Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa: Impacto na recuperação de circulação espontânea das vítimas de paragem cardiorrespiratória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mateus, Pedro Miguel Afonso
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7209
Resumo: Introdução: A paragem cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) é uma das principais causas de morte na Europa, apresentando custos extremamente elevados em termos de morbilidade e mortalidade, revelando-se um problema de saúde pública muito pertinente. Os países desenvolvidos têm implementado diversos sistemas de resposta comunitária para fazer face à PCREH, no entanto a sua epidemiologia e desfecho continuam a apresentar uma grande variabilidade. Em Portugal foi implementado o Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa, tendo como objetivo nuclear a instalação de uma rede nacional de desfibrilhação automática externa (DAE). O presente estudo tem como objetivo determinar a taxa de recuperação de circulação espontânea (RCE) das vítimas de PCREH e identificar os fatores que a promovem. Metodologia: Através de amostragem não probabilística, intencional, constituiu-se uma amostra de 472 vítimas de PCREH do Município de Viseu, cuja sua paragem cardiorrespiratória ocorreu no período de 2016 a 2018, tendo a mesma sido inserida no Registo Nacional de Paragem Cardiorrespiratória Pré-hospitalar (RNPCR). Definiu-se como hipótese de investigação a existência de relação significativa entre a RCE das vítimas de PCREH com variáveis sociodemográficas, causa, local, circunstâncias, rapidez de atendimento, meios de resposta e manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR). O instrumento de colheita de dados utilizado foi a plataforma do Registo Nacional de Paragem Cardiorrespiratória Pré-hospitalar (RNPCR-PH). Na análise de dados recorreu-se a técnicas de estatística descritiva e inferencial, nomeadamente o teste t de Student, o teste de Wilcoxon- Mann-Whitney, o teste do Qui-quadrado (χ2) de Pearson e o teste exato de Fisher, com um nível de significância de 0,05 (α = 0,05). Resultados: O estudo revelou uma taxa de RCE à entrada da vítima de PCREH na unidade de saúde de 6,8%, identificando como potenciais fatores favoráveis à RCE a ocorrência da PCREH em espaços públicos, presenciada (com maior expressividade quando ocorre perante a equipa de emergência médica extra-hospitalar (EMEH), o início imediato de manobras de Suporte Básico de Vida (SBV) e a realização de desfibrilhação precoce (quando indicada), com um impacto substancialmente mais favorável quando realizados antes da chegada da equipa de EMEH. Evidenciou ainda, como fatores potencialmente favoráveis à RCE, a chegada precoce da equipa EMEH junto da vítima de PCREH e todas as manobras realizadas pela mesma com especial relevo para as manobras de SBV. Ficou ainda evidenciado como um preditor favorável à manutenção da condição de RCE o facto da vítima, à chegada da equipa de EMEH, já se encontrar com circulação, ventilação ou estado de consciência recuperados. Conclusão: Embora a taxa de RCE revelada pelo estudo (6,8%) seja baixa, encontra-se enquadrada na realidade observada em outros países europeus. Apesar disso, a análise dos fatores identificados como tendo potencial impacto positivo na RCE e das caraterísticas sociodemográficas e clínicas da amostra e respetivos dados relacionados com a PCREH, permite fornecer informação que poderá servir de base para identificar variáveis modificáveis que claramente estão a contribuir para a baixa taxa de RCE das vítimas de PCREH que se verifica no Município de Viseu.
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