Utilização de cuidados médicos associados com a tensão arterial em doentes hipertensos: uma análise longitudinal comparando nativos e imigrantes africanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro,Bernardete
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Fernandes,Milene, Alarcão,Violeta, Nicola,Paulo, Antunes,Marília, Rocha,Evangelista
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732018000400002
Resumo: Introdução: A diversidade étnica e cultural em Portugal tem reforçado a importância de adequar os serviços de saúde às necessidades em saúde de diferentes populações. Este estudo pretende analisar longitudinalmente os fatores associados à utilização de cuidados de saúde em hipertensos tratados portugueses e imigrantes africanos. Métodos: Estudo longitudinal com hipertensos tratados seguidos nos cuidados de saúde primários da região de Lisboa, entre setembro de 2010 e março de 2012. Incluíram-se 233 nativos caucasianos e 170 imigrantes africanos. Aplicaram-se três questionários presencialmente (zero, seis e doze meses) e dois telefonicamente (três e nove meses). O indicador de consumo de recursos foi o número de consultas médicas motivadas pela hipertensão nos três meses anteriores à entrevista. Para a identificação dos fatores estimou-se um modelo longitudinal linear generalizado misto por grupo. Resultados: Mais nativos do que imigrantes consultaram o médico de família no último ano (76,0% vs 64,7%, p=0,019). No entanto, mais imigrantes recorreram a cuidados com caráter de urgência (12,4% vs 5,2%, p=0,016). A proporção de indivíduos que foram ao médico, pelo menos uma vez, não diferiu nos dois grupos (46,5% vs 41,6%, p=0,387). Ajustando para todas as variáveis, a utilização de cuidados médicos pelos nativos revelou estar associada à idade (eβ=1,036; p=0,021), diabetes (eβ=1,898; p=0,006), controlo da hipertensão (OR=1,036; p=0,007), não controlo autopercecionado (eβ=0,596; p=0,033) e tempo de seguimento (eβ=0,771; p=0,001). Nos imigrantes, os fatores significativos foram: estado civil (eβ=2,228; p=0,025), não controlo autopercecionado (eβ=0,580; p=0,013), tempo desde diagnóstico de hipertensão (eβ=1,021; p=0,016) e tempo seguimento (eβ=0,689; p<0,001). Conclusões: Existe a necessidade de compreender melhor as diferenças nos fatores associados à utilização de cuidados de saúde relacionados com a hipertensão, entre nativos e imigrantes, de modo a desenvolver estratégias de promoção da saúde adaptadas às populações-alvo.
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