Moçambique e “uma guerra que parece não ter fim” em Terra Sonâmbula
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/95703 https://doi.org/10.36517/10.36517/rcs.52.1.d05 |
Resumo: | Em 4 de outubro de 1992, foi assinado o Acordo Geral de Paz (AGP), pondo fim ao conflito armado que assolou Moçambique por dezesseis anos (1976-1992). Apesar deste dia ser celebrado como o dia da Paz e da Reconciliação e oficialmente marcar o fim da guerra entre a Frelimo e a Renamo, ele também pode ser visto, de forma mais ampla, como o fim de uma era de violência direta e de conflito armado que começou com a Luta Armada de Libertação Nacional (1964-1974) contra o colonialismo português. No romance Terra Sonâmbula, Mia Couto entrelaça duas histórias diferentes, misturando o presente e o passado, e narra a destruição causada por essa “guerra que parece não ter fim”. Argumentamos, assim, que o romance expressa uma ideia de continuidade da guerra em Moçambique que se traduz através de três dimensões: das ligações entre a guerra colonial-libertação e a guerra civil; das memórias daquelas pessoas que a vivenciaram de forma direta ou indireta e da memória pública de forma mais geral; e, por fim, através da permanência de relações de colonialidade na sociedade moçambicana contemporânea. Para construir essa análise, recorremos ao romance Terra Sonâmbula e às gramáticas dos Pós-colonialismo e dos Estudos da Memória. |
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