Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patriarca,Madalena
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008
Resumo: Este artigo trata da necessidade de o antropólogo integrar os imponderáveis do terreno na descrição etnográfica enquanto condição de produção de conhecimento antropológico. Ao longo do trabalho de campo que realizou em Lisboa e visava compreender como os psiquiatras aprendiam a sua profissão, a autora foi sendo defrontada com entraves diversos à observação de alguns serviços psiquiátricos hospitalares. Foi ainda surpreendida pela desconfiança explícita de muitos psiquiatras quanto à possibilidade de a abordagem etnográfica conseguir traduzir “com fiabilidade científica” a identidade social deste grupo profissional. Porém, da incessante procura de novos lugares para observar, a par de uma reflexão constante sobre as dificuldades sentidas no trabalho de campo, a investigação resultou na descoberta inesperada, não de um serviço de psiquiatria, mas de toda uma cartografia histórico-psiquiátrica intimamente ligada com as dinâmicas do quotidiano da cidade. Recorrendo ao seu material etnográfico a autora repensa, assim, categorias como reflexividade, intersubjetividade e representação, e propõe-se encarar a pesquisa de campo como processo de aprendizagem do próprio antropólogo.
id RCAP_1b864ca93819d348bf8aea77837e06f8
oai_identifier_str oai:scielo:S0873-65612012000300008
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em LisboaantropologiaetnografiaepistemologiainteraçãopsiquiatriaEste artigo trata da necessidade de o antropólogo integrar os imponderáveis do terreno na descrição etnográfica enquanto condição de produção de conhecimento antropológico. Ao longo do trabalho de campo que realizou em Lisboa e visava compreender como os psiquiatras aprendiam a sua profissão, a autora foi sendo defrontada com entraves diversos à observação de alguns serviços psiquiátricos hospitalares. Foi ainda surpreendida pela desconfiança explícita de muitos psiquiatras quanto à possibilidade de a abordagem etnográfica conseguir traduzir “com fiabilidade científica” a identidade social deste grupo profissional. Porém, da incessante procura de novos lugares para observar, a par de uma reflexão constante sobre as dificuldades sentidas no trabalho de campo, a investigação resultou na descoberta inesperada, não de um serviço de psiquiatria, mas de toda uma cartografia histórico-psiquiátrica intimamente ligada com as dinâmicas do quotidiano da cidade. Recorrendo ao seu material etnográfico a autora repensa, assim, categorias como reflexividade, intersubjetividade e representação, e propõe-se encarar a pesquisa de campo como processo de aprendizagem do próprio antropólogo.Centro em Rede de Investigação em Antropologia - CRIA2012-10-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008Etnográfica v.16 n.3 2012reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008Patriarca,Madalenainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:11:31Zoai:scielo:S0873-65612012000300008Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:22:35.674979Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
title Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
spellingShingle Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
Patriarca,Madalena
antropologia
etnografia
epistemologia
interação
psiquiatria
title_short Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
title_full Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
title_fullStr Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
title_full_unstemmed Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
title_sort Como nos tornamos antropólogos?: Imprevisto e mutualidade na constituição do terreno etnográfico da saúde mental em Lisboa
author Patriarca,Madalena
author_facet Patriarca,Madalena
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Patriarca,Madalena
dc.subject.por.fl_str_mv antropologia
etnografia
epistemologia
interação
psiquiatria
topic antropologia
etnografia
epistemologia
interação
psiquiatria
description Este artigo trata da necessidade de o antropólogo integrar os imponderáveis do terreno na descrição etnográfica enquanto condição de produção de conhecimento antropológico. Ao longo do trabalho de campo que realizou em Lisboa e visava compreender como os psiquiatras aprendiam a sua profissão, a autora foi sendo defrontada com entraves diversos à observação de alguns serviços psiquiátricos hospitalares. Foi ainda surpreendida pela desconfiança explícita de muitos psiquiatras quanto à possibilidade de a abordagem etnográfica conseguir traduzir “com fiabilidade científica” a identidade social deste grupo profissional. Porém, da incessante procura de novos lugares para observar, a par de uma reflexão constante sobre as dificuldades sentidas no trabalho de campo, a investigação resultou na descoberta inesperada, não de um serviço de psiquiatria, mas de toda uma cartografia histórico-psiquiátrica intimamente ligada com as dinâmicas do quotidiano da cidade. Recorrendo ao seu material etnográfico a autora repensa, assim, categorias como reflexividade, intersubjetividade e representação, e propõe-se encarar a pesquisa de campo como processo de aprendizagem do próprio antropólogo.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-10-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612012000300008
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro em Rede de Investigação em Antropologia - CRIA
publisher.none.fl_str_mv Centro em Rede de Investigação em Antropologia - CRIA
dc.source.none.fl_str_mv Etnográfica v.16 n.3 2012
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137308869394432