Síndrome pós-paragem cardíaca: fisiopatologia, aspectos clínicos, terapêuticos e avaliação do prognóstico a médio e longo prazo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Joana Clarisse
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/26122
Resumo: Introdução: A paragem cardíaca, quando surge fora de um ambiente propício ao suporte imediato de cuidados médicos especializados, mantém-se associada a uma taxa de mortalidade muito elevada. Os cuidados médicos de uma paragem cardíaca extra-hospitalar assentam numa cadeia de sobrevivência estandardizada pelas recomendações internacionais destinadas a melhorar o prognóstico. Objectivo: Durante a fase pré-hospitalar, o objectivo é um retorno imediato a uma circulação espontânea a fim de limitar as lesões viscerais anoxo-isquémicas, nomeadamente as cerebrais. Logo que os doentes sobrevivem a esta primeira fase, é necessário desenvolver a nível hospitalar, os cuidados para lutar contra a síndrome pós-paragem cardíaca. Esta síndrome é caracterizada por um conjunto de manifestações clínicas e biológicas provocadas pela isquémia-reperfusão global. Desenvolvimento: O objectivo principal destes cuidados é, alcançar a correcção do estado de choque que constitui o elemento central desta síndrome. A disfunção hemodinâmica observada, é na maioria das vezes mista, associando um componente cardiogénico (disfunção miocárdica) a um componente periférico (disfunção vascular). Em paralelo a este suporte hemodinâmico, a identificação e o tratamento da causa da paragem cardíaca são elementos importantes. Assim, logo que existe uma suspeita de uma causa coronária, a exploração por coronariografia imediata permite uma revascularização miocárdica precoce que melhora o prognóstico. Paralelamente, o outro grande objectivo é obviamente a neuroprotecção, principalmente baseada na hipotermia terapéutica mas também na prevenção das agressões cerebrais secundárias. Até aos dias de hoje, nenhum medicamento neuroprotector fez prova de eficácia, mas numerosas investigações encontram-se em curso. Para evitar o prosseguimento de tratamentos inúteis e ajudar o melhor possível as famílias das vítimas, a avaliação do prognóstico neurológico deve ser feito logo que possível a fim de decidir a continuação ou interrupção dos cuidados. Por último, os objectivos terapêuticos devem estar definidos a longo prazo, tendo em conta a prevenção da recidiva da paragem cardíaca e as suas sequelas. Conclusão: Ultimamente, os cuidados pós-paragem cardíaca foram melhorados pela implementação de novos meios terapêuticos. Este último elo da cadeia de sobrevivência deve contribuir para o aumento da taxa de sobrevivência, e limitar o risco de sequelas. Neste domínio, numerosos trabalhos de investigação estão em curso, nomeadamente no domínio da neuroprotecção.
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