A (in)visibilidade do racismo de negritude na escola: um estudo com professores brasileiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Adriano dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/20349
Resumo: O processo educacional tem importância estratégica para a manutenção de racismos e preconceitos, assim como representa um veículo de possibilidade de mudanças e desconstruções dos padrões estabelecidos socialmente e de combate ao racismo no contexto brasileiro. Neste sentido, a Lei 10.639/03 estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, em caráter institucional, e, em consequência disso, o envolvimento dos professores neste processo se faz necessário. No entanto, no plano das relações sociais, os professores podem não estar atentos à relevância do assunto em questão. Assim nos parece de suma importância verificar o grau de auto-eficácia dos professores no cumprimento desta importante tarefa. Este estudo teve a Teoria Social Cognitiva de Bandura como Fundamentação teórica. Os dados foram coletados através de 3 questionários, com escala Likert. Utilizou-se a Escala de Auto-eficácia de Professores desenvolvido por Megan Tschannen-Moran e Anita Woolfolk Hoy, adaptado à língua portuguesa por Matos e Nogueira (2008), que tem por finalidade mensurar a auto-eficácia dos professores. Como não encontramos um instrumento que mensurasse a auto-eficácia com a especificidade de lidar com o racismo de negritude, optamos por elaborar um questionário com situações de preconceitos relativos à ascendência étnica de negritude no cotidiano da sala de aula, em formato de 7 vinhetas no qual os professores responderam questões abertas sobre as intenções comportamentais para lidar com cada situação proposta. Após responderem as questões, os professores se auto avaliaram numa escala tipo Likert marcando de 1 a 9 a sua crença na capacidade de efetivar em atitudes as ações por eles propostas. No tratamento estatístico de análise quantitativa, os resultados apontam que esta escala possui qualidades que recomendam a sua utilização. Analisamos assim o nível de auto eficácia de racismo de negritude (AERN) relacionando às variáveis sexo, idade, grau de habilitação e anos de escolaridade onde ficou evidente não haver diferenças significativas entre essas variáveis. Houve correlações positivas e estatisticamente significativas quando se analisou a auto-eficácia de negritude dos professores que lidam diretamente com o que preconiza a Lei 10.639/03. Ou seja, os professores pesquisados tiveram índices satisfatórios de auto-eficácia e também tiveram níveis satisfatórios de auto-eficácia de racismo de negritude. Quando utilizamos a análise qualitativas para avaliar as estratégias de intervenção ditas pelos professores que sentiam-se capazes de realizar, os resultados demonstraram que a maior parte dos professores tendem a ser bastantes interventivos frente a uma situação de preconceito racial de negritude. Os resultados aqui encontrados e a escala por nós desenvolvida necessitam da realização de novos estudos que possam corroborar com os mesmos, pois a auto-eficácia elevada dos professores não necessariamente asseguram que os mesmos seriam capazes de efetivar as intenções comportamentais em atitudes de intervenção pedagógicas positivas no que diz respeito ao combate ao racismo de negritude conforme estabelece a Lei 10.639/03.
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Assim nos parece de suma importância verificar o grau de auto-eficácia dos professores no cumprimento desta importante tarefa. Este estudo teve a Teoria Social Cognitiva de Bandura como Fundamentação teórica. Os dados foram coletados através de 3 questionários, com escala Likert. Utilizou-se a Escala de Auto-eficácia de Professores desenvolvido por Megan Tschannen-Moran e Anita Woolfolk Hoy, adaptado à língua portuguesa por Matos e Nogueira (2008), que tem por finalidade mensurar a auto-eficácia dos professores. Como não encontramos um instrumento que mensurasse a auto-eficácia com a especificidade de lidar com o racismo de negritude, optamos por elaborar um questionário com situações de preconceitos relativos à ascendência étnica de negritude no cotidiano da sala de aula, em formato de 7 vinhetas no qual os professores responderam questões abertas sobre as intenções comportamentais para lidar com cada situação proposta. Após responderem as questões, os professores se auto avaliaram numa escala tipo Likert marcando de 1 a 9 a sua crença na capacidade de efetivar em atitudes as ações por eles propostas. No tratamento estatístico de análise quantitativa, os resultados apontam que esta escala possui qualidades que recomendam a sua utilização. Analisamos assim o nível de auto eficácia de racismo de negritude (AERN) relacionando às variáveis sexo, idade, grau de habilitação e anos de escolaridade onde ficou evidente não haver diferenças significativas entre essas variáveis. Houve correlações positivas e estatisticamente significativas quando se analisou a auto-eficácia de negritude dos professores que lidam diretamente com o que preconiza a Lei 10.639/03. Ou seja, os professores pesquisados tiveram índices satisfatórios de auto-eficácia e também tiveram níveis satisfatórios de auto-eficácia de racismo de negritude. Quando utilizamos a análise qualitativas para avaliar as estratégias de intervenção ditas pelos professores que sentiam-se capazes de realizar, os resultados demonstraram que a maior parte dos professores tendem a ser bastantes interventivos frente a uma situação de preconceito racial de negritude. Os resultados aqui encontrados e a escala por nós desenvolvida necessitam da realização de novos estudos que possam corroborar com os mesmos, pois a auto-eficácia elevada dos professores não necessariamente asseguram que os mesmos seriam capazes de efetivar as intenções comportamentais em atitudes de intervenção pedagógicas positivas no que diz respeito ao combate ao racismo de negritude conforme estabelece a Lei 10.639/03.Issues related to racism against blacks have only recently been the object of scientific research in Brazil, in spite of the existence of racist practices since the foundation of the independent Brazilian State. In that sense, the educational process has a great importance either for maintaining the current situation or for provoking changes and desconstruction of established social patterns. Aimed at improving the awareness of racism, Federal Law 10.639/2003 was passed, which established compulsory teaching of contents related to African and Afro-Brazilian history and culture. Thus, researching the degree of self-efficacy of Brazilian teachers in performing such task in the educational process is important. In the literature review, a reliable instrument for measuring self-efficacy was chosen: Teacher Self-Efficacy Scale – TSES developed by Megan Tschannen-Moran and Anita Woolfolk Hoy, adapted to the Portuguese language by Matos and Nogueira (2008), which is aimed at measuring teacher’s general selfefficacy. As we did not find any instrument for measuring teacher´s self-efficacy related to racism against blacks, we chose to construct and test its psychometrical properties. Results indicate that such scale has qualities which recommend its use. We analyzed the level of self-efficacy related to racism against blacks (SERB) and no significant differences for sex and age of respondents were found. However, positive and statistically significant correlations were found for teachers who are involved in implementing the compulsory contents established by the law, confirming that only those teachers achieved satisfactory levels of self-efficacy related to racism against blacks. Results and the proposed scale need to be further studied for confirmation.Nogueira, JoãoRUNBatista, Adriano dos Santos2017-03-20T10:04:30Z2016-12-152016-10-112016-12-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/20349TID:201606992porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:04:14Zoai:run.unl.pt:10362/20349Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:26:09.210859Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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