Suplementação da alimentação de frangos de carne com larvas vivas de Hermetia illucens

• Autor(a) principal: Lourenço, João António Melo Ferreira
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9397
• topic: Larva Hermetia illucens; Frango; Alimentação

Num trabalho experimental analisou-se a influência da suplementação da alimentação de frangos de carne com larvas vivas de Hermetia illucens (mosca soldado negra) nas performances produtivas. O trabalho foi desenvolvido nas instalações avícolas da Lusiaves, S.A., com animais entre os 0 e os 28 dias de idade. O trabalho teve início ao terceiro dia de idade das aves, utilizando 1200 pintos, alojados em 24 parques (50 aves/parque) e divididos em três tratamentos experimentais (400 aves/tratamento). Foram eles, o tratamento controlo (C) em que os animais foram submetidos ao programa alimentar padrão “Racentro”, o tratamento “Larvas crescente” (LC) correspondendo ao programa padrão “Racentro” suplementado com quantidades crescentes de larvas ao longo do período de crescimento (aumentando 1 g de larvas por animal de 2 em 2 dias) e o tratamento “Larvas fixo” (LF) no qual o programa padrão “Racentro” foi suplementado com uma quantidade fixa de 5 g de larvas/animal/dia ao longo do período de produção. Para cada tratamento foram realizadas 8 repetições (parques). Os animais foram pesados aos 0, 7, 14, 21 e 28 dias de idade. Por limitações na divulgação dos dados obtidos, impostas pela Lusiaves, alguns dados foram apresentados em valor relativo em relação ao primeiro dia ou à primeira semana. Os dados do desempenho produtivo foram obtidos por meio da pesagem dos animais, dos alimentos fornecidos, das sobras e dos registos dos animais que morreram durante o estudo. Com estes dados foram determinados e avaliados os indicadores produtivos: ganho médio diário relativo, peso vivo relativo das aves, ingestão média diária relativa, índice de conversão alimentar relativo e taxa de mortalidade. Nos resultados, não foram verificadas diferença estatística entre tratamentos no peso vivo relativo nem no ganho médio diário relativo ao longo do estudo. Em relação à ingestão média diária no período compreendido entre os 0 e os 7 dias, verificaram-se diferenças estatísticas significativas, tendo sido mais baixa no tratamento LF. Nos restantes períodos não foram detetadas diferenças estatísticas entre os tratamentos. Em relação ao índice de conversão, no período compreendido entre os 0 e os 7 dias, 0 e 14 dias e 0 e 21 dias verificaram-se diferenças estatísticas significativas entre os tratamentos. Nestes períodos, os animais sujeitos aos tratamentos LC e LF tiveram um índice de conversão alimentar inferior aos animais que foram sujeitos ao tratamento controlo. Não foram verificadas diferenças estatísticas na taxa de mortalidade entre os diferentes tratamentos ao longo do estudo, sendo que no total do período de estudo a mortalidade total situou-se em 2 %. A análise económica mostrou que a suplementação aumentou o custo produção por quilograma de peso vivo. Foi ainda realizada uma análise sensorial, utilizando 10 peitos de frangos de cada tratamento, analisando-se os efeitos da suplementação nas características sensoriais da carne e duas análises microbiológicas das larvas usadas no estudo. Os dados obtidos neste estudo demonstram que a suplementação com larvas de Hermetia illucens não teve efeitos negativos sobre os animais nem sobre os parâmetros produtivos, assumindo-se assim como uma possível fonte proteica de elevado valor. Igualmente a análise sensorial não indicou efeitos dos tratamentos.