Lux Anima. As Iluminuras na Biblioteca de Évora

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fialho Conde, Antónia
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Dias, Cristina, Cid, Isabel, Ferreira, Teresa, Miguel, Catarina
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/21417
Resumo: A obra Lux Anima. Iluminuras na Biblioteca de Évora pretende dar a conhecer alguns exemplares representativos da coleção de códices iluminados (manuscritos e incunábulos) que fazem parte do acervo na Biblioteca Pública de Évora. Foram selecionados Bíblias, Cânones, Missais, Livros de Capela, Forais, Livros de Horas e incunábulos iluminados, de molde a sublinhar o seu valor documental, patrimonial e histórico, numa abordagem que apostou no trabalho de uma equipa pluridisciplinar, composta por investigadoras de diversas áreas, de que se sublinham a História, a Codicologia e a Química, unida em torno de um denominador comum – o estudo e a preservação da História e do Património. No trabalho fica expresso que o conjunto de manuscritos iluminados existente na Biblioteca Pública de Évora apresenta uma acentuada variedade sob os pontos de vista cronológico e geográfico, testemunho não só dos scriptoria de origem como também do gosto dos colecionadores, de que se destacam o visconde da Esperança, alguns arcebispos de Évora, nomeadamente Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas e D. Frei Joaquim Xavier Botelho de Lima, e ainda alguns bibliotecários, como J.H. da Cunha Rivara, que tornaram possível a presença na coleção de livros de grande qualidade técnica e estética. Sublinhe-se especialmente a presença de códices de finais da Idade Média e de inícios do Renascimento, testemunhando um período em que a pintura definitivamente se afirmava. Temos também que a presença desses códices na coleção não pode ser dissociada de dois factores determinantes de ordem local e regional: por um lado, a implantação das comunidades monásticas a Sul do Tejo e muito particularmente em Évora (com larga profusão a partir do século XV), não apenas enquanto detentoras mas também como potencialmente criadoras e encomendadoras de alguns desses manuscritos – sublinhe-se a extraordinária importância da oficina de pintura de Frei Carlos, no convento do Espinheiro, ou a presença de António de Holanda na cidade, no século XVI; por outro, o caso de Évora como cidade cosmopolita e universitária, assento de Corte no século XVI, e que testemunharia também, sob o domínio dos Filipes (1580-1640), alguma circulação de manuscritos entre Portugal e Espanha, circulação essa da responsabilidade essencialmente de população laica (especialmente nobre). A riqueza e a diversidade iconográficas presentes nas obras selecionadas testemunham ainda o valor da imagem enquanto documento, podendo ser analisada isoladamente ou aproximada com representações que versem temas similares. Embora dominem as imagens alusivas à esfera do sagrado, o interesse da análise prende-se também com a presença de representações do mundo natural, dado ser na existência desses elementos, normalmente localizados nas margens, que fica provada a liberdade de criação do artista, cruzando facilmente o mundo natural e a imaginação, ou ainda a marca de mecenas encomendadores. Animais e plantas acabavam por ser escolhidos em função do seu significado simbólico, a nível bíblico ou das fontes clássicas, sendo que o rigorismo técnico-artístico se refletiria, ao longo dos séculos, no aperfeiçoar de cores e formas, no surgir da sombra e da tridimensionalidade, combinando o real e o imaginário. Toda essa riqueza se clarifica através da análise material (cores predominantes, materiais de suporte, entre outros), possibilitando a abordagem dos factores de deterioração (tanto nos materiais de suporte como nas cores), elemento essencial para uma aposta na sua conservação. Apostou-se num discurso abrangente, para diversos públicos e leitores, cientificamente exato, mas sem demasiada erudição, procurando fazer chegar a um público alargado e a um vasto leque de leitores a mensagem da importância do acervo eborense no que respeita à iluminura.
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No trabalho fica expresso que o conjunto de manuscritos iluminados existente na Biblioteca Pública de Évora apresenta uma acentuada variedade sob os pontos de vista cronológico e geográfico, testemunho não só dos scriptoria de origem como também do gosto dos colecionadores, de que se destacam o visconde da Esperança, alguns arcebispos de Évora, nomeadamente Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas e D. Frei Joaquim Xavier Botelho de Lima, e ainda alguns bibliotecários, como J.H. da Cunha Rivara, que tornaram possível a presença na coleção de livros de grande qualidade técnica e estética. Sublinhe-se especialmente a presença de códices de finais da Idade Média e de inícios do Renascimento, testemunhando um período em que a pintura definitivamente se afirmava. Temos também que a presença desses códices na coleção não pode ser dissociada de dois factores determinantes de ordem local e regional: por um lado, a implantação das comunidades monásticas a Sul do Tejo e muito particularmente em Évora (com larga profusão a partir do século XV), não apenas enquanto detentoras mas também como potencialmente criadoras e encomendadoras de alguns desses manuscritos – sublinhe-se a extraordinária importância da oficina de pintura de Frei Carlos, no convento do Espinheiro, ou a presença de António de Holanda na cidade, no século XVI; por outro, o caso de Évora como cidade cosmopolita e universitária, assento de Corte no século XVI, e que testemunharia também, sob o domínio dos Filipes (1580-1640), alguma circulação de manuscritos entre Portugal e Espanha, circulação essa da responsabilidade essencialmente de população laica (especialmente nobre). A riqueza e a diversidade iconográficas presentes nas obras selecionadas testemunham ainda o valor da imagem enquanto documento, podendo ser analisada isoladamente ou aproximada com representações que versem temas similares. Embora dominem as imagens alusivas à esfera do sagrado, o interesse da análise prende-se também com a presença de representações do mundo natural, dado ser na existência desses elementos, normalmente localizados nas margens, que fica provada a liberdade de criação do artista, cruzando facilmente o mundo natural e a imaginação, ou ainda a marca de mecenas encomendadores. Animais e plantas acabavam por ser escolhidos em função do seu significado simbólico, a nível bíblico ou das fontes clássicas, sendo que o rigorismo técnico-artístico se refletiria, ao longo dos séculos, no aperfeiçoar de cores e formas, no surgir da sombra e da tridimensionalidade, combinando o real e o imaginário. Toda essa riqueza se clarifica através da análise material (cores predominantes, materiais de suporte, entre outros), possibilitando a abordagem dos factores de deterioração (tanto nos materiais de suporte como nas cores), elemento essencial para uma aposta na sua conservação. Apostou-se num discurso abrangente, para diversos públicos e leitores, cientificamente exato, mas sem demasiada erudição, procurando fazer chegar a um público alargado e a um vasto leque de leitores a mensagem da importância do acervo eborense no que respeita à iluminura.CIDEHUS, HERCULES, FEAAlthum2017-11-02T17:35:40Z2017-11-022017-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookhttp://hdl.handle.net/10174/21417http://hdl.handle.net/10174/21417porConde, Antónia Fialho (Coord.), Dias, Cristina; Ferreira, Teresa; Cid, Isabel; Miguel, Catarina – Lux Anima. As Iluminuras na Biblioteca de Évora. Lisboa, Ed. Althum, julho 2017, 296 p. ISBN: 978-989-683-021-2.978-989-683-021-2naonaoDepartamento História - UÉvorandndndndnd706Fialho Conde, AntóniaDias, CristinaCid, IsabelFerreira, TeresaMiguel, Catarinainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:12:01Zoai:dspace.uevora.pt:10174/21417Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:12:42.283956Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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