estas foram recolhidas e publicadas ao longo do século XVIII em colectâneas que visavam a recuperação da tradição lírica popular dos povos das Ilhas Britânicas. A popularidade deste tipo de obra contribuiu para a sensibilização dos românticos relativamente à exaltação das tradições, da língua e da cultura em torno do conceito que começava a emergir: o de nação. Em Portugal vários autores dedicariam parte da sua obra ao culto do passado nacional, entre eles Herculano e Soares de Passos. Apesar do surgimento da ideia de literaturas nacionais, encontramos na poesia sepulcral de diferentes países elementos de transtextualidade não apenas em termos técnico-compositivos como em termos culturais, sobretudo em relação ao revivalismo do passado – habitualmente medieval. A popularidade da forma da balada popular e o seu revivalismo são sintomáticos desta nova sensibilidade, e é precisamente nesta forma mista – que combina o lírico com o narrativo e o dramático – que este corpus textual é escrito, razão pela qual a sua análise literária abrange desde a prosódia às personagens, passando pela dramatização do discurso em diálogo e pelo imaginário. |
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"Imitado do inglês"? : a transtextualidade e o romantismo : noivados e (des)amores do sepulcroLiteratura comparadaLiteratura inglesaLiteratura portuguesaRomantismoPoesiaSepulcroTranstextualidadeTranstextualityRomanticismBalladPoetrySepulchralA popularidade da chamada temática sepulcral reflecte-se no número de variações com que foi tratada ao longo de Setecentos e de Oitocentos – a que correspondem de um modo geral o Pré-Romantismo e o Romantismo, respectivamente. O motivo recorrente do morto que regressa do além-túmulo por causa da pessoa amada em vida é retomado em diferentes variações, e são as relações de aproximação e de afastamento entre algumas delas que aqui exploramos. Este estudo compara as baladas portuguesas “A Noiva do Sepulcro” de Alexandre Herculano, e “O Noivado do Sepulcro” de Soares de Passos, publicadas durante o século XIX, com baladas inglesas e escocesas de origem maioritariamente incerta: “William and Margaret”, “Margaret’s Ghost”, “Fair Margaret and Sweet William”, “William’s Ghost” e “The Suffolk Miracle”. Estas foram recolhidas e publicadas ao longo do século XVIII em colectâneas que visavam a recuperação da tradição lírica popular dos povos das Ilhas Britânicas. A popularidade deste tipo de obra contribuiu para a sensibilização dos românticos relativamente à exaltação das tradições, da língua e da cultura em torno do conceito que começava a emergir: o de nação. Em Portugal vários autores dedicariam parte da sua obra ao culto do passado nacional, entre eles Herculano e Soares de Passos. Apesar do surgimento da ideia de literaturas nacionais, encontramos na poesia sepulcral de diferentes países elementos de transtextualidade não apenas em termos técnico-compositivos como em termos culturais, sobretudo em relação ao revivalismo do passado – habitualmente medieval. A popularidade da forma da balada popular e o seu revivalismo são sintomáticos desta nova sensibilidade, e é precisamente nesta forma mista – que combina o lírico com o narrativo e o dramático – que este corpus textual é escrito, razão pela qual a sua análise literária abrange desde a prosódia às personagens, passando pela dramatização do discurso em diálogo e pelo imaginário.Throughout the 1700s and the 1800s the popularity of what is usually known as sepulchral poetry can be inferred from the amount of variations in which it appears. These periods are usually known as the Pre-Romantic era and the Romantic era, respectively. This dissertation analyses different examples of variations of the common motif of the dead lover who returns from the grave, sometimes presented in closer relation between some poems, other times, more distantly, between others. This study compares the Portuguese ballads “A Noiva do Sepulcro” by Alexandre Herculano, and “O Noivado do Sepulcro” by Soares de Passos, both published during the nineteenth century, with a selection of English and Scottish ballads, most of uncertain origin: “William and Margaret”, “Margaret’s Ghost”, “Fair Margaret and Sweet William”, “William’s Ghost” and “The Suffolk Miracle”. These ballads had been collected and published during the eighteenth century in works pertaining to the effort of recovering folk lyrical traditions of the peoples of the British Isles. Some of these collections gained vast popularity, contributing to the dispersal of this new sensibility of exalting the traditions, language and culture of what was beginning to be perceived as “national”. In Portugal, several authors dedicated a part of their work to the cult of their nation’s past. Some of these authors are Herculano and Soares de Passos. Although the idea of national literatures was emerging, sepulchral poetry from different countries shows us elements of transtextuality not only in regards to technical elements of form and style but also in terms of certain cultural aspects, relating primarily to the past – usually the Middle Ages. The enjoyment of the popular ballad form and its revival are symptomatic of this new sensibility, and it is precisely in this mixed form – which combines lyrical, narrative and dramatic elements together – that this text corpus is written. We are thus compelled to examine such different aspects as prosody, character analysis, the imaginary and the use of dialogue for dramatic emphasis.Childs, Jeffrey ScottRepositório AbertoMoreira, Inês Querido2017-07-12T14:46:13Z2017-06-162017-07-122017-06-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.2/6593TID:202024202porMoreira, Inês Querido - "Imitado do inglês"? [Em linha]: a transtextualidade e o romantismo : noivados e (des)amores do sepulcro. [S.l.]: [s.n.], 2017. 190 p.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T15:24:42Zoai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/6593Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:47:02.942766Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A popularidade da chamada temática sepulcral reflecte-se no número de variações com que foi tratada ao longo de Setecentos e de Oitocentos – a que correspondem de um modo geral o Pré-Romantismo e o Romantismo, respectivamente. O motivo recorrente do morto que regressa do além-túmulo por causa da pessoa amada em vida é retomado em diferentes variações, e são as relações de aproximação e de afastamento entre algumas delas que aqui exploramos. Este estudo compara as baladas portuguesas “A Noiva do Sepulcro” de Alexandre Herculano, e “O Noivado do Sepulcro” de Soares de Passos, publicadas durante o século XIX, com baladas inglesas e escocesas de origem maioritariamente incerta: “William and Margaret”, “Margaret’s Ghost”, “Fair Margaret and Sweet William”, “William’s Ghost” e “The Suffolk Miracle”. Estas foram recolhidas e publicadas ao longo do século XVIII em colectâneas que visavam a recuperação da tradição lírica popular dos povos das Ilhas Britânicas. A popularidade deste tipo de obra contribuiu para a sensibilização dos românticos relativamente à exaltação das tradições, da língua e da cultura em torno do conceito que começava a emergir: o de nação. Em Portugal vários autores dedicariam parte da sua obra ao culto do passado nacional, entre eles Herculano e Soares de Passos. Apesar do surgimento da ideia de literaturas nacionais, encontramos na poesia sepulcral de diferentes países elementos de transtextualidade não apenas em termos técnico-compositivos como em termos culturais, sobretudo em relação ao revivalismo do passado – habitualmente medieval. A popularidade da forma da balada popular e o seu revivalismo são sintomáticos desta nova sensibilidade, e é precisamente nesta forma mista – que combina o lírico com o narrativo e o dramático – que este corpus textual é escrito, razão pela qual a sua análise literária abrange desde a prosódia às personagens, passando pela dramatização do discurso em diálogo e pelo imaginário. |
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