Leptospiroses em Portugal : a situação epidemiológica recente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Falcão, José Marinho
Data de Publicação: 1999
Outros Autores: Nogueira, Paulo Jorge, Dias, Carlos, Pimenta, Zilda Paulo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/103159
Resumo: RESUMO - A incidência de leptospiroses em Portugal foi estudada com base em dados gerados por três fontes diferentes: «Doenças de declaração obrigatória» (DDO), da Direcção-Geral da Saúde, «Grupos de diagnóstico homogéneos» (GDH), do Instituto de Gestão Informática e Financeira, e «Mortalidade », do Instituto Nacional de Estatística. As taxas brutas de incidência anual (DDO) variaram entre 2,6 casos/106 (1991) e 6,8 casos/106 (1997) e foram muito superiores quando estimadas por GDH — valor mínimo: 7,7 casos/106 (1995); valor máximo: 20,2 casos/106 (1997). Ambas as estimativas mostraram resul-tados concordantes em relação a: (1) taxas mais elevadas no sexo masculino em relação ao sexo feminino; (2) aumento da incidência até ao grupo etário 55-64 anos; (3) aumento muito provável da incidência da doença depois de 1995. Através de DDO foram identificadas diferenças regionais apreciáveis, sendo os valores mais elevados na Região Autónoma dos Açores e na Região Centro. Como para a incidência, as taxas de mortalidade bruta média anual no período 1991-1996 foram também mais elevadas na Região Autónoma dos Açores (5,6 óbitos/ 106) e na Região Centro (1,9 óbitos/106), mas, ao invés, a Região Autónoma da Madeira teve um valor elevado intermédio entre aqueles (3,3 óbitos/106). Face à muito provável subestimação da incidência quando calculada por DDO e mesmo GDH, ensaiou-se a correcção das estimativas tendo como base o número de óbitos verificado no país e em cada região e vários valores das razões número de óbitos/número de casos. Os resultados obtidos com essa correcção sugerem que o número médio de casos ocorridos em Portugal pode variar entre cerca de 82 e 213 casos por ano (estimativas DDO: 35 casos por ano; GDH: 91 casos por ano).
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